20° Capítulo

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Saio da delegacia e enquanto caminho até o meu carro penso em alguma coisa que sirva.

-Ei, onde você vai? -Me viro olhando Paulo.

-Achar a Sarah, você disse que ia me ajudar não disse?

-Depende em como. -Fala e eu reviro os olhos.

-Você quem falou com ela? -Ele acena. -Ela não estava no aeroporto, então ouviu alguma coisa?

-Não, estava um verdadeiro silêncio. -Ótimo, isso só está melhorando -Espera, parece que eu ouvi o nome de uma rua, o GPS estava ligado.

-E qual seria essa rua? -Ele nega não sabendo.

-Eu não conheço, não é de Jaguariúna então deve ser de outra cidade.

-Acho que não foi tão longe, não deu tempo para isso. -Penso e me lembro de ir em uma fazenda em Campinas quando éramos amigas. -Campinas...

-O que tem? Acha que está lá? -Eu aceno. -Sinto muito, mas não poderei ir, teremos que ligar para o DP de lá.

-Você falou que me ajudaria. -Ele suspira. -Esquece, eu vou sozinha!

-Espera, não pode ir atrás dela. Você pode ser presa se fizer algo estúpido.

-Não irei fazer algo estúpido! -Falo e entro no carro saíndo derrapando.

***

-O que está pensando em fazer? -Dani me olha enquanto coloco minha calça.

-Vou atrás delas, não irei deixar Harissa nas mãos dela. -Falo o óbvio e coloco minha regata.

-Mas e se ela estiver armada? Mary, você pode se surpreender com alguma coisa. -Eu a encaro. -Não vai parar né?

-Não, até que ela ou eu esteja morta! -Pego minha bolsa e desço as escadas, paro quando Guh entra na frente.

-Não vou deixar você ir sozinha... -Eu reviro os olhos.

-Vocês não entendem? Nunca iremos viver em paz enquanto não me livrar dela. -Eles se olham quando Rick se aproxima.

-Vou com você. -Informa colocando sua mala nas costas, olho para Daniele que acena.

-Tá, mas você não! -Aponto para Guh.

-Porque? Quero ela longe de nós mais que qualquer um.

-Não Guh, prometi não te colocar mais nessa e não irei, é como se fosse o meu irmão então pode esquecer. -Ele revira os olhos e sai da porta, assim que abro encontro Paulo. -É hoje...

-Não posso permitir que vá atrás dela. -Ergo uma sobrancelha.

-Não irei atrás dela, vou visitar minha tia em Campinas. -Ele me encara, cruzo os braços depois de colocar minhas bolsas no chão.

-Não tem nenhuma tia em Campinas... -Fala, mas eu o interrompo.

-Tecnicamente a tia do Gui mora lá, mas a considero como minha tia também. É crime ir atrás de um parente?

-Não... -Me olha desconfiado.

-Então nos dê licença que estamos atrasados.

-O que tem na bolsa? -Pergunta quando abro o porta malas.

-Minhas roupas, o que mais seria? -Ele me encara.

-Posso ver? -Respiro fundo, que intrometido.

-Tem alguma ordem? -Ele nega e eu lhe dou um sorriso. -Então não, não irei deixar você ver minhas lingeries. Gui é muito ciumento, então até amanhã, quando Guilherme sair. -Pisco e entro no carro saíndo em disparada.

-O que tem nas bolsas? -Rick me pergunta e eu o encaro.

-Falei sério quando disse das minhas lingeries.

-Vai me dizer que não está levando nenhuma arma...

-Não preciso de armas, Sarah não sabe atirar então vai ser no soco.

-E acha que ela não tem capangas? -Dou de ombros.

-Você vai cuidar deles e eu dela. -Sei que revirou os olhos. -Fica tranquilo, vai voltar são e salvo.

-Não estou preocupado comigo e sim com você.

-Até parece que não sei me defender, Gui me ensinou muito bem então não se preocupe.

***

Estamos próximos da fazenda onde Sarah possivelmente está, estranho quando me aproximo e não tem ninguém, nem mesmo carros.

-Acha que ela saiu? -Pergunto e Rick dá de ombros. Sigo devagar, estaciono atrás da casa para ninguém saber que estamos aqui. -Iremos seguir por trás, pegamos a Hary e saímos.

-Acha que ela está onde? No porão? -Ele me olha e eu levanto os olhos.

-Na onde você colocaria uma presa? -Ele não diz nada e sai do carro assim como eu, seguimos para as portas do fundo e olho pela janela vendo tudo apagado, pego minha lanterna e ilumino em volta quando abro a porta.

-É, ele te ensinou tudo. -Reviro os olhos e seguimos revistando o lugar, estranho quando não encontro ninguém. -Deve ter alguém de vigia lá em baixo.

-Sim, impossível ela sair e não deixar ninguém.

Descemos as escadas em silêncio e sem a lanterna, vejo uma luz em baixo da porta e assim que abro sou surpreendida por um soco que Sarah me dá.

-Sabia que era idiota o suficiente para vir até aqui sem nada. -Me recomponho e vejo Rick mais ao fundo encarando um cara.

-Sabemos que não é muito boa em briga. -Digo e ela fica séria.

-Então vamos fazer assim, iremos lutar até que uma desmaia. -Fala e eu lhe dou um sorriso concordando.

-Já lutamos antes e me lembro de ter quebrado quatro dentes seu.

-Mas agora eu sei karatê. -Reviro os olhos.

-E eu artes marciais, karatê e mais outras coisas.

-Está mentindo. -Me olha séria e eu dou um sorriso.

-Venha descobrir. -Chamo a fazendo ficar mais nervosa e antes que consiga me dar um soco eu desvio e chuto sua perna a fazendo se ajoelhar.

Logo estamos sangrando e eu estou cansada, minhas mãos estão sangrando e cheias de articulações.

-Desiste? -Levanto uma sobrancelha. -Sabe... Queria ver a cara do Gui atrás das grades, ele ainda continua gostoso e sei que ninguém vai fazer alguma coisa com ele.

-Onde está querendo chegar? -Pergunto não entendendo e ela sorri.

-Mandei uma visitinha íntima para ele, as meninas são muito convincentes quando querem e conseguem o que quer. E adivinha... Uma delas com toda certeza vai engravidar dele.

Perco a paciência e vejo tudo vermelho, lhe dou um soco a pegando de surpresa e dou um soco em sua garganta tirando sua respiração, chuto sua perna a deixando de joelhos e eu a empurro ficando por cima e começando a socar sua cara.

Sinto minha mão latejar cada vez que soco, ela já está desmaiada, mas ainda continuo.

-Chega! -Rick me puxa. -A Hary está assustada. -Diz me fazendo parar, olho para minhas mãos e roupas cheias de sangue, encaro Sarah no chão ensanguentada e irreconhecível, olho Hary mais ao canto.

-Ajude ela, irei trocar de roupa. -Falo e saio indo para meu carro, pego uma roupa me trocando ali mesmo, volto para dentro com um galão de gasolina.

-O que vai fazer? -Rick me encara enquanto coloco minhas luvas.

-Não vou matá-la, vamos colocar eles lá fora. -Mando e a puxo pelas mãos, a coloco ao lado de um trator e volto para jogar a gasolina, coloco fogo e saímos dali, seguindo de volta para casa.

Ela matou? Não entendi muito bem...

O Irmão do Meu Melhor Amigo - O Capítulo FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora