Proximidade

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Capítulo 12

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"A proximidade gera familiaridade que, por sua vez, gera confiança."

(Nicholas Sparks)

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Kayla não permitiu que Trevor subisse até o apartamento de Oreki. Depois que sentiu a tensão entre ambos, achou melhor seguir sozinha. Assim que pressionou a campainha, no entanto, arrependeu-se de ter se despedido do amigo diante do prédio. O rosto que a recebera com um sorriso convidativo não era do seu anfitrião.

— Estava aguardando você, Kayla.

Satoshi era mesmo surpreendente. Ele abriu a porta num gesto cavalheiro, dedicando-lhe uma graciosa piscadela quando a ruiva passou ao seu lado.

— Sinto-me honrada — respondeu nervosa, seu olhar procurando o vocalista.

— Oreki está ocupado com o Kyo — explicou o guitarrista educadamente enquanto a conduzia até o sofá, sua mão espalmada nas costas femininas de um jeito carinhoso. — Eu gostaria de falar com você.

Kayla suspirou e sentou-se, deixando a bolsa ao lado. Não demorou para que Satoshi se sentasse também, totalmente concentrado nela.

— Antes que diga qualquer coisa, Satoshi, quero me desculpar por ontem. — Ela achou melhor começar, encarando-o com seriedade. — O que aconteceu não se repetirá.

Os olhos negros nublaram-se em uma decepção maldisfarçada, mas logo o rapaz se endireitou sobre o sofá de um jeito que seu rosto se aproximasse da ruiva.

— Infelizmente, Kayla, acho que não devia dizer isso. — A sinceridade de Satoshi a fez recuar, mas a mão dele alcançou seu rosto antes que pudesse virá-lo. — Eu não pretendo desculpar você.

As pálpebras dela alargaram-se com a sentença, e o guitarrista achou que seus belos orbes pareciam grandes esmeraldas naquele momento, reluzentes e notavelmente confusas.

— A menos que você me recompense com um encontro — completou ele, sugestivo.

A modelo permaneceu em silêncio, observando a expressão séria do moreno enquanto pensava.

Não devia aceitar. Ela sabia que um encontro complicaria ainda mais seu relacionamento com o Sumire. Ela sabia, especialmente, o que desejava para si mesma e a importância de seguir seus planos. Então, por que diabos estava hesitante?!

Kayla pousou a mão sobre a do guitarrista, que ainda estava em seu rosto, e retirou-a com gentileza.

— Eu não busco um relacionamento, Satoshi — explicou, encarando-o determinada. — Não posso oferecer o que você quer.

Satoshi franziu o cenho e, sem emitir qualquer opinião, inclinou-se até beijar os lábios dela. Foi um toque sutil e casto, quase reverente. Quando ele se afastou, Kayla não se moveu, surpresa com a iniciativa.

— Eu aceitarei o que você puder me oferecer. — O jeito que as palavras foram sussurradas, como uma promessa, fez com que a jovem expirasse. Ela nem havia notado que prendera a respiração.

— Você está certo disso? — perguntou insegura.

Ouvi-la considerar sua proposta fez Satoshi sorrir em aprovação. Kayla achou-o tremendamente bonito daquele jeito, o sorriso vitorioso combinava com ele. Não resistiu em acariciar o queixo masculino, sentindo a barba crescente, até pousar os dedos delicados sobre os lábios dele.

Lentamente, Satoshi deixou de sorrir, mirando admirado a rosto níveo da modelo. A carícia dela deixou-o completamente entregue e o rapaz entreabriu os lábios, mordendo com suavidade os dedos que queriam conhecê-lo.

A Garota DelesOnde histórias criam vida. Descubra agora