Mistérios em Pensilvânia

Fight

SEM REVISÃO

Lauren não faria sua caminhada aquele dia, de acordo com ela, seu corpo precisava de um dia de descanso. Resolveu andar pela vizinhança, conhecer melhor o bairro. Tinha chovido forte na noite passada, por isso a morena fez questão de usar suas galochas amarelas e seu casaco preto para explorar Pensilvânia em plenas 06h25m da manhã. Seus olhos estavam mais claros aquele dia, talvez por conta do clima ou o reflexo de luzes em sua íris, era suspeito dizer. Mas estavam tão atrativos que a própria dona passou horas os observando no espelho do banheiro.

Colocou as mãos nos bolsos, recebendo o vento frio que fazia-se presente contra seu rosto. As bochechas e o nariz corados pela recente friagem. Naquele dia ela fez o trajeto oposto ao que era acostumada. Não se preocuparia em voltar para casa na hora certa, Dominic não tinha aula hoje. Percebeu que sua teoria sobre as residências serem todas do mesmo modelo, porém, com cores diferentes estava certa. Não encontrou nenhuma moradia que não fosse similar às outras e isso a deixou entediada. Caminhou um pouco mais, logo à frente encontrando um odor não muito agradável. Pela rua em que seguia agora, eram apenas árvores de ambos os lados da avenida. Taylor falou sobre aquilo, o tal parque ecológico e a reserva. Não haviam cercas que a impedissem de andar por ali, e vendo assim, ela acreditou que não haveria problema. Então, curiosa como era, desviou-se para dentro do emaranhado de árvores, galhos e pedras que se manifestavam naquele local.

A cada passo que dava, o odor tornava-se mais forte. E por incrível que pareça, ela se sentia instigada em saber de onde aquele aroma vinha. O seguiu. Com algumas plantas por seu corpo e alguns vermes já se movendo por si, Lauren encontrou um urso morto. Franziu o cenho, fazendo o maior esforço possível para não inalar o ar daquele espaço. Esticou o braço, tirando as samambaias que a impediam de ver o urso por completo, seu cérebro revirando em confusão ao ver as mordidas pequenas sobre a pele felpuda.

— Hey, não deveria estar aqui! — assustou-se ao ouvir a repentina voz, tropeçando e quase caindo. Porém, braços seguraram seus ombros e a mantiveram de pé. — Cuidado, aí. — a voz soou risonha.

Lauren estava tremendamente vermelha, respirando fundo antes de girar sobre os calcanhares e encarar o estranho. Era alto, magro e tinha um rosto bonito. Pelas frestas laterais do chapéu que, junto com a farda que usava, era da guarda florestal, podia-se perceber que ele era loiro.

— Está perdida? — perguntou, aproximando-se e curvando-se para ver o animal que agora se encontrava atrás de Lauren.

— Não. Apenas estava dando uma volta. — comentou, o guarda a fitando no mesmo instante.

— Dando uma volta? Essa hora? Uma moradora de Pensilvânia?! — inquiriu surpreso. — Uau. Nunca esperei por isso. — voltou a analisar o urso.

— Não sou daqui, venho de Miami. — respondeu, agora na mesma posição que o homem, de braços cruzados.

— Para alguém que veio do litoral, você não deveria ser mais bronzeada? — ele zomba, analisando Lauren por completo.

— Acho que foi por isso que me expulsaram de lá. — comentou sarcasticamente, ouvindo a risada do guarda, que estendeu a mão para ela.

— Sou Iorran Prescott, é um prazer conhecê-la, senhorita... — deixa no ar, instigando a menor a dizer seu nome.

— Lauren.

— Senhorita Lauren. — ele dá um aperto em seu tato, antes de colocar-se de cócoras e tentar ver algo através do pelo do animal morto.

— O que aconteceu com ele? — pergunta, referindo-se ao urso não muito cheiroso. Iorran deu de ombros.