Mundo Nada Ordinário - Série Garota Ordinária (Livro 2)

19 QUEM REALMENTE MANDA - Parte 1

Saí da festa quase dez da noite. Ainda tive que encarar a abelha rainha me convidando para a festa de comemoração da chegada de Hope. Falsa como uma nota de três dólares. Confesso que estou curiosa para saber como foi esta conversa. Talvez pergunte durante a semana, quando for me divertir com Ian. Jamie me deixa na porta de casa, o apartamento está todo no escuro. Cansada, sigo para meu quarto, tiro a maquiagem, desato o laço do vestido fazendo com que ele escorra como uma cortina leve sobre meu corpo. Ian tinha razão, não há absolutamente nada por baixo. Riu sozinha, apoio-o na cadeira faço o caminho até o guarda roupas e retiro um pijama. A calça é cumprida xadrez em cinza escuro com marcas de linha cinza mais claro e uma barra elástica cinza. A camisa em um tom de cinza da mesma cor da barra da calça com mangas longas e de linha. Pronta, deito na cama e me aninho sob as cobertas.

Ian passou o dia me ligando, mas foram tantas reuniões que sequer tive tempo de almoçar, muito menos de atende-lo. A medida em que o ano vai acabando as segundas vão se transformando numa espécie de reunião de cúpula do projeto Manhattan. Revisamos todas as operações, definimos estratégias, fazemos calls com as operações mais distantes para alinhar diretrizes, enfim é uma loucura só. São quase seis e meia da noite quando o telefone do meu escritório toca.

— Brooke.

— Você trabalha demais!

Não consigo não rir. Sou obrigada a admitir que depois de um dia estressante, escutar Joshua bem-humorado do outro lado da linha é relaxante.

— Começo a desconfiar que você é quem trabalha de menos.

Ele ri.

— Tenho uma pessoa muito competente cuidando das minhas operações. Que tal jantarmos? Posso te pegar em vinte minutos

— Neste momento você está furando a fila sabia?

— É? Prefiro acreditar que minha proposta foi mais interessante.

— Ok. Vou recolher minhas coisas e te espero na frente da ACE pode ser?

— Perfeito.

Sinto que alguém não vai gostar disto. Mas que se dane!

Depois de me pegar e passar meia hora argumentando onde estaria menos cheio, resolvemos ir para o apartamento dele onde cozinharei para nós dois.

Já me sinto familiarizada com o local. Sei até onde ficam as panelas. Joshua escolhe um vinho para nós dois. Descanso minhas coisas no sofá da sala, retiro os sapatos e caminho só de meia calça para a cozinha. Arregaço as mangas compridas de minha blusa de botões branca e prendo o cabelo em um coque. O prato da noite será uma lasanha. Estou cortando os tomates e cebolas quando ele aparece com meu telefone na mão.

— Amanda está chamando.

— Atenda para mim, por favor. Caso contrário o telefone ficará muito perfumado.

— Olá Amanda, é o Josh.

Ele tapa o telefone e me olha. Na sequência interroga.

— Você não quer convidá-la para se juntar a nós?

— Pode ser.

Ele sinaliza com as mãos que Amanda topou. Será um longo e barulhento jantar. Cerca de cinco minutos depois, quando já estou dourando o alho, a cebola e os tomates Joshua retorna.

— Está cheiroso.

— É apenas tempero Josh.

Tomo um gole do vinho, ele se senta na bancada.