Subestação de metrô de Primavera, terminal F
Com uma espingarda em mãos, Azar disparou contra a porta de um vagão de trem solto, um dos leves e modernos com estrutura prateada, porém pessimamente cuidado e sujo pelo desuso. Não cedendo, ela aplicou um chute frontal, que abriu a passagem para eles.
Aarseth foi o primeiro a entrar e olhou para a sua direita, onde se localizava o maquinário.
- Como os últimos dois prefeitos não terminaram a rota para o Rio, vamos ter que saltar desse VLT quando os trilhos acabarem - disse, observando suas companheiras de fuga entrarem veículo.
- Ninguém aqui tem medo de altura, gatinho - rebateu Catarina, rindo provocativa.
Azar observou a troca de olhares incomum entre os dois.
- Os pombinhos podem combinar a próxima foda depois do holocausto, por favor?! - perguntou irritada, mirando com a espingarda no hacker, que ergueu as mãos assustado. - Tira a gente daqui, babaca! - Apontou o cano para a sala de maquinário.
- Aí, Capitão Barba Loira! - gritou Aars, nervoso. - É melhor baixar essa bola e confiar em mim, eu sou a única chance de você sair viva daqui!
- Pessoal, calma! - gritou Catarina, aflita com a situação.
O jovem estendeu a mão à criminosa, como se pedisse a arma. Confrontada, a mulher franziu o cenho e mirou no garoto novamente.
- Se quiser pode atirar - provocou o garoto, arrumando seus óculos. - Esse VLT não move um metro.
- Não te mete, Catarina! - esbravejou a loira. - Não consigo ver se o Arthur sobreviveu à viagem, por isso não vou entregar essa merda. Não tenho como confiar a minha vida totalmente a um desconhecido que pode me trair e pôr uma bala na minha cabeça.
- Vai se foder! - bradou a ruiva, espantada ao lado de sua mãe. - Só pensa em você mesma?
A loura de tapa-olho deu dois passos para trás e apontou a espingarda para a filha.
- Se quer se juntar a ele - falou, arqueando ambas as sobrancelhas -, fique à vontade.
- Já falei que eu não movo um dedo daqui, sua maluca! - gritou Aars, apontando o indicador para baixo, quando um tiro seco ecoou.
Logo, uma mancha de sangue verde do hacker se espalhou em seu ombro esquerdo. Seu corpo tombou para trás e depois de dois passos retrógrados, cedeu caindo ao chão. Desesperada, Catarina correu e se ajoelhou chorando sobre o peito do rapaz atingido.
- Sua louca! - berrou a ruiva, com as veias saltando a garganta.
A explosão sentimental da garota parou quando o cano da espingarda estava sobre sua testa.
- Como vai ser, guri? - perguntou Azar, olhando para o garoto.
Baqueado, Aars olhou para sua amada e viu seus cachos ruivos a levitarem em direção à porta como se uma brisa forte soprasse. Ao olhar do lado de fora do veículo, viu o que não esperava.
O portal negro, como um furacão, sugava tudo do lado de fora. A estrutura do vagão começou a tremer, dando sinal de que iria junto com os ventos. Mais próxima da passagem aberta, Catarina foi a primeira a alçar voo para fora do veículo.
Num rápido movimento instintivo Aarseth se atirou, agarrando a ruiva com uma das mãos e com a outra, do ombro ferido, se segurou na estrutura da porta quebrada do VLT.
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WSU's Raiju
AdventurePara todo velocista o tempo deveria ser relativo, exceto para Arthur. Seu tumor cerebral faz com que cada uso de sua supervelocidade seja infinitamente doloroso e, somando isto ao fato de estar cercado de pessoas lentas demais para ele, há apenas o...