*Capítulo 9 - A garota

3 0 0
                                    

Nicolas, Rebeca e o médico legista, olhavam para o corpo da jovem que estava coberto por um saco plástico branco fechado com zíper. Rebeca hesitante fitou ligeiramente o médico que degustava seu pirulito, fazendo-o girar na boca, batendo entre os dentes.

- Você não vai abrir para vermos o corpo? - indagou ela sentindo o corpo ficar gelado.

O zíper ranhou e a cada centímetro que era aberto, o corpo da jovem começava a ser visível.

Uma fumaça fria emanou do interior do saco agora todo aberto, mostrando a garota com sua pele num tom branco gelo acinzentado.

- Por que teve que fazer isso? - questionou Nicolas com certa indignação ao ver o corte que ia do tórax até a altura do abdômen. - Sabemos o que levou a sua morte. Asfixia!

- Não. Vocês não sabem - retrucou o médico. - Ao menos nem sabiam que a vítima sofria do coração?

- O quê? - falou Rebeca incrédula. - Mas...

- São procedimentos - falou o médico - e tenho que segui-los, vocês entendem? A morte realmente foi causada por estrangulamento. Asfixia. Como ele mencionou, o que dá para ver nessas marcas aqui e aqui - mostrou ele com as mãos sobre o pescoço da jovem. - Sinceramente tenho que admitir, fiquei estupefato ao ver seus dedos sem as unhas. - Ele fez uma pausa mostrando-lhes uma das mãos. - Mas... o mais sádico. - Ele voltou a fazer uma pausa. - Odoro essa palavra. Sádico - titubeou ele antes de continuar. - Foi o que ele fez após ela está morta. Creio que meia ou uma hora depois.

- O dono do motel disse que a encontrou quinze minutos após um homem que temos como suspeito deixar o quarto. - falou Nicolas trocando um rápido olhar com Rebeca.

- Estão vendo esses pequenos cortes nos dedos... como se a lâmina tivesse escorregado, ou não estivesse afiada? O cara que procuram não deve ser um perito no assunto.

- Encontrou sêmen? - indagou Rebeca.

- Você quer saber se eles transaram? - falou o médico.

Rebeca bufou desconcertada. Já estava de saco cheio do médico legista e suas insinuações jocosas.

- Sim. Eles fizeram sexo e. - Mais uma pausa - Pelo que encontrei a coisa foi violenta, uma transa selvagem. Mandei o que encontrei para análise... os resultados devem chegar em uma semana.

- Uma semana? - indagou Nicolas. - Não temos todo esse tempo.

- Se me permite uma pergunta... - ponderou o médico tirando o pirulito da boca, que fez um som estranho. - Por que o interesse de vocês nessa jovem?

- O suspeito de matá-la também pode ser o responsável por roubar e, possivelmente assassinar um homem... estamos à sua procura mas...

- Uma semana? - voltou Nicolas apontando o dedo para o médico legista.

Rebeca dava suas explicações quando foi interrompida por aquele tom ameaçador de Nicolas para o médico.

- Talvez menos, talvez mais - disse o médico dando de ombros.

- Venha Rebeca. Já temos o que precisamos - esbravejou Nicolas demonstrando raiva na voz. - Vamos pegar esse filho da puta.

Bem-vindo à Escuridão - ContosOnde histórias criam vida. Descubra agora