- Oi, Delphine – Cosima deu um sorriso forçado, quando ela se aproximou. A rua inteira havia comparecido para assistir ao leilão, e Delphine havia desviado sua caminhada na praia naquele dia para dar uma olhada; era o que as pessoas em São Francisco faziam em uma tarde ensolarada de sábado, quando uma casa ia ser leiloada.
- Oi – ela foi educada, e disse olá e então passou por ela, mas Cosima a interceptou.
- Você deveria estar de repouso.
- Eu estou andando pela casa, em vez de andar pela praia! – Delphine argumentou – E de qualquer modo, estou me sentindo claustrofóbica; estou ficando maluca, trancada dentro do apartamento, e pelo menos eles têm ar-condicionado nesta casa – então, ela sorriu para ela – Obrigado por ontem, a propósito.
- Sem problemas. Fico feliz porque as coisas vão ser bem aproveitadas.
- Eu me referi ao sermão sobre ir ver o médico. Telefonei para o meu obstetra, e marquei uma consulta para segunda-feira.
- Isso é ótimo.
- Eu vou para casa arrumar minha mala quando sair daqui; tenho a impressão de que eles não vão me liberar.
Então, ela se afastou, para explorar a casa com o resto da multidão, e enquanto os olhos de Cosima deveriam estar voltados para a competição, estavam focados nela.
Ela a queria.
Enquanto andava pela casa, examinava os quartos, caminhava pelo jardim, eram os comentários de Delphine que ela queria ouvir, e não os do corretor; e ela não parava de falar...
Era impressionante. O apartamento inteiro dela caberia dentro do salão principal, e Delphine tinha certeza de que se pudesse simplesmente deitar naquele adorável sofá branco e admirar a vista da água até segunda-feira, com alguém descascando uvas para ela e massageando seus pés, a pressão dela teria caído muito na hora da sua consulta médica!
Ela adorava visitar casas, andar por elas, fingindo que pertenciam a ela e desejando que pudesse ser verdade. A cozinha, entretanto, era um buraco, mas o corretor os fez passar rapidamente por ela e dirigiu-os para o andar de cima. O lugar era de cair o queixo; cada cômodo da casa, até mesmo o quarto principal, tinha vistas para a praia!
- Não há cortinas – Delphine observou, e Cosima escondeu um sorriso, porque ela havia dito exatamente a mesma coisa da primeira vez que visitara a casa; só que o corretor não a havia ignorado – Como você pode ter janelas do chão ao teto em um banheiro, sem cortinas? – Delphine insistiu.
- O vidro é tratado – sibilou o corretor – Você pode ver o lado de fora, mas ninguém pode ver o lado de dentro. Agora, seguindo em frente, temos o quarto principal!
- Divino! – Delphine ficou sem fôlego ao entrar. Havia uma cama grande no centro do quarto, e havia uma varanda, com uma mesinha e cadeiras... – As janelas são tratadas aqui também? – Delphine perguntou, enquanto o corretor prendia o fôlego de irritação.
Ela realmente a fazia rir.
E ela realmente sentia falta dela.
Ela estava fazendo anotações em sua listinha novamente, como se fosse uma candidata séria a comprar a casa, e ela podia ver o corretor apertando os lábios quando ela saiu audaciosamente para a varanda, em vez de seguir o resto das pessoas ao longo do corredor.
- Você pode se juntar ao grupo, por favor? – corretor estourou, e Cosima rangeu os dentes.
- Este aqui daria um ótimo quarto de bebê... – apesar do estado óbvio dela, o corretor se dirigia a um jovem casal e ignorou Delphine quando ela lhe fez uma pergunta. Como ela queria ter ganhado na loteria, para dar o lance vencedor e apagar aquela expressão superior do rosto arrogante dele, e fazê-lo tremer de raiva. Cosima viu o rosto dela ficar vermelho quando o corretor a ignorou, e então olhou nos olhos dela e deu uma piscadinha.
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Pequeno Milagre
FanfictionPassaram-se quatro anos desde que a médica Cosima Niehaus perdera sua esposa. Mas ela ainda não conseguira superar a dor. A fim de buscar um recomeço, aceitou trabalhar na emergência. Um dia, durante uma caminhada pela praia, cia estarrecida ao ver...