O Irmão do Meu Melhor Amigo - O Capítulo Final

23° Capítulo

Seguimos para o lugar onde está marcado, antes de ir lá em baixo vejo uma caixa d'água.

-Eu e Gui iremos subir e ver o lugar, fiquem de cobertura. -Falo e seguimos para ela, seguimos direto para as escadas e chegamos no topo que dá para ver o lugar todo. -Sniper. -Peço enquanto ele fica com o binóculo, olho em volta com a mira vendo nada de interessante.

-A direita, ao lado do beco. -Ele fala e eu miro vendo três homens.

-Por qual razão ela escolheu um lugar como esse? Está tudo cheio de lama e é ao ar livre. -Falo vendo que estamos em uma fazenda.

-Para dificultar? Temos que planejar uma emboscada, achar um lugar para nos proteger.

-Tenho uma ideia. -Falo me levantando e voltando a descer. Seguimos para onde todos estão e eles se juntam. -Como estamos em um lugar aberto temos apenas essas duas caixas d'águas do nosso lado.

-Então dois de vocês vão ficar com as snipers para nos ajudar. -Gui completa meu raciocínio.

-Vai ser a Harissa e a Nathalia, são muito boas em mira e se familiarizaram mais com essas belezinhas. -Falo entregando uma para cada e mais as bolsas com munições. -Agora o restante que irão no chão com nós terão que tomar muito cuidado.

-A área é muito aberta e temos apenas essas árvores para nos proteger. Então como estamos em 10 temos que planejar em como atacar por todos os lados. -Gui explica e eu dou um sorriso.

-E para isso eu tenho a ideia, quero que quatro de vocês vão para a esquerda e os outros quatro para a direita, eu e Gui iremos "conversar" com ela. Tomem cuidado, eles devem ser bons de mira, a Sarah é minha. -Falo e eles acenam, vão cada um para sua posição e eu olho para Gui.

-Vai dar tudo certo. -Diz acariciando meu rosto.

Seguimos para o local marcado, não consigo ver onde os outros estão e nem onde os capangas dela estão escondidos, assim que avisto meu pai minha vontade é de pular no pescoço dele, Gui me segura pela cintura.

-Hora, hora, hora. Eu realmente achei que iria desistir e amarelar, como é de costume. -Sarah provoca com um sorriso, apenas olho para o meu pai.

-Oi filha. -Ele sorri e eu ergo uma sobrancelha.

-Não sou sua filha e nunca vou ser. -Cuspo e ele dá um passo para trás com uma cara de dor. -Se juntou com a pior pessoa no mundo.

-Eu posso explicar, é apenas para...

-Para! Não quero saber da mentira que está inventando, se você quer acabar como ela então o problema é totalmente seu.

-Acabar como ela? O que está pensando em fazer? -Ele se desespera.

-Matar, assim como matei o Matheus. -Olho para Sarah com um sorriso e ela me encara séria, logo se recompoe.

-Vai ter coragem de matar a sua própria irmã?

-Se eu tive coragem para matar... -Penso no que ela disse. -O que? O que você disse?

-Sarah, disse que ia falar para ela! -Meu pai a repreende e eu tento assimilar.

-Como assim? Me falar o que? -Pergunto e eles me olham.

-É verdade, Sarah é minha filha. -Dou um passo para trás batendo no peito de Gui. -Desculpa, deveria ter contado antes.

-Se acham que falando essa mentira vão me fazer mudar de ideia estão muito enganados. -Falo não acreditando.

-Não, sei que já está decidido. Mas ela é a sua irmã. -Fala rapidamente e eu nego várias vezes andando de um lado para outro.

-Ela não é a minha irmã! Nunca vai ser, não iria suportar viver sabendo que essa aí é a minha irmã.

-Essa aí? O que...

-Cala a boca! -Grito para ela e ela arregala os olhos e dá um passo para trás, tem medo de mim? Ótimo. -Estou cansada disso tudo, de ficarem mentindo para mim, dessa vaca ficar me fazendo mal, de ficar fazendo mal aos meus amigos. Não vou mais permitir isso!

-Sabia que ela não ia se sentir culpada. -Sarah diz e eu dou risada.

-Culpada... Olha Gui, ela quer que eu me sinta culpada. Está de brincadeira? Logo você? Eu sinto ódio por você, eu sinto nojo de te ver, não consigo ouvir a sua voz que me dá ancia. -Falo com nojo e vejo seus olhos ficarem marejados.

-Então ok, tentei fazer com que acabasse de um vez isso tudo. Mas vi que você realmente não quer. Então está disposta a matar sua irmã?

-Não vem jogar isso na minha cara agora, nunca vou te ver como irmã, não cresceu comigo assim como você. -Aponto para o meu pai. -Vocês para mim não são nada!

Sarah aponta uma pistola para Gui e eu aponto a minha para ela, vejo sua mão tremer e a minha faz encostar a ponta em sua têmpora.

-Abaixe essa arma e coloque no chão. -Peço e ela respira fundo fazendo o que eu disse, nos afastamos ainda com a arma apontada. -Não faça nada de estúpido, tem uma sniper mirando para sua cabeça nesse momento.

Saímos correndo e voltamos para onde estávamos, minha cabeça está rodando e lágrimas caem incontrolavelmente, mas de raiva e ódio.

-Tudo bem? -Gui me faz o olhar e eu aceno, o restante do pessoal corre para perto de nós.

-Eles estão se preparando, estão com fardas do exército para se camuflarem.

-Peguem lama e passem no corpo, iremos nos misturar na escuridão e também nas árvores.

Eles começam a fazer o que pedi, me ajoelho no chão e Gui em minha frente, ele pega um pouco e passa no meu rosto.

Faço o mesmo passando por todo o seu corpo, minha camiseta regata fica suja e eu tiro minha jaqueta já não sentindo frio.

-Vou amarrar seu cabelo. -Nathy diz e começa a fazer uma trança raíz em mim, fico apenas em silêncio. -O que aconteceu?

-Nada, vamos apenas focar na missão. -Digo e ela termina, me levanto pegando minha Scar e colocando silenciador, ela tem visão noturna e isso realmente vai ser bom para hoje.

Pego munições para colocar em meus bolsos, coloco também uma mochila para ficar em minha cintura, coloco minha Colt no coldre em minha coxa e todos vão para suas posições.

Chegou a hora de acabar com isso.

Uol, família nem sempre é de sangue...