14° Capítulo

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-Guilherme me coloca no chão. -Mando e ele me ignora. -Idiota! -Grito e me esperneio, me joga no banco do passageiro colocando o sinto e fechando a porta a trancando com a chave para dar a volta, cruzo os braços.

-Vai se acalmar? -Ele me olha quando já está dentro do carro, olho para a janela não querendo lhe ver, ainda sinto o sangue descer por meus ferimentos. -Vamos ao hospital.

-Não! -Falo e o ouço suspirar.

-Porque é tão teimosa? Porque ainda acha que eu te trai? Depois de tudo que passamos...

-Se for falar sobre isso eu juro que pulo desse carro. -Ameaço e ele fica em silêncio o restante do caminho.

Paramos em frente ao meu dormitório e eu desço seguindo para o prédio, posso ouvir as botas dele logo atrás, mas não irei dizer nada, não quero falar com ele.

-Oi, chegou... O que aconteceu? -Tris pergunta preocupada e eu sigo direto para o banheiro.

-Ela se meteu em uma briga depois de jogar literalmente o carro de frente com outro. -Ouço ele dizer e coloco a cabeça para fora.

-Ela bem que mereceu. -Falo e saio do banheiro.

-Desculpa, mas quem é você? -Tris o olha e eu reviro olhos quando ela cora com o olhar dele.

-Guilherme, prazer. -Fala sorrindo e a fazendo derreter.

-Tris... Espera. -Ela me olha depois de sair do seu transe.

-É o meu ex. -Falo me sentando.

-Não por opção, se fosse por mim não seríamos ex.

-Você escolheu então aguente. -Falo tocando o canto de minha boca com o dedo e gemendo.

-Ok, vou cuidar desses ferimentos. -Me olha e eu nego.

-Sei me cuidar sozinha e Tris está aqui.

-Na verdade... -Eu a olho e ela sorri. -Vou ter que ir na biblioteca, terei que passar a noite acordada, estudando. -Pisca para mim e sai antes que eu fale alguma coisa, só resta nós dois no quarto.

-Caixa de primeiro socorros? -Eu respiro fundo, é só não falar com ele, vai apenas cuidar dos ferimentos e vai embora.

-Banheiro. -Aponto e tiro meus sapatos sentando como índio na cama, não importo se minha calcinha aparece, ele já viu muito mais que isso, mas decido colocar meu travesseiro em cima de minha pernas.

-Vai arder. -Avisa e eu fecho os olhos, começa a arder e gemo, sinto sua mão em minha coxa acariciando a mesma e fico mais calma. Isso não é bom.

-Agora já pode ir. -O expulso, mas ele nem se mexe quando tento o empurrar, ele realmente é um brutamonte.

-Antes iremos conversar. -Fala e eu nego.

-Não, sei qual é o assunto então não. Estou com dor de cabeça e com sono, amanhã tenho que ir escolher meu vestido para o casamento de minha mãe e não estou com cabeça.

-Sua mãe vai casar? -Ele me olha e eu suspiro. -Então deve ser por isso que ela foi no meu trabalho quando eu saí para almoçar.

-Ela foi? Espera... Porque ela iria te convidar sendo que nem estamos juntos?

-Isso magoou, mas não se esqueça que minha mãe com a sua são melhores amigas. -Eu reviro os olhos.

-Não sei o porquê. -Dou de ombros.

-Mary, agora é sério. Precisamos conversar. -Eu nego. -Deixa de agir como criança e tenha uma conversa de adulta! -Ele aumenta a voz, fico calada. O que ele for dizer pode me fazer mudar de ideia.

-Tá, vai logo e desembucha. -Falo me levantando e indo me sentar na cama de Tris para ele se sentar na minha, ficamos cara a cara.

-Achava que não ia deixar, então não sei por onde começar. -Suspiro.

-Começa desde que recebeu a ligação, onde começou a ficar estranho.

-Tudo bem, te contei que antes ela veio e te ameaçou, aconteceu o mesmo aquele dia, mas ela falou de sua mãe. Disse que precisava a encontrar ou faria mal a ela, no começo não acreditei.

-O que te fez acreditar? -Ele olha para as mãos.

-Ela me mandou uma foto de sua mãe na cozinha, foi aí que eu fiquei tenso e agi daquela forma. Me disse que se eu não aparecesse o mais rápido possível iria a matar e não confio muito nela.

-Ninguém confia. -Falo me levantando e andando de um lado para o outro.

-No meio do caminho ela me disse que era para ir em casa, fui e a encontrei na porta. Mandei entrar e ela sumiu por alguns minutos e claro que estranhei, mas antes que eu entrasse na cozinha ela saiu com dois copos de vinho.

-Porque diabos você bebeu?

-Ela praticamente me obrigou, disse que se eu não bebesse não iria me dizer o seu "plano".

-E então você bebeu... -Encaixo as peças.

-Sim, mas apenas um gole. O que ela colocou dentro foi muito mais forte do que eu imaginava, me deu enjoos e então saí correndo para o quarto e para o banheiro. Depois de tentar jogar tudo para fora voltei e ela estava parada na porta, comecei a ver tudo embaçado e no fim desmaiei.

-Porque não se lembrou de nada? -Eu paro de andar e o olho.

-Porque comecei a raciocinar e pensar sobre isso alguns dias depois que me deixou, estava muito perturbado e sentindo sua falta.

-Se encontrou com ela depois disso? -Ele nega.

-A primeira vez que a vi depois de todo aquele ocorrido foi ontem.

-Ela falou para mim... Que vocês... De novo. -Corto as palavras e ele se levanta vindo em minha direção.

-Não, bebê eu nunca traí e nunca irei trair você. Mesmo não estando juntos eu não vou sair com ninguém, porque para mim só existe você.

-Muita informação para um dia só. -Me distancio.

-Eu vou ir embora para você pensar. -Fico de costas para ele. -Saiba que sempre te amei e sempre vou amar. -Sinto seus lábios em meu ombro e sinto a eletricidade passar pelo meu corpo.

Ele fica por alguns segundos próximo a mim, fico pensando em tudo que ele me disse, sei que Sarah é capaz de qualquer coisa, mas se isso realmente for verdade... Eu tenho mais um motivo para a matar.

Quando ele vai em direção a porta eu me viro e corro em sua direção, o puxo pelo braço e assim que ele se vira eu o beijo.

Eh... ela foi um pouco burra de ter caído nessa...

O Irmão do Meu Melhor Amigo - O Capítulo FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora