Capítulo 24 - O Chefe

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Maite


Desde que recebi a notícia, parece que o tempo está se passando mais devagar. Parece que parou. Minhas pernas se movem, mas não lembro de manda-las se mover. Está tudo no automático. Pessoas fala comigo e eu apenas assinto com a cabeça, ouvindo a voz de longe.
E uma pergunta em minha mente. Porque?
Por que alguém faria isso com Ana Brenda? Ela podia não ser a melhor pessoa no mundo. Mas ainda assim não merecia a morte.
Minha mãe me ligou e eu atendi assim que o carro para em frente ao aeroporto. Sinto William me puxar pela cintura levemente e eu apenas me apoiar nele.
- Alô? – atendo.
- Maite! Minha filha! Ela não podia, Maite!
- Calma, mãe. Estou voltando agora para casa. Fica calma.
- Tudo bem, - ela chora – Volta logo.
- Maite! – ouço alguém gritar e Josie vem se jogando em meus braços. – Está tudo bem? – ela me pergunta.
- Não, não muito. Ainda estou um pouco atordoada – eu falo.
- Você não está sozinha, ok? Estamos com você – ela aperta minha mão e eu a abraço novamente.
- Obrigada – eu falo, deixando mais lágrimas caírem.
Sou levada até o embarque. Mas não consigo me concentrar. Apenas fico pensando. Claro que Ana Brenda e eu nunca fomos próximas e tudo, mas eu não queria que terminasse assim. Não deu tempo nem de me despedir. A ultima vez que nos encontramos foi um desastre e me sinto muito culpada. Se eu não tivesse aparecido em seu casamento com Daniel, talvez ela não tivesse vindo pra cidade e estivesse viva. Foi tudo culpa minha.
- Pare de pensar besteiras – William diz. Levanto meu olhar para encontrar com o dele. Eu tinha dito isso em voz alta?
- Não é sua culpa, Maite. Ana Brenda escolheu seu próprio caminho. Não me venha com esses pensamentos estúpidos – ele fala.
- Mas...
- Nada de mas – ele segura meu rosto – Não quero ver esse olhar em você. Você não tem culpa de nada. Ana era uma vadia. E não merecia aquilo. Mas a vida é assim. E temos de aceita-la. – Respiro fundo.
- Volto já – eu me levanto e vou para o banheiro.
Molho meu rosto e me olho no espelho. Meus olhos estão vermelhos e inchados e minhas mãos tremem.
Ana Brenda.

Ainda parece mentira.
Batem na porta do banheiro. Lavo minhas mãos e saio. William está me olhando preocupadamente. Me jogo em seus braços e choro baixinho. Ele me traz até nossos assentos e me consola. Estar perto dele me dá um momento de paz. De tranquilidade.
- Obrigada – resmungo em seu peito – To estragando sua camisa. Ele passa as mãos pelo meu cabelo e beija minha testa.
- Não importa. Só não fica assim. Eu odeio quando você fica desse jeito. Eu não sei o que fazer.
- Só me abraça – eu peço.
E ele me aperta mais forte em seus braços.

Quando chegamos aos Estados Unidos, tudo se tornou ainda pior. Nesse meio tempo em que estávamos na Grécia, tinha me esquecido da imprensa daqui que adorava uma tragédia. Milhares de paparazzi, repórteres e jornalistas estavam nos esperando. E para meu terror, não tinha como escaparmos.
William e Drake logo arranjam alguns seguranças e conseguimos entrar em um taxi.
Tinha quase me esquecido de que mídia adora os meninos. Não sei como eles aguentam essa invasão todo dia.
Vou diretamente para o apartamento de Ana onde meus pais estão juntamente com seu corpo. Alguns conhecidos da família já estão instalados e velas estão acesas por todo o lado. Assim que entro, vejo Daniel num canto. Olhando pro nada, com os olhos inchados. Assim como os meus.

Vou até ele e o abraço. De início ele não demonstra nenhuma reação. Parecia que ele estava hipnotizado, mas segundos depois ele pisca e olha para mim, devagar.
- Ela estava grávida, Maite. – Coloco minhas mãos na boca.
- Fui no seu trabalho finalizar o processo do nosso divórcio quando ela me conta. No começo não acreditei, a chamei de mentirosa. Mas no fundo eu sabia. Ela estava mesmo grávida. Passei dias pensando no que fazer e quando eu tomo a iniciativa de dá-la outra chance...
– Ele para de falar.
- Eu sinto muito, Daniel. Você merecia uma família. – Ele balança a cabeça.
- Eu não entendo. Quem faria uma coisa dessa? Com uma mulher grávida?
Aperto seu ombro gentilmente.
- Vamos descobrir quem fez isso, Daniel. E seja quem for, vai pagar.
Eu juro.


Você é Minha, PORRA! (Adaptação Levyrroni) { I Temporada }Onde histórias criam vida. Descubra agora