Capítulo 9 - Deslizes

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Maite 


Era quase meia noite quando Angelique e eu saímos do táxi e entramos na boate. Decidimos que íamos tomar aquele porre e esquecer os problemas enquanto ela me atualizava sobre mais cedo. Ela me contou sobre o tal Peter e que ele estava a ajudando a hackear os resultados dos exames. Ou seja, Sebastian estava caindo no conto mais velho do mundo. 

- David, irmão de Josie, está nos ajudando. Marcamos de nos encontrar depois porque não quero ser vista muito na empresa dele. Aquela vaca pode desconfiar. – Angelique fala contente e toda animada.

- Josie? A secretária de Sebastian? 

- Sim. Ela está sendo um amorzinho comigo. Também não vai muito com a cara daquela vagabunda. 

- E quem vai? – falo e depois de algum tempo, pergunto. – Mas você planeja desmascara-la antes do casamento? – ela ri e balança seus cabelos. 

- E qual seria a graça, minha amiga? Claro que não. Vou reunir todas as provas contra ela e no dia do casamento, em rede Nacional, vou revelar a verdade para todos. Ela merece. 

Fito bem Angelique, e percebo que depois de todos esses meses, ela amadureceu rapidamente. Não era mais aquela garotinha debilitada pelo seu passado. Suas atitudes e gestos demonstraram que ela soube como seguir em frente apesar da sua dor. E está tentando recuperar o que lhe foi pego. Parecia outra mulher, decidida e destemida, como eu fui. Sorri e peguei meu drink e levei ao alto. 

- Um brinde as nossas conquistas! – falo e ela animadamente faz o mesmo. 

Pedimos mais um drink e fomos dançar. O movimento estava fraco hoje, o que não achei ruim. Não estava no clima para sexo casual. Na verdade, desde que tive a briga com William, o que ainda não consigo entender o que realmente houve, não tive cabeça para isso. Saí com um carinha uma vez, mas minha cabeça sempre se voltava para ele. Parece que ia levar tempo até eu voltar ao normal. No começo foi mais difícil, claro. Eu ficava me perguntando o que eu havia feito de errado, mas depois de algum tempo eu apenas aceitei. William tinha seus próprios problemas, seus próprios pesadelos e eu era uma estranha para ele. Nosso relacionamento não era sério. Nenhum de nós queríamos nada mais que sexo e estávamos bem com isso. E o que tínhamos um dia acabaria. Devia agradecer por ter terminado antes que eu pudesse ter me acostumado mais a ele e pior, me apaixonado. Então, acabei aceitando que não era pra ser. Bola pra frente. Mesmo que minha vagina dissesse exatamente o contrário.

- Vem, Maite! Quero tomar mais um Cosmopolitan! 

- Vou ao banheiro primeiro! – aviso-a e fico na fila, checando meus e-mails enquanto ela pede nossas bebidas. 

Algumas mulheres cochicham sobre homens lindos na pista e sobre a música. Confiro minha roupa e quando chega minha vez, entro no box e depois checo minha maquiagem. Retoco meu batom e saio. Assim que eu chego na pista, Angelique chega, esbaforida. 

- Angel? O que houve? Nossas bebidas estão prontas? – ela olha para o bar e me olha, hesitando. 

- Fala logo. O que foi? 

- Bem, acho que você não o viu. 

- Eu? Vi quem? 

- William. Aqui. No bar. – meu coração acelera. E depois para. 

- Não o vi. Mas o que tem? Estou bem. Sério. – ela continua me olhando nervosa. 

- É que ele está sozinho. E está mau. 

- Como assim?!

Ela me puxa até o bar e aponta um corpo que está debruçado sobre a bancada do bar. O homem está desleixado, com os cabelos emaranhados e bêbado. Totalmente bêbado. Ele grita com o garçom e pede mais uísque. Quando o mesmo recusa, ele grita, xinga e pega-o pelo colarinho. Essa é a nossa deixa. Com o coração na mão, Angelique e eu corremos até ele. O garçom está prestes a empurra-lo quando chegamos. 

Você é Minha, PORRA! (Adaptação Levyrroni) { I Temporada }Onde histórias criam vida. Descubra agora