Capítulo 7

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- Quando vou poder vê-la – era tudo em que ela conseguia pensar. A ambulância havia chegado poucos minutos depois daquela que havia levado sua filha, e ela fora levada diretamente para a maternidade. As parteiras tinham sido maravilhosas, contando-lhe as últimas notícias sobre o progresso do bebê, enquanto Delphine era examinada, recebia soro intravenoso e amostras de sangue eram colhidas.

- Por que eu preciso disso?

- A sua pressão ainda está alta – o obstetra explicou – E você ainda está retendo muito líquido. Nós só queremos verificar como está seu sangue e ficar de olho em você, para assegurar que tudo esteja correndo bem...

As parteiras a ajudaram a se lavar e se refrescar, e a colocaram na cama; e então Glória, que Delphine imaginava que estivesse no comando, finalmente chegou com notícias reais.

- Eles acabaram de transferi-la da emergência para o tratamento intensivo. Quando tiverem tudo sob controle, e logo que seu médico lhe dê permissão, nós vamos levar você para vê-la. Olhe aqui – ela lhe entregou uma foto – Uma das enfermeiras tirou para você.

Oh, ela era pequenina, estava com um pequeno gorrinho cor-de-rosa, e havia tubos e equipamentos por toda a parte, mas ela era dela... os poucos momentos que tivera com a filha estavam gravados em sua mente, e Delphine já a reconhecia; ela poderia entrar na unidade de terapia intensiva naquele momento e identificar sua filha, disso ela estava certa...

- Agora – disse Glória – ela está passando bem, e está no respirador. Isso significa que ela precisa de um pouco de ajuda para respirar, para encher os pulmões de ar, e está recebendo tensoativos e medicamentos para compensar a imaturidade dos pulmões...

Ela descreveu todo o tratamento que sua filha estava recebendo até que Delphine entendesse bem, e então fez novamente uma pergunta necessária e que Delphine havia, até ali, se recusado a responder.

- Há alguém que nós possamos chamar para você? – Delphine sacudiu a cabeça.

- Eu vou telefonar para os meus pais em breve.

- Você não deveria estar sozinha – Glória disse, gentilmente – você não tem uma amiga...?

- Mais tarde – Delphine sacudiu a cabeça novamente.

Ela queria alguma privacidade, não queria compartilhar aquele momento com os pais, que não a haviam ajudado, e que, com exceção de um telefonema ríspido e um único cheque, não haviam feito absolutamente nada. E ela também não queria amigos com os quais não pudera contar, ou um pai que não queria saber da filha; ela iria enfrentar e lidar com tudo aquilo, mas agora o que ela queria era processar tudo o que havia acontecido, sozinha...

- Oi! – a porta se abriu, e o rosto de Cosima apareceu. Ela era, talvez, a únida pessoa que ela não se importava em ver naquele momento; afinal de contas, ela tinha estado lá!

- Obrigado – um simples agradecimento parecia muito pouco, mas ela era sincera e a palavra viera do fundo de seu coração.

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