*Capítulo 6 - O bar

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As mãos trêmulas tentavam segurar com firmeza o volante. Charles sentia todo o seu corpo suar frio, mesmo com o ar abafado daquela hora da noite. Deu a partida no Monza seguindo para qualquer lugar que não fosse voltar para sua casa.

22:33 - NOITE ADENTRO - Bar

Um emaranhando de gente se espremiam nas mesas. Outras no balcão do bar, tomavam até não poder mais. Juntas elas tagarelavam e conversavam alto, chegando a abafar o som da música que saia dos alto falantes.

Charles em meio àquele barulho infernal parecia distante sem saber ao certo por que estava ali.

Acompanhado de uma caneca de cerveja suada, ele passou a palma das mãos no rosto, até ouvir uma voz meio atrapalhada chamar sua atenção.

- Posso me sentar aqui? - perguntou uma jovem segurando o espaldar da cadeira, e olhando com certa malícia.

Charles não titubeou e fez sinal com a cabeça para que a jovem lhe fizesse companhia.

Ela sorriu e sentou fitando seus olhos.

- Posso? - perguntou ela de novo depois que ele tomou mais um gole da cerveja.

A jovem pegou a caneca e virou tomando de uma só vez o líquido gelado. Ela chegou a sentir um frio pelo corpo com quão rapidez ele desceu por sua garganta.

- Precisamos de mais. - falou ela saindo e indo em direção ao bar socado de gente.

Charles por sua vez pareceu gostar de tudo que estava acontecendo. A jovem era bonita e estava atraente. Vestindo uma calça jeans colada ao corpo, e uma camiseta regata também justa ao corpo, realçando os seios.

Instantes depois ela retornou com mais duas canecas e, quase deixou uma delas cair ao sentar sem jeito na cadeira.

- Acho que estou bêbeda. - soltou ela com uma gargalhada.

A música alta e o tagarelar das pessoas lhe davam certas pontadas na cabeça de Charles e, a única coisa na qual pensava era: beber cada vez mais para que tudo aquilo se silenciasse.

- Vamos sair daqui. Te espero lá fora. - disse a jovem que, se levantou e saiu aos tropeços pela porta.

Ao passar pela porta sentindo o ar fresco e ameno, misturado ao calor de cruzar a fronteira entre o interior do bar e a rua, Charles gostou, e quando observou a jovem dentro de um carro buzinar para ele duas, três vezes impaciente, levou um esbarrão de um homem alto e barbudo que não o tinha visto.

Imerso em algo que ele mesmo não entendia, Charles nem ouviu as desculpas do tal homem, ele apenas o seguiu com os olhos, e viu quando o sujeito entrou numa picape saindo levantando poeira que se desfez na escuridão da noite.

- Achei que não fosse vir. - falou a jovem que em seguida deu a partida no carro.

Ao sair levantando poeira, os dois seguiram sem sentido certo. E numa noite como aquela, quem gostaria de saber aonde iria parar?

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