Apesar da chuva de sensações que sobrecarregam meu corpo neste momento, não consigo deixar de perceber o quão longe estamos de nossa dinâmica normal. Ian esta delicado, até afetuoso eu diria. Isto é muito estranho, passa impressões e sinais trocados de carinho, posse e amor, coisas atípicas para nós dois. A distração não se prolonga muito. Logo após perceber o quanto estou excitada, o velho Ian, primal, bruto e visceral reassume seu lugar. Começo a tremer as pernas em reflexo aos estímulos de seus dedos. Uma de minhas mãos puxa seus cabelos enquanto ele morde e chupa meu pescoço. A outra acaricia de forma possessiva e voraz toda a extensão de seu quadril, dando especial destaque a área que se eleva pressionando a calça.
Dou um passo para o lado saindo da saia que se amontoa no chão, Ian vira-me de frente para ele e instintivamente laço minhas pernas em sua cintura. Gemendo, mordendo e beijando ele me carrega até seu quarto.
Sou uma visão de lingerie e cinta liga perolada somadas a longas pernas de meia-calça e sapatos altíssimos preto. Depois de praticamente me fazer gozar com os dedos, ele deita-se sobre mim, a medida em que retira suas calças e cueca. Desabotoo sua camisa e espalmo as mãos por seus largos braços afim de arrancá-la de seu corpo. Ambos nus ele começa a beijar e lamber todo meu corpo, e passo a desconfiar que seu tesão em me comer de cinta liga e meia calça é maior que sua vontade de não ter nada além dele sobre a minha pele.
Após o delicioso passeio da mandíbula até a virilha, Ian se encaixa em mim com uma enterrada profunda que arranca das entranhas do meu ser um gemido abafado e gutural. Como de costume suas largadas e retomadas começam sutis e vão se intensificando enquanto sua boca morde e suga alternadamente meus mamilos. Depois de não sei quanto tempo e sabe-se lá quantas mordiscadas, Ian segura meus dois calcanhares elevando ambas as pernas até seus ombros. A posição eleva minha pélvis, quando ele arreia seu corpo sobre o meu, minhas pernas paralelas a meu tronco, o prazer, a dor e a sensação de preenchimento são inexplicáveis. Cravando as unhas no meio de suas omoplatas, murmuro gemidos penitentes em seu ombro direito, alternando-os com mordidas e chupões nada sutis. Os sentidos se confundem, as informações passam de toque, cheiro e gosto para borrões acompanhados de gemidos.
— Ai esta você! Como senti saudades do meu docinho. Não se segure!
— Mais rápido, mais forte!
— Puta merda, como dizer não à você desse jeito?
Com o aumento da força e da pressão os gruídos e lufadas de ar quente sobre minha pele aumentam, acelerando ainda mais o nosso pequeno projeto mate Elena de tanto prazer. Arqueando as costas para trás ao mesmo tempo em que minhas unhas mais uma vez abrem caminhos profundos no peitoral dele, grito algo ininteligível enquanto gozo, e gozo de novo, e mais uma vez. Após essa manada de orgasmos Ian murmura algo sobre a delícia que é sentir tudo isso e também goza violentamente.
Percebo agora que ele não conseguiu resistir a deixar a lingerie, agora absolutamente arruinada e ensopada.
Passam das onze da noite. Sei porque o vi olhar no celular. Estou deitada de barriga para baixo, lençol nos quartos, enquanto Ian está de lado, virado para minha direção, dedos traçam caminhos imaginários do começo das minhas costelas até as curvas do quadril. Meu estado é de torpor, minha consciência oscila entre o acordado e o cochilando facilmente. O olhar que ele me dirige é desconcertante. Não tenho timidez nenhuma, mas é como se ele estivesse observando as entranhas de minha alma.
— Docinho, eu quero que você...
A vibração do telefone no criado mudo o interrompe. Vejo seu corpo enrijecer e abro um pouco mais os olhos a tempo de ver o borrão da imagem de Eva. Ele faz menção de levantar e eu dissimuladamente me aninho a seu corpo. E aí Ian, vai correr, ou vai pagar para ver? Após inalar bruscamente o ar, procurando um auxílio divino talvez. Ian passa o braço direito me envolvendo, com o esquerdo apanha telefone.
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Mundo Nada Ordinário - Série Garota Ordinária (Livro 2)
RomanceApós meses brincando de gato e rato Ian e Elena estão cada vez mais perdidos em meio aos sentimentos que nutrem um pelo outro e as características nocivas de suas personalidades. A força da química que os mantêm juntos parece não ser suficiente para...