Curiosidade

93 13 2
                                    

Capítulo 14

.

"A curiosidade é um monstro que alimentamos para nos engolir..."

(Fulvio Ribeiro)

.

As mãos dançavam afoitas sobre os corpos que já se enroscavam em busca de maior contato, chocando-se ora ou outra com as paredes estreitas do elevador. Se estivesse em condições de agir sensatamente, Daisuke sentiria desconforto com a câmera que transmitia aquelas imagens indecorosas diretamente ao porteiro, mas naquele momento ele estava muito concentrado em invadir a boca de Kayla em um beijo quente.

No carro não trocaram sequer uma palavra, assim como no largo estacionamento do prédio do baixista, mas a tensão sexual parecia esmagadora e, tão logo as portas de aço do elevador se fecharam, ambos cederam aos instintos para lançarem-se um sobre o outro. As mãos dela invadiram a camiseta e arranharam o corpo magro de músculos rijos, arrancando ofegos cada vez mais excitados. Daisuke, por sua vez, perdia-se no prazer dos beijos profundos e ousados. Entre mordidas nos lábios e gemidos abafados, as línguas se acariciavam com sensualidade.

O rapaz sentiu parte de sua sanidade romper quando, com uma das mãos, envolveu o seio e apertou a carne com vontade sobre o tecido fino do vestido. Kayla grunhiu o que pareceu o nome do baixista, e as portas do elevador finalmente se abriram.

Ela não deu atenção ao piso lustroso e elegante do longo corredor ou à porta negra polida, esbanjando finesse com seus detalhes entalhados. Talvez porque ambos estivessem preocupados em não interromper as carícias enquanto Daisuke tentava digitar a senha na fechadura digital com mínima precisão.

Foi com alívio que a porta se abriu, sendo logo fechada com um chute desajeitado do baixista assim que o casal adentrou a sala, onde ele se ocupou de retirar o casaco sem nunca deixar de beijá-la. Logo as mãos firmes agarraram as ancas redondas da jovem, incentivando-a a envolver a cintura dele com as pernas para ser carregada com passos largos até o quarto. Ela riu da pressa e do jeito autoritário de Daisuke ao ser lançada sobre a cama, que protestou com um barulho seco.

O homem cessou os movimentos para vê-la. Os fios vermelhos e ondulados estavam espalhados sobre o lençol escuro e emolduravam o rosto níveo com delicadeza; o vestido cinza de tecido leve caía displicente sobre o corpo curvilíneo atraindo a atenção para as pernas femininas quase nuas.

— Você não vem? — A maneira como as palavras dançaram na boca rosada fora um convite tentador.

Daisuke retirou os coturnos com agilidade e expressou um sorriso malicioso ao acariciar lascivamente as pernas de Kayla até os pés para, então, também descalçá-la. As mãos tornaram a subir ao mesmo tempo que o corpo dele se aproximava até estar sobre ela.

O beijo foi calmo, mas logo tornou-se profundo e excitado. As carícias recomeçaram agitadas, e as peças de roupas passaram a se tornar obstáculos. Daisuke gemeu ao sentir os lábios de Kayla deslizarem em seu pescoço, um ponto fraco recém-descoberto por ela, e logo se afastou para se despir da camiseta e das calças que já pareciam muito incômodas. A jovem sorriu libidinosa ao vê-lo só com a boxer que revelava sua latente virilidade. Daisuke era mesmo muito atraente.

— Você é linda — expressou ele, rouco de desejo.

O baixista puxou o vestido lentamente para cima e, com a ajuda de Kayla, retirou-o. A lingerie de renda preta fazia um bonito contraste na pele alva, e o rapaz sorriu aprovador ao admirá-la. Não perdeu tempo ao despi-la do sutiã com experiência, revelando os seios firmes que logo foram acariciados por suas mãos e língua. Ele já transara com muitas mulheres, mas eram raras as vezes que se sentia tão motivado. Somado a esse sentimento existia algo ainda não identificado, algo que fazia seu coração bater depressa contra o peito a cada vez que arrancava gemidos satisfeitos de Kayla.

A Garota DelesOnde histórias criam vida. Descubra agora