I'm... In love?

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Sai do consultório e dirigi-me para o meu carro que estava estacionado à porta da casa da Juliette.

Cheguei ao carro e abri a porta. Ouvi um grito.

“Que é isto?” – Pensei

Os gritos continuavam. Fiquei a ouvir de onde vinham, apercebi-me que… Juliette?

- Juliette?! – Gritei.

Corri para a porta da casa dela e abri-a. Apressadamente dirigi-me para o quarto dela. Abri a porta devagar, com medo do que ia encontrar…

- Juliette? – Gritei ao vê-la a contorcer-se, a espernear, a gritar, a chorar – Fala comigo Juliette! Por favor!! – Eu agarrava-a com força, com a tentativa de a fazer estar quieta. – Está tudo bem Juliette, tem calma. Eu estou aqui – Abracei-a com força enquanto ela gritava no meu colo.

Desculpa Barbie, mas tem de ser. – Disse enquanto lhe mandava uma chapada bem forte na cara.

Com a esquizofrenia é assim, a única coisa que a podia fazer voltar ao mundo real, era sentir algo bem forte. Que é mais forte que dor?

Em alguns segundos, ela parou de gritar. Mas continuava a chorar perdidamente. Não tinha condições para dizer nem uma única palavra. Os olhos dela estavam fechados com a imensa quantidade de água dentro deles.

- Anda Juliette – Peguei-a ao colo, pois ela ainda não estava em condições para andar – Precisas de um banho.

Dirigi-me para a casa de banho e pousei-a no chão. Ela ficou em pé, imóvel e sem reacção. Parecia um zombie… Desculpem a expressão. Eu fui preparar a água para o banho.

Dirigi-me para a frente dela e soltei-lhe o cabelo que estava preso num elástico. Tirei-lhe os ténis e despi-lhe as calças e a camisola. Ela ficou apenas em roupa interior. Pensei seriamente se não a ia deixar envergonhada que eu a visse nua, mas para falar verdade, não creio que ela se vá lembrar de alguma coisa.

Fui atrás dela e desapertei-lhe o sutiã. Ok… Agora não sei se é ela que está envergonhada ou sou eu. Tentei abstrair-me disso. Voltei a ir para a sua frente e tirei-lhe a única peça de roupa que cobria o seu corpo. Tentei nem sequer olhar para ela. Missão falhada. Fiquei ali parado, sem qualquer reacção. O ar começou a fugir dos meus pulmões e o meu coração batia tão forte que eu acho que era possível ouvi-lo.

- És linda… - Disse com um sorriso parvo na minha cara.

Sem resposta. Ela apenas olhava para o espelho… Nem se mexia.

- Não Zack – Disse para mim mesmo – Ela só tem 13 anos… Tu podes ser preso!

Ri com os pensamentos que passaram na minha cabeça. Para uma menina de 13 anos, ela tinha um corpo bem bonito. Eu, sem exagero algum, dava-lhe uns 16…

Peguei-a ao colo e fechei os olhos. – Não Zack, não Zack, não Zack… - Repeti isto para mim mesmo umas cem vezes até, finalmente, a colocar deitada dentro da banheira.

Despi toda a minha roupa e sentei-me atrás dela. Ela ficou sentada entre as minhas pernas, mas de costas para mim. Era melhor assim, não tinha de a olhar. Comecei por lavar-lhe o cabelo, depois o corpo. Enquanto o fazia, eu desviava os meus pensamentos, para não me fixar no corpo dela. Quando acabei pude finalmente descer à Terra e apercebi-me de que ela chorava. Sem hesitar, abracei-a. Abracei-a bem forte. Aí sim… Eu juro que o meu coração nunca bateu tão depressa. Não conseguia controlar a minha respiração e o meu corpo tremia por todos os lados.

Peguei nela e levei-a para o quarto. Vesti-lhe um pijama que estava em cima da cama e tapai-a com uns cobertores. Ela fechou os olhos e não demorou mais de cinco minutos para adormecer profundamente.

Dei-lhe um beijo na testa, antes de me dirigir para a porta.

“Amo-te Juliette” – Este deve ter sido o último pensamento que passou pela minha cabeça.

À Procura da FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora