Capítulo 33 - Um passado não esquecido.

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- Você é ciumento? - Ana perguntou deitada nos braços de Christian. O dia tinha amanhecido e os dois não pregaram o olho durante a noite toda, porém após se amarem intensamente deram uma pausa e conversaram e voltaram a se amar de novo.

- Com você sim. – Christian respondeu sem rodeios.

- Com nenhuma outra você sentiu ciúmes? – Ana precisava de uma resposta concreta, por isto voltou a questioná-lo de outra maneira.

- Não. – Christian respondeu pondo os cabelos dela atrás da orelha. – Você fica ainda mais linda a luz do dia. – Disse em tom apaixonado.

- Por que você acha que não teve ciúme das outras? – Ana perguntou ignorando o elogio que ele havia acabado de fazer.

- Você não desiste, não é mesmo? – Disse sorrindo da determinação dela. – Como eu poderia sentir ciúmes de alguém que não gostava Ana? Eu nunca namorei e...

- É eu sei. – Ana disse o interrompendo. – A Mia sempre me disse que as mulheres que você ficava acabavam se apaixonando por você.

- Ela disse isso? – Ele perguntou divertido. – Essa Mia anda muito fofoqueira pro meu gosto. – Falou deixando Ana emburrada.

- Ela deve ter comentando em uma conversa qualquer nossa. – A morena falou o encarando.

- Conversa cujo tema era eu. – Christian disse sorrindo satisfeito.

- Não banque o convencido. – Ana retrucou.

- Admita Ana, você e Mia conversavam as escondidas sobre mim. – Ele a provocou.

- Nós não falávamos sobre você. – A morena disse vacilante.

- Fingirei que acredito. – Ele disse prendendo o riso.

- Christian! – Ana o repreendeu batendo em seu peito.

- Au! Não pode bater, alias até pode mais não ai. - Ele disse emanando luxúria.

- Seu safado! – Ana falou sorrindo.

- Confessa vai. – Christian pediu manhoso.

- O que? – Ana falou sem entender.

- Que você perguntava de mim para a Mia. – Respondeu e torceu para que a resposta fosse sim.

- Depois do que aconteceu conosco não falávamos muito sobre você em nossas conversas e mesmo eu querendo muito saber evitava perguntar, mas vez ou outra nas atualizações que Mia dava sobre a fazenda e os outros daqui ela citava seu nome e a dor de cabeça que estava dando a tia Grace por conta das garotas. – Ana sentiu um desconforto a falar sobre isso.

- Foi uma fase e já passou. – Christian disse firme.

- Mas não deixa de ser algo que você viveu, Christian.

- Vivi no passado, Ana. – Falou segurando forte a nuca dela com uma das mãos. – Eu queria que todas as minhas primeiras vezes fossem contigo, mas nem tudo acontece da forma que queremos, porém estamos aqui e estamos bem não é? Isto é o que importa.

- Eu não fico feliz em saber que você já ficou com tantas assim e que com a exceção da Leila não costumava ficar com a mesma mulher. Por que com ela, Christian? Por que você a tratava diferente das demais? – Ana perguntou temendo a resposta.

- Eu não sei Ana. – Ele foi sincero ao responder.

- Provavelmente ela tinha algo diferente de todas as outras. – Ana disse triste.

- Você tem algo de diferente de todas as outras. – Christian afirmou com os olhos fixos dela. – Leila é passado e nunca chegou perto de fazer parte do meu presente, mas você sempre foi o um passado não esquecido, no qual eu quero viver para todo o sempre. – Disse e carinhosamente beijou os lábios dela.

- Christian...- Ana sussurrou entre o beijo.

- Quero você baby, apenas você. – Ele disse e logo depois voltou a cobrir os lábios dela com os seus.

- Aninha? Aninha? Ana abre essa porta! – Mia chamou do lado de fora do quarto.

- É a Mia! – Ana sussurrou para Christian assim que a voz da prima junto às batidas na porta foram ouvidas. – O que nós vamos fazer? - Ana perguntou aflita e Christian apenas sorriu do desespero dela.

- Já estou indo. – A morena gritou na tentativa de acalmar a prima.

- Anda logo Ana! Por que você trancou a porta do seu quarto? – Mia questionou do lado de fora do quarto.

- Você dorme com a porta aberta? – Christian sussurrou para que somente Ana pudesse ouvir.

- Sim, as meninas sempre entram pela manhã no meu quarto e a porta aberta evita que eu precise me levantar para abrir para elas. Por que essa cara? – Perguntou ao perceber a cara de incrédulo dele

- Se eu soubesse tinha vindo te visitar no meio da noite. – Christian disse safado e logo tomou um tapa em seu braço. – Auuu! – Protestou ao sentir a dor.

- Você é um pervertido! – Ana disse e Christian levou suas mãos ao traseiro dela em resposta. - Isso não é hora Christian! Anda se esconde logo. – Ordenou enquanto ficava de pé e colocava suas roupas.

- ANAAA... – Mia voltava a gritar do lado de fora.

- Já vou Mia, você sabe como eu sou devagar pela manhã, então, tenha calma. – Gritou de volta enquanto terminava de se vestir. – Pega as suas roupas e põe debaixo da cama e se esconde lá também.

- Não sabia que você era tão mandona. – Christian disse e Ana pode perceber o duplo sentido da frase.

- Anda logo, e Christian, independente do que você ouça não saia debaixo da cama, está ouvindo? – Sussurrou novamente.

- Sim, Sra. – Christian respondeu batendo continência.

- Palhaço! – Foi tudo o que Ana disse antes de ficar olhando ele desaparecer de suas vistas.

- Pronto Mia. – A morena falou após ter aberto a porta.

- Quem está aqui com você? – Mia questionou irrompendo a porta do quarto dela.

- Ninguém. – Ana respondeu vacilante.

- Quem está aqui com você, Ana? – Mia inquiriu novamente com um tom mais firme.

- Que cisma Mia, eu já disse que estou sozinha. – Ana falou tentando levar a prima para distante da sua cama.

- Então, já que está sozinha você não vai se importar se eu der uma olhada em seu quarto, não é? – Mia provocou.

- É claro que irei, pois você está duvidando da minha palavra. – Ana disse tentando parecer triste com a desconfiança da prima.

- O que está acontecendo Aninha? Nós nunca tivemos segredos e hoje eu sinto que me esconde algo. – Ana se sentiu mal por está mentindo para a sua amiga, mas o que ela poderia fazer além de tentar proteger a si e a Christian.

- Não está acontecendo nada Mia. – Falou firme.

- Você está diferente desde a noite em que passou com Christian. – A mais velha disse.

- Eu só fiquei um pouco abalada em ter o visto quase sem vida, Mia. Não tem um minuto sequer que eu não pense nisto. – Ana foi sincera ao falar.

- Imagino. – Mia disse concordando. – Eu não o vi hoje, você tem ideia de onde ele possa ter ido? – Perguntou sem malicia alguma.

- Eu não sei. – Ana voltou a mentir. – Ele pode ter ido cavalgar. – Completou.

- É, pode ter sido isso mesmo. Enfim o café da manhã está quase pronto é melhor você se arrumar, nos vemos daqui a pouco.

- Está bem. – Ana disse enquanto Mia ia embora. – Foi por muito pouco. Falou se jogando na cama enquanto Christian havia saído debaixo da cama e trancava a porta.

- Até quando vamos esconder que estamos juntos, Ana? – Christian perguntou sério. 

Muito sério.

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