Capítulo 49 - Se eu não tiver você.

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- Familiares do senhor Thomas Grey? – Um homem que aparentava ser médico munido de uma prancheta em mãos chamou e de imediato todos se levantaram e foram na direção dele.

- Eu sou a filha dele. – Grace se adiantou em responder.

- Senhora Grey, o quadro do seu pai é estável mais inspira cuidados. – Avisou sem rodeios a todos presentes ali. – Ele teve um princípio de infarto ao qual foi contido, porém realizamos alguns exames que confirmaram a obstrução de algumas veias, precisamos fazer um cateterismo, mas para a realização do procedimento é necessário a autorização dos familiares dele, lembrando que este é um procedimento evasivo e de risco, mas que o risco maior é ele permanecer da maneira que está. – Completou.

- Como o senhor se chama? – Carla perguntou.

- Oh... Perdão pelos meus maus modos. Eu sou o Doutor Flyn. – O médico respondeu sem jeito.

- Doutor Flyn, eu sou Carla uma das filhas do senhor Grey. Primeiramente gostaria de agradecer pelo atendimento prestado ao nosso pai – Disse olhando para Grace. – Segundo este é o único procedimento que pode ser feito? Eu conheço um pouco dos riscos e eu temo pelo o que possa acontecer, pois o meu pai já possui idade avançada. – Falou apreensiva.

- É como falei senhora Grey, o cateterismo é um procedimento bastante evasivo, porém eficaz. Nós temos a melhor equipe médica da região, na qual está repleta de profissionais renomados e experientes, mas é claro que o risco existe, porém é bem pior deixá-lo do jeito que está. – Disse sério. – Não posso negar que não haja outro procedimento, porém seria apenas um paliativo e o seu pai provavelmente vai voltar a sentir os mesmos sintomas e talvez não tenha a mesma sorte que teve hoje. – Informou.

- Sorte? – Mia perguntou preocupada.

- Sim, mais alguns segundos e ele viria a óbito. – Avisou para o espanto de todos ali presentes.

- Eu concordo e você, Carla? – Grace perguntou a irmã.

- Também. - Respondeu depois de ponderar bastante.

- Ok! Avisarei a equipe médica e iniciaremos o processo em alguns minutos. – Flyn avisou já se preparando para deixar a família da mesma forma que havia encontrado.

- E a minha mulher, doutor? – Christian perguntou apreensivo ao perceber que não teria informações sobre Ana.

- Sua mulher? – Perguntou confuso.

- Sim, minha mulher deu entrada há poucos instantes. Ela está gravida...

- Oh... Sim, a jovem. – Disse lembrando-se de ter visto Anastácia no centro cirúrgico. – Eu a vi, porém não sou eu quem estou cuidando do caso dela e sim a doutora Greene que é obstetra e ginecologista. Eu não posso dar um parecer médico mais posso garantir que a sua mulher está em boas mãos. Aguarde alguns minutos que logo terá notícias a respeito. – Assim que terminou de falar a médica responsável por Ana apareceu ao lado dele. Christian observou a quantidade de sangue presente no jaleco dela e ficou bastante apreensivo com isto e com o fato dela aparentar cansaço, como se tivesse travado uma longa e dura batalha. – Greene... Estávamos falando sobre você.

- Presumo que sejam familiares da Anastácia Grey.- A mulher falou olhando para os Greys Trevelyan.

- Sim, somos. – Christian apressou-se em responder.

- Trago boas e más notícias. – Avisou para o desespero de todos. – A boa notícia é que o sangramento foi contido e que a perfuração não atingiu nenhum órgão vital, incluindo o aparelho reprodutor dela. – Ouvir aquilo foi um alívio para Christian que se deixou levar por lágrimas.

- A minha filha e neto estão bem, não é mesmo doutora? – Carla questionou.

- O bebê está sim fora de perigo, porém o seu estado da mãe inspira cuidados devido a uma pancada que ela sofreu na cabeça, na região do lóbulo frontal que é responsável principalmente pelas funções motoras, por este motivo ela está sedada para que possamos realizar exames mais detalhados a fim de sabermos se ela pode ou não apresentar alguma sequela. – Informou.

- Ela vai ficar sedada até quando doutora? Que tipo de sequela ela pode ter? – Christian perguntou tão rapidamente que se Greene não fosse acostumada com os comuns questionamentos de familiares dos pacientes não entenderia sobre o que ele falava.

- Pretendo deixá-la sedada por pelo menos setenta e duas horas.

- Tudo isso? Mas... Poderemos ficar com ela durante esse tempo, não é?

- Esse é o tempo mínimo necessário para que as atividades vitais dela voltem ao normal, e sim vocês poderão vê-la, pois ela será transferida daqui uns instantes para ao quarto. – Respondeu oferecendo um sorriso para ele. – As sequelas podem ir desde a perca temporária da fala até a dificuldade locomotoras.

- Por favor, Doutora, faça o possível para que isto não aconteça. A minha Annie não aguentaria ficar desta maneira. – Raymond suplicou.

- Infelizmente não está em minhas mãos decidir isso, cabe apenas esperarmos, e caso vocês sejam pessoas que creem em Deus clamarem para que tudo ocorra bem. – Disse com pesar. – Eu volto em alguns minutos para liberar a visita, está bem? – Perguntou no que todos concordaram com ela e ao lado de Flyn voltaram ao centro cirúrgico levando consigo a esperança e fé daquela família que sem dúvidas enfrentava o momento mais difícil de todos os tempos.

Um passado não esquecido.Onde histórias criam vida. Descubra agora