16° Capítulo

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Assim que me sento no sofá batem na porta, olho para Gui que está na cozinha e ele me encara.

-Acabei de sentar e daqui eu não saio. -Deito com as pernas nas costas do sofá e o vejo indo até a porta.

-Oi... -Julia entra gritando com os rapazes logo atrás, Pietro revira os olhos quando ela pula em cima de mim. -Como você está? Quero saber tudo o que aconteceu. -Fala balançando as sobrancelhas, olho para Gui pedindo ajuda, mas ele está falando com os meninos.

-É, como aconteceu? -Vic se interessa e vejo o sorriso de Dani.

-Só irei dizer que sexo de reconciliação é muito bom. -Pisco e elas gargalham, menos a Hary. Ela fica quieta sentada na mesa olhando para a janela. -Ela está bem? -Pergunto sentindo as mãos de Gui em meus ombros depois de me arrumar.

-Está cada vez pior. As ligações, mensagens e realmente tem alguém escrevendo bilhetes com sangue para ela. -Guh fala enquanto Vic coloca suas pernas em cima das dele.

-Mas, como isso começou. Quando? -Pergunto ficando tensa.

-Desde quando a Sarah saiu do hospital, acho que hoje de manhã. -Henri diz e percebo as olheiras em baixo de seus olhos. -Só quero que ela fique bem.

-Vou ver se ela fala comigo. -Me levanto e todos me olham.

-Ela não está falando com ninguém. -Guh fala.

-Vou tentar. -Digo e Gui beija minha cabeça, sigo devagar e ela apenas tem um olhar vazio. -Hary? Está tudo bem? -Ela nega sem falar, eu suspiro olhando para Gui que acena. -Eu já passei por isso. -Falo e ganho sua atenção.

-Como fez parar? Eu não aguento mais. -Fala começando a chorar e eu a abraço. -É a cada cinco minutos.

-Vai ficar tudo bem. -Digo e ela nega.

-Não, ela vai me matar. Sei disso... -Eu seguro seu rosto em minhas mãos e a faço olhar em meus olhos.

-Não! Eu não irei deixar ninguém te machucar. Você é minha amiga e eu te amo, ninguém jamais vai te ferir enquanto eu estiver aqui. -Ela acena.

-Promete? -Lhe dou um sorriso.

-Claro que eu prometo. -Digo segurando sua mão, olho seus pulsos e estão... Cortados. -Hary, não faça mais isso.

-Desculpa, é a única coisa que consigo fazer para livrar da dor. -Fala triste e eu a entendo.

-Eu te entendo, passei por isso e sabe que por muitas coisas piores. Mas aqui estou eu e sei que vai sair dessa, tem a mim e aos seus amigos.

-Pega um copo de água, faz tempo que não bebo. -Diz e eu beijo sua testa indo para a cozinha.

-Como foi? -Gui me olha.

-Ela está se cortando, Gui... Não quero a ver assim. -Falo e ele me abraça.

-Vamos resolver, ninguém vai machucá-la.

-Eu não irei permitir, vou matá-la e ela vai se arrepender. -Digo e ele me abraça mais, olho para Hary que está olhando para o celular, ela tem um olhar assustado e olha em volta. Logo começa a gritar e chorar. -Hary... -Grito e corro até ela assim como todos.

-Não, ele está aqui... Ela disse... Mary... -Ela entra em desespero e sai correndo para as escadas, corremos atrás dela. Correu bem mais rápido e quando chego no andar de cima não sei para onde ela foi.

-Mary, banheiro. -Dani grita e então entro no meu quarto, a porta do banheiro está fechada.

-Harissa, me escuta. Abra a porta e vamos conversar.

-Ela vai me matar. -Grita e sei que está chorando muito.

-Amor... -Gui fala e olho para onde o seu olhar está olhando. Tem sangue por baixo da porta.

-Chama a ambulância. -Grito e começo a bater na porta com as lágrimas em meu rosto.

-Mary, eu vou arrombar. -Gui diz tentando me afastar, mas o meu foco está na porta.

Sem pensar duas vezes a chuto e a mesma se abre com força a rachando, vejo Hary na banheira com o braço na beira e o chão cheio de sangue, cortou as suas pernas e a barriga além dos pulsos.

-A ambulância está chegando. -Julia diz com o celular no ouvido.

Vou até ela a vendo desmaiada, Henri fica ao meu lado e eu entro em desespero quando não sinto sua respiração.

-Me ajuda a colocar no chão. -Falo e ele faz isso, preciso reanimar. -Estanca os cortes. -Gui traz toalhas e tento me acalmar, começo a fazer massagem cardíaca.

-Amor...

-Estanca! -Mando ainda fazendo. -Você não vai morrer, não irei permitir isso! Volta para nós. -Imploro ainda fazendo, ouço as sirenes e continuo a massagem.

-Nos dê espaço. -Ouço vozes e quando tentam me tirar de cima dela o empurro, continuo a fazer tudo repetidamente, ela não vai morrer.

-Volta, ainda temos planos para a faculdade. Você vai se tornar uma modelo famosa, ter uma casa em Nova Iorque, como sempre planejou.

-Moça... -Tentam, mas eu o olho.

-Ela não vai morrer! -Grito e ele me olha assustado. -Volta! -Imploro e sem sinal.

-A levem. -Ordena e sinto os braços de Guilherme em minha volta me levantando do chão, vejo os paramédicos colocarem a máscara nela e depois não vejo mais nada por estar no quarto.

-Ela não pode morrer, ela... -Tento me controlar abraçada em Guilherme.

-Vai ficar tudo bem. -Ele assegura e então entram com a maca, logo ela é levada. -Como ela está?

-Está estável, sorte da sua teimosia. -Ele diz me olhando.

-Cuida dela, eu te imploro. -Peço e ele acena.

-Não vou sair do lado dela, tem a minha palavra. -Promete e sai do quarto, Henri vai atrás com as coisas dela.

-Iremos arrumar tudo aqui. Vão descansar. -Nathalia diz e eu nego. -Mary?

-Vou matá-la, com as minhas próprias mãos. -Digo e sinto o aperto de Gui.

-Ei, não sabemos se foi realmente ela.

-E você ainda tem dúvidas? -O olho e ele não diz nada, saio andando escada a baixo.

-Onde vai? Mary, está com a cabeça cheia.

-Vou acabar com ela, e ninguém vai me impedir! -Falo pegando a chave e saíndo de casa. É hoje que teremos um funeral.

Tretaaaa

O Irmão do Meu Melhor Amigo - O Capítulo FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora