SEM REVISÃO
Naquele dia em específico, eu estava mais do que decidida em perguntar aquela garota estranha sobre o que ela queria dizer com toda aquela história de ratos e proteção. Aquela situação já estava me causando alucinações, prova disso fora o sonho que tive na noite anterior.
Não demorou muito para que eu a encontrasse frente sua casa com seus livros e um laço branco enfeitando seus cabelos. Respirei fundo e pus-me a caminhar mais rápido para alcançá-la e terminar logo com aquilo. Por mais que soubesse que ela não passava de uma simples garota eu ainda tinha medo de seu portar. Ora, não me julgue, é estranho.
— Bom dia. — soprei ao ficar em sua frente. Ela nada disse e continuou concentrada em sua leitura. — Camila, não é? Bom, pois bem. Você poderia me explicar o que diabos quer dizer com "ratos" e essa coisa toda de cobiça e etc? Eu realmente estou confusa e preciso entender o que está acontecendo ao meu redor, então, se pudesse me ajudar e dizer o que está havendo, eu agradeceria.
Lentamente ela ergueu a cabeça, seu olhar agora em mim. O canto de seus lábios elevados em um sorriso.
— Você me lembra Louis com toda essa sua impaciência. — Mas quem diabos era Louis? — E Lorenzo com toda sua inocência. — O quê? Alguém avisa à ela que não está esclarecendo as coisas por aqui? — Mas não acho que seja a hora de te contar, espere um pouco mais, Laurenzinha.
— Não! Eu quero saber agora! — bufei, estava mais do que insatisfeita com todo aquele mistério.
— Shhhh. Vai acordar os vizinhos, — levantou-se. — e tenho certeza que você não quer isso. — sorriu. Normalmente, para variar. — Não seja uma garota má e espere, sim? Prometo dizer-lhe futuramente... Ou não. Papai me mataria. — fez uma careta.
— Você só está confundindo as coisas em minha cabeça. — ela me encarou novamente, parecendo se dar contar das coisas que dizia e recompondo sua postura.
— Apenas não fale com estranhos e tudo ficará bem. — agachou-se para recolher seus livros. — E diga a Dominic que não ande muito com Julian, ele está entrando na puberdade, e ratos como ele costumam ficar perigosos nessa época.
— Pode ao menos me contar o que quer dizer com "ratos"? — supliquei, e pensei que ela diria algo, mas algum movimento vindo de sua casa a fez perder a atenção por ali. Encarou o horizonte atrás de si, vendo a claridade surgir no céu.
Ouve um ruído em sua residência, e dessa vez até eu me atentei ao que poderia ser o provocador de tal. Camila tinha seus olhos cravados na janela à direita, soltando um suspiro e deixando os ombros caírem.
— Tome cuidado, Laurenzinha. Nos vemos amanhã, eu sei que você virá. — foi-se de vez, deixando-me totalmente mais confusa do que eu já estava.
***
Era tarde quando Dinah terminava de organizar a biblioteca cuja qual trabalhava. Sentou-se na cadeira confortável atrás do balcão do estabelecimento, acomodando-se e fechando momentaneamente os olhos.
(Música On: Olivver The Kid - Lucy)
— Hansen, Hansen... — a voz era conhecida, tanto que a loira não evitou arregalar os olhos. — Tsc, tsc. Será que você nunca vai aprender?
A polinésia buscou a dona do timbre, sentindo um pequeno alívio ao ver que se tratava de Sofia Cabello, e não da irmã mais velha. Mas isso não a fez ficar menos preocupada.
— O que está fazendo aqui? — perguntou, levantando-se. A outra colocou as mãos na cintura, os cabelos longos movendo-se junto com sua cabeça, que tombou para o lado.
— Vim resolver alguns assuntos para Camila. — respondeu. — Creio que você deve saber do que se trata.
No mesmo instante a loira sentiu seus nervos tensionarem. Droga!
— Não sei do que você está falando. — mentiu, engolindo em seco. Sofia negou com a cabeça, observando em volta.
— Por quê você sempre tem que tornar as coisas mais difíceis, uhm? — em questão de segundos, a garota já estava com a mão no pescoço da menor, segurando-a contra a parede. — O cheiro dela está no seu corpo, fraco, mas está.
— E-Eu não fiz nada, droga! Aquela vadia da sua irmã sabe disso! — berrou, desesperada. — Selena quem está caçando ela, vocês sabem que eu não posso pegar humanos!
— É meio impossível quando se trata de Lauren, não acha? — apertou mais seus dedos na pele de Dinah, que segurava o braço de Sofia com a falha tentativa de retirá-lo dali. — E não minta para mim, vi você ao redor da casa dela ontem. Se não estava caçando ela, o que estava fazendo?
— Nada, porra! — berrou. Na verdade estava de guarda, Normani pediu-lhe para vigiar quem se aproximava da residência.
Selena estava na cidade.
Gomez só não havia agido no dia anterior porque sentiu a presença de Hansen. Não estava apta a batalhar naquele dia e sabia que se tocasse em Lauren, Camila tentaria lhe aniquilar.
Havia muita diferença entre a força de Dinah para a outra arquirrival.
Cabello era mais do que uma filha da puta fodidamente forte.
Ela era irremediavelmente e demasiadamente poderosa pra caralho.
Selena não ousaria, não naquele dia.
— Vou deixar você livre. — proferiu. — Mas apenas porque sei com quem você se relaciona. — soltou o pescoço da outra, esse que já tinha algumas marcas pela força exercida. — Espero que fique bem longe de Lauren, Hansen. — soprou, vendo-a sentada no chão, sem energias para fazer algo. — Pois se você se aproximar de novo... — colocou-se de cócoras, encarando a loira. — Não sou eu quem virá te procurar. E acredito que você não quer ver uma Camila enfurecida.
Quando a Cabello mais nova se foi, deixando-a caída lá, tentando recuperar todo o fôlego, Dinah enfim levantou-se tempos depois, tocando no ombro que provavelmente tinha batido contra a parede no impacto.
"Espero que fique bem longe de Lauren, Hansen.".
— Nem fodendo!
***
Era noite, ela ressonava baixinho debaixo de seus lençóis enquanto dois olhos castanhos a observavam minuciosamente. Procuravam algum sinal de maus tratos, ou algo parecido com violência física. Não encontrou nada e deixou-se relaxar por um instante. Agachou-se ao lado da cama, ficando próxima a garota pálida, sorrindo de canto.
— Já te tiraram tantas vezes de mim... — murmurou. — Mas não vou deixar que façam isso novamente, não quando, pela primeira vez, você veio na forma de garota. — seu sorriso triplicou de tamanho, e ela se viu na grande dúvida de tocar-lhe o rosto ou não, acabou por fazê-lo. — Eu só queria poder ver os seus olhos sem que você tivesse medo de mim. Eu nunca te farei mau algum, nunquinha mesmo. — encarou um ponto qualquer do quarto. — Nem que para isso eu tenha que renunciar à minha família.
***
Oi!
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Mistérios em Pensilvânia
FanfictionTaylor Jauregui precisa de alguém para cuidar de seu filho, enquanto viaja em sua turnê, por conta do seu novo livro. Lauren Jauregui, sua irmã mais nova, acaba aceitando a missão. Mal sabia ela que Pensilvânia era repleta de mistérios macabros e in...