Capítulo 17
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"A solução para um problema coloca-nos diante de outro problema."
(Martin Luther King)
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O olhar de Jaoki parecia dançar indeciso entre os amigos. As claras expressões de desagrado e irritação sinalizavam que a conversa não seria agradável.
— Então? — questionou Satoshi mais uma vez, dando um passo à frente em uma tênue ameaça. — Irá nos explicar o que estava fazendo com a Kayla e por que, diabos, estão tão próximos?! — O guitarrista, enciumado, quase cuspia as palavras.
Jaoki inflou os pulmões quando, com ar cansado, jogou-se de forma despojada no sofá.
— Estava indo até a casa do Daisuke e a encontrei na rua — respondeu com uma simplicidade desconcertante. — Ofereci ajuda e Kayla pediu para dormir na minha casa.
— Foi ela quem pediu? — Kyohei parecia consternado.
— O que você fez a ela, Daisuke, para que preferisse andar sozinha na chuva a estar na sua casa? — perguntou Jaoki, sério.
— Ela contou que esteve na minha casa? — O baixista quis saber, franzindo o cenho em interesse.
— E precisava? — O rapaz deu de ombros, mas não pareceu um gesto relaxado. — O que mais explicaria ela estar ali, tão longe da casa do Oreki?
— Não vamos mudar de assunto — pediu o vocalista, severo. — Por que não nos avisou que ela estava com você?
A acusação recebeu o apoio silencioso dos amigos, que agora encaravam Jaoki demandantes.
— Como saberia que a estavam procurando?! — Ele suspirou frustrado, as mãos agitando com nervosismo os fios pretos e azuis que caíam sobre a testa em desalinho.
— Porra, Jaoki! Se imaginou que a Kayla saiu da casa do Daisuke, devia saber que ela não disse onde estaria! — explodiu Satoshi, o indicador em riste quase atingia a face do amigo.
— E eu tenho a cara de médium? — retrucou Jaoki com raiva, estapeando o maldito dedo à sua frente. — Estava preocupado em consolá-la, porque Kayla parecia desolada! O que vocês fizeram para deixá-la daquele jeito?
Todos se remexeram incomodados com a pergunta. A culpa parecia pesar sobre suas cabeças como uma sombra.
— Eu a espiei... — Oreki foi o primeiro a confessar. — Ela cantava uma música própria e, inferno, não consegui me conter! Era uma letra profundamente dolorosa, como se narrasse lembranças. — Mordeu o lábio, sentia-se mal por tê-la pressionado depois do episódio. — Tenho razões para crer que a Kayla sofreu violência e perdeu alguém.
Kyohei caminhou pela sala, silencioso e com os ombros tensos. Não importava que os amigos não soubessem exatamente o que Fukushima lhe disse, o segredo daquela mulher parecia se revelar sem a necessidade de que o contasse. O que faria se descobrissem? Kayla entenderia que não foi ele a entregá-la?
— Eu acho que você está certo — concordou Daisuke, levando uma mão ao rosto e encarando Jaoki entre os dedos. — Você é o único que não sabe, cara, mas encontrei Kayla em um bar e meio que... rolou algo entre nós.
— Como assim...? — Jaoki sentiu-se profundamente contrariado com a novidade. — Você e ela...?
O baixista esfregou uma mão na outra, nervoso pelo que diria a seguir:
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A Garota Deles
RomanceKayla é uma modelo em ascensão que guarda um perigoso segredo. Ao ser convidada para representar a linha feminina de produtos da banda de rock Sumire, ela acredita estar cada vez mais próximo de seu objetivo. Apesar de seu passado sombrio, as coisas...