8 UM LUGAR AO SOL

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Ao desembarcar no aeroporto de Maceió somos recebidas por um sol igualmente deslumbrante, a excitação é palpável em todas nós.

— Elena, isto é tão bom! Nós três farreando pelo mundo.

— Nem me fale Tay. Mal posso acreditar

Amanda sedenta por informação indaga:

— Agora, qual nossa programação Elle?

— Bem, se você e a Taylor concordarem, pensei em ficarmos dois dias aqui perto em um local chamado Maragogi. Encontrei um hotel com excelentes críticas no tripadvisor. Depois, seguimos de avião para Natal, um Estado mais a cima. Onde ficaríamos mais três dias e na volta passaríamos uma noite ou duas na Paraíba que é colado com Pernambuco, onde estou trabalhando. O que você acha A.?

— Muita animação e pouco tempo, estamos de volta a velha forma!

Taylor dá gritinhos eufóricos.

— Mal posso esperar. Só faltou meu Ed para ser perfeito.

Nesse momento tanto Amanda quanto eu fazemos caretas de gozação para Taylor. Mas isto não afeta nossa empolgação, saímos as três rindo em direção a porta do desembarque para encontrar o motorista do transfer que já deve estar nos esperando.

Maragogi é um pequeno município no litoral norte do Estado de Alagoas, fica a cerca de duas horas do aeroporto. Tirando a generosidade da mãe natureza, não há nada de muito especial por lá. Nosso hotel é grande, com uma enorme área verde. Um visual paradisíaco, de um lado o rio, com belas vegetações de enormes manguezais. Do outro a praia de areias brancas que são constantemente beijadas pelas ondas de um mar degrade que tem em suas profundezas um tom azul índigo e à medida que se aproxima de sua margem vai clareando até chegar a um belo azul capri. Na área externa do hotel, caminhos sobre pontes a meia luz, circundados de jardins românticos, todos com uma iluminação pálida que transforma o ambiente em um verdadeiro cenário de filme água com açúcar.

São dois dias do mais puro e completo ócio. Drinks, boa comida, cochilos na rede à beira da praia e mergulhos em um mar de águas poeticamente azuis e mornas como um chuveiro quente bem ajustado. As últimas quarenta e oito horas foram de dar inveja até a Belphegor. Pode-se dizer que recarregamos as baterias, para esgotá-las novamente até o final das férias.

Chegamos no aeroporto internacional Augusto Severo ás seis e quarenta da noite, desta vez resolvo alugar um carro para não depender de horário de motorista.

GPS ligado e depois de quarenta e oito minutos estamos em um lindo hotel numa via que de um lado tem um belo parque de dunas e do outro um pequeno barranco que desemboca em uma praia.

A fachada do hotel é imponente. A estrutura lembra uma pirâmide Inca encrostada na barreira da estrada com andares á cima e a baixo do nível da rodovia. A estrutura é um mix de paredes de vidro espelhado com concreto num tom de rosa Melocoton, ou será um tom de laranja? As luzes artificiais não ajudam na definição exata. Arcos brancos em grupos de três são intercalados no topo da fachada.

Ao entrar nos deparamos com um hall suntuoso bem no centro enxergamos um trabalho no piso que remonta a uma rosa dos ventos dourada com um contorno em azul. Bem atrás deste trabalho no piso uma escada vazada cuja estrutura lateral lembra uma ampulheta em mármore e sobre o desenho uma escultura espiral com iluminação nas bordas desce do teto em direção ao piso. Vários jogos de sofás são espalhados pelo vão. Nos encaminhamos ao balcão para fazer o check in.

Nosso quarto é um andar à cima do nível da rua. A parede cor de pêssego se encontra com um longo painel de madeira que vai do piso até aproximadamente um metro e quarenta de altura. Nele quadrados de madeira clara com os contornos definidos por uma fina linha de tom mais escuro lembram um trabalho de marchetaria. O painel funciona como espelho para as três camas que o quarto comporta, entre cada uma delas um retângulo de madeira mais escura com uma pequena arandela fazendo a divisão dos espaços. Em frente as camas uma pequena escrivaninha próxima a varanda e uma mesinha ao lado dela. O guarda-roupas é embutido na parede e as portas de correr são adornadas com dois grandes espelhos que dão uma sensação de amplidão ao ambiente. O banheiro é de um porcelanato branco do piso ao teto entrecortado no meio da parede por um trabalho que lembra fósseis ou pinturas em pedra do período neolítico. Estou amando tudo isso.

Mundo Nada Ordinário - Série Garota Ordinária (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora