Mas tudo mudara.
Cosima a viu chegar ao trabalho perto da hora do almoço, no dia seguinte, e falar com Meg. Tentando fingir que nada havia acontecido, Delphine deu um sorriso rápido quando passou por ela. Havia sido um beijo entre amigas, era o que Cosima dizia a si mesma; um beijo que simplesmente havia escapado um pouco do controle. Ela tinha certeza de que elas podiam seguir em grente, e quando a encontrou um pouco mais tarde no corredor, perguntou como ela estava.
- Nada mal – ela deu um sorriso alegre – Estou oficialmente de licença-maternidade.
- Como você está Delphine? – Belinda passou pelo corredor, o barulho de seus saltos altos ecoando pelas paredes, e parou para falar com ela.
- Eu estava dizendo a Cosima que acabei de sair de licença – Cosima podia ver que ela estava fazendo um grande esforço para manter o sorriso no rosto – Então, acho que só vou vocês duas quando já for mãe.
Havia uma mensagem para ela naquela frase, Cosima sabia disso; e sentindo-se culpada, ela ficou quase aliviada em ouvi-la. Ela estava tendo problemas em acreditar como fora estúpida na noite anterior. Delphine já estava carregando peso demais nas costas, sem ela por perto para bagunçar as coisas mais ainda; e uma mulher abandonada com um bebê era a última coisa de que Cosima precisava naquele momento.
- Espero que ela fique bem – disse Belinda quando Delphine se afastou, caminhando com dificuldade.
- Ela vai ficar bem, agora que não está mais trabalhando – Cosima respondeu.
- Nâo – Belinda sacudiu a cabeça de leve – Eu quis dizer que espero que ela fique bem, sozinha com um bebê.
- Ela não é uma adolescente... – elas estavam caminhando de volta para a sala, e Cosima estava ficando cada vez mais irritada com a melancolia de Belinda – Ela vai ficar bem.
- Mas mesmo assim não vai ser fácil. Eu fico imaginando quem é o pai... quer dizer, ela nunca tocou no assunto, e ele deveria certamente assumir a responsabilidade por alguma coisa...
- Como vai sua nova namorada? – Cosima mudou rapidamente de assunto quando elas chegaram à sala que compartilhavam – As coisas ainda estão indo bem?
- Beth é maravilhosa – Belinda suspirou feliz – Nós vamos viajar neste final de semana.
- Eu sei – sorriu Cosima – Afinal, vou trabalhar no seu lugar.
- O ex-marido dela está com as crianças.
- Você já as conheceu?
- Meu Deus, não – Belinda revirou os olhos enquanto arrumava a papelada – A última coisa de que preciso são os filhos de alguém.
Era a última coisa de que Cosima precisava, também.
Entre todas as coisas estúpidas que ela poderia fazer... enquanto elas trabalhavam em silencia, Cosima estava pensando. Gostasse ou não da situação, ela estava envolvida com Delphine e o bebê, até certo ponto. Ela não podia simplesmente parar de visita-la enquanto ela continuasse a ser sua vizinha...
- Olhe aqui – Belinda quebrou a instrospecção dela – Eu tenho uma coisa para você.
Cosima foi até o computador, e teve que rir quando viu os rostos de umas vinte mulheres fazendo beicinho para ela, em uma página de encontros via internet – Eu digitei as suas informações e a página gerou todas essas possibilidades para você.
- Não estou interessada em encontros, e certamente não desse jeito – ela disse.
- Oh, estamos no século XXI, atualize-se – Belinda riu- Pelo menos você sabe exatamente o tipo de mulher que vai conhecer, desse jeito. Eu não tenho tempo de sair e ir para as boates. E eu sei que Beth não está procurando por uma mãe substituta para os filhos dela, do tipo que fica em casa; ela soube, desde o começo, que minha carreira vem em primeiro lugar e que eu, definitivamente, não quero um bebê. Olhe, esta aqui é bonita – ela apontou para os detalhes sobre uma das moças, e Cosima leu.
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Pequeno Milagre
FanfictionPassaram-se quatro anos desde que a médica Cosima Niehaus perdera sua esposa. Mas ela ainda não conseguira superar a dor. A fim de buscar um recomeço, aceitou trabalhar na emergência. Um dia, durante uma caminhada pela praia, cia estarrecida ao ver...