Sério? Nem de criança eu gosto. Mas ok, vamos lá. Hora do show. Concordo com a cabeça e sigo as indicações fornecidas pela babá que estava na sala para chegar ao quarto. Bato na porta e a voz um pouco aguda da menina responde um pode entrar sem muita empolgação.
— Oi!
— Olá Elena!
A recepção é mais fria desta vez.
— Posso?
Sinalizo que quero entrar no quarto.
— Claro.
Ela está escolhendo um casaco para combinar com a calça e a blusa. Me acomodo na borda de sua cama.
Observo o quarto ao meu redor. Paredes em tom lilás pálido. Muitos livros, isso me surpreende. Esperava ainda algumas bonecas ou jogos, mas livros, definitivamente não. A colcha da cama é roxa. Hope está com a porta de corre do armário aberta enquanto observa três casacos, nenhum deles vai ficar legal com a roupa que ela está vestindo. Com um tom falsamente desinteressado ela me sonda
— Você é namorada do meu pai?
— Não. Sou amiga dele. Na verdade sou amiga dele e do seu tio.
— Tenho um tio?
— Sim. Joshua é seu nome. Você vai adorá-lo, ele é fantástico e está louco para te conhecer.
— É amiga da mãe deles também? Veio me dizer que a família é ótima, minha avó é maravilhosa e vamos ser todos uma grande família feliz?
Realmente, ela é muito adulta para a idade. Me lembra alguém.
— Não. Na verdade, vou lhe confessar uma coisa e agradeço se você não contar a seu pai.
Ela me olha com curiosidade.
— Detesto sua avó. Mas seu tio é realmente uma pessoa maravilhosa. Louco, assim como seu pai. Mas ambos são ótimas pessoas. E estão ansiosos para te conhecer e conviver com você.
— Você namora o meu tio?
Por que raios eu tenho que namorar alguém?
— Não. Não sou namorada de ninguém. Apenas tenho intimidade o suficiente para participar das loucuras da família. Que sua avó não sonhe com isso.
— Por que ele não veio com vocês? O meu tio?
— Seu pai não quis te pressionar.
Ela sacode a cabeça.
— Aparecer depois de dez anos, realmente sem pressão.
Vamos ver se ela realmente é tão madura assim.
— Eu não sou boa com crianças. Mas você me parece muito mais do que uma simples criança, então vou ser bem honesta com você ok?
Ela fica feliz com o comentário e rebate
— Não sou criança.
— Desconfiei disto desde o momento em que olhei para você.
Seu sorriso se amplia.
— Seu pai é bem tapado de vez em sempre. Tem o péssimo hábito de acreditar de mais em algumas pessoas. E sua avó é uma delas. Mas ele é uma boa pessoa. Eu estava lá quando ele descobriu que você existia. Foi devastador para ele. Culpa e arrependimento, são pouco para descrever o que ele sentiu. Desde então tudo que ele pensa é em como se aproximar de você.
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Mundo Nada Ordinário - Série Garota Ordinária (Livro 2)
RomanceApós meses brincando de gato e rato Ian e Elena estão cada vez mais perdidos em meio aos sentimentos que nutrem um pelo outro e as características nocivas de suas personalidades. A força da química que os mantêm juntos parece não ser suficiente para...