Mundo Nada Ordinário - Série Garota Ordinária (Livro 2)

21 ACERTANDO AS CONTAS

Ao abrir a porta do apartamento Ao abrir a porta do apartamento me deparo com Taylor próxima a janela. Isto é novidade, em plena sexta ela está só? Olá ela diz sem muita emoção.

— Olá! Aconteceu alguma coisa? Onde está o Ed?

— Tinha uma despedida de solteiro para ir.

Taylor parece chateada.

— Humm

— Podemos conversar?

— Claro!

— Por que você está nos afastando?

— Acho que eu não entendi a pergunta.

— Elena, da última vez em que você criou uma parede em torno da sua vida amorosa, acabamos com você tendo um lábio inchado, hematomas nos braços e quinze dias inacessível na Cornel. Sem falar que se transformou nesse pedaço de calcário que absorve as coisas, mas não coloca para fora.

Seu semblante é irritado, e triste ao mesmo tempo. Ai Criador, acabaram— se as férias não foi? O desejo de se distrair às custas da minha vida voltou com força total.

— T. Primeiro ponto: sim, o que aconteceu entre Paul e eu alterou muitas coisas na minha vida. Mas todos vocês precisam parar de achar que sou do jeito que sou por causa disto.

Ela para variar não tem paciência e me interrompe.

— Claro que achamos, não é Elena. Você era carinhosa, acessível, o tipo de namorada que fazia scrapbook com as fotos do namoro e depois de tudo, virou...Você.

— Taylor, minha vida me fez ficar assim, não o Paul. Além daquele babaca ter ferrado minha cabeça por um tempo, não se esqueça que meu irmão morreu, meus pais entraram em rota de colisão e eu tive que lidar sozinha...

Eu paro. Dizer que lidei sozinha com o que quer que seja é muita injustiça. As meninas sempre estiveram lá por mim.

— Correção, tirando você e A., tive que lidar sozinha com os problemas da adolescência, a morte do Julian e a separação dos meus pais. Vamos combinar que não tinha como qualquer pessoa sair cem por cento dessa.

Visualizo ela ponderando as informações.

— Você não conversa conosco, nem sequer aparece para comer. Atualmente sei que você esteve e em casa quando vejo sua roupa suja no cesto, e nada mais.

— Taylor, sumir, sempre foi meu nome do meio. Qual é o real motivo desta conversa?

— Não sei! Talvez eu esteja preocupada com você, talvez esteja assustada por você não se abrir conosco. Meu Deus! Eu soube pelo Ed que você dormiu a semana praticamente inteira com o Ian. Mas não vejo você se mover para resolver esta situação. Parece que mesmo depois dessa estória de sem se preocupar, você está mais distante do que nunca.

— Pelo Ed? Tem certeza?

E lá vamos nós. Assisto enquanto minha amiga empalidecer. Consigo perceber em seu rosto ela mapeando tudo que falara até agora para tentar descobri onde foi que deu margem para que eu tivesse qualquer tipo de suspeita.

— Como assim!? Não entendi sua pergunta.

Estou cansada de desconfiar dela, e muito exausta para joguinhos. Vamos jogar toda a merda no ventilador e ver o que acontece.

— Taylor. Nós não temos conversado porque nossos horários não estão se cruzando. Mas você acabou de fazer uma colocação que só poderia ser feita se eu, ou o próprio Ian tivesse falado com você. Se fosse um caso em isolado tudo bem. Mas essa não é a primeira vez que isto ocorre. Então, acho que talvez esteja na hora de você contar o que está acontecendo.