24 EPIFANIA - Parte 2

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Preciso trazê-la de volta. Não sei em que momento a perdi. Se foi a chave, a admissão de que não quero alterar o plano dos dois anos. O que por consequência significa que ainda pretendo casar com Eva, e a Figura sabe. A mudança na nossa dinâmica, se bem que isto foi em conjunto, não fiz sozinho. Ou, será que Elena escutou o telefone? Não. Impossível. Ela teria dito alguma coisa. Inferno, não sei! Mas preciso trazê-la de volta. Até porque esta falsa vulnerabilidade, depois do semi strip tease na borda da banheira, elevou meu desejo a enésima potência. Cada célula do meu corpo ficou tensa diante do passeio de suas mãos pela anatomia mais que perfeita de seu corpo. Quero cada pedaço desta mulher. Quero marca-la, domá-la, detê-la. Quero que todo e qualquer homem olhe para ela e saiba que ela me pertence, e só a mim. Caminho até a banheira enquanto ela escorrega para dentro acarinhando o que poderia chamar de meu lugar preferido neste planeta.

Elena fasta o corpo para frente deixando-me o espaço atrás dela.

Assim que me sento enlaço meu braço em sua cintura e puxo-a para meu abraço. Entre nossos corpos apenas a materialização do meu desejo por ela pulsando e doendo pela espera de estar nela.

— Ainda estou muito cheia. Acho que você vai ter que esperar mais um pouco.

Isto foi inesperado. Frustrante, na verdade.

— Você adora me levar ao limite, não é?

— Sempre!

Mais recuperada, levanto da banheira e envolvo a toalha ao meu redor. Ian me observa como um falcão. Ele sabe que algo está errado. Mas como todo bom devedor não pressionará em busca do que por medo da resposta. Neste momento me sinto hipócrita. Quão diferente sou?

Não é exatamente isto que estou fazendo? Questionando a mim e aos outros, mas sem forçar demais por medo das respostas.

Será que toda a condenação e rechaço que dirijo a Ian, é porque no fundo acho que ele é igual a mim. E mais fundo ainda, eu mesma não acredito que mereço este voto de credibilidade? Meu julgamento principalmente.

De volta ao quarto, o ambiente está todo a meia luz, exalando promessas e desejo. A cama é um verdadeiro labirinto. Colcha caindo ao chão, os travesseiros são uma confusão, pedaços de lençol bem presos ao colchão, outros nem tanto. Uma boa metáfora do caos da nossa relação.

Ao invés de me deter no espaço, resolvo abrir a varanda. Ideia idiota! Está frio demais aqui fora. Mas talvez seja o choque que falta para meu momento de iluminação divina, onde enxergarei a luz, a verdade e a porra da saída para toda esta loucura. Não muito tempo depois mal consigo mover os dedos. Sou surpreendida pelo peso de algo. Ao me virar percebo Ian com a grande colcha.

— Você é louca? Quer morrer congelada? Deve estar uns dois graus negativos aqui fora.

— O visual valia o risco.

Mentir é uma arte!

— Venha! Quero você quente, na minha cama.

— O que houve com os outros cômodos?

— Podem esperar

Ao regressar ele me senta na cama. Começa a esfregar suas mãos contra a minha. Soprando e esfregando, fazendo-a se aquecer. Beija toda a extensão do braço, ombro. Mordisca meu pescoço e começa a descer as mordidas entorno do seio direito. Chupa minha garganta e queixo, depois volta a esfregar suas mãos e recomeça todo o processo do lado esquerdo.

Mundo Nada Ordinário - Série Garota Ordinária (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora