My name is Francisca

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“Querida mãe,

Estou quase a desabar, são 4 da manhã e está uma faca na minha mão.

Acho que era muito simples acabar com tudo agora, não?

Poderia voltar a ver-te. A abraçar-te.

O que eu faço mãe? ”

Pousei a caneta e o bloco em cima da secretária, a faca continuava na minha mão…

As lágrimas caiam sem parar e não me deixavam respirar como devia. Meu coração doía, mais que o habitual, as minhas mãos tremiam.

Belo momento para morrer…

Olhei o meu reflexo por alguns segundos no espelho, minha cara estava cheia de lágrimas, e os meus olhos completamente fechados, provavelmente pelos 2 dias que eu já não durmo.

“Em que é que eu me tornei?” – Pensei.

Deixei-me cair no chão, e meti a cabeça entre os joelhos enquanto me deixava chorar.

Parecia que me estavam a bater com várias marretas na minha cabeça.

- Olá, Juliette.

Levantei devagar a cabeça para encarar uma menina.

Usava um vestido branco, um pouco velho. Os seus cabelos eram completamente pretos e longos, e a cara era desformada e cheia de buracos e queimaduras.

Quando a olhei, levantei-me num impulso, perdendo um pouco as forças que me restavam.

- Tem calma, linda – Ela aproximou-se – Chamo-me Francisca.

- Sai! Sai daqui por favor – Eu dizia enquanto tapava os meus olhos com as mãos.

- Tu não queres isso – Ela pousou a mão no meu braço – Queres voltar a ver a tua mãe?

Olhei-a com receio – Quero.

- Eu posso ajudar-te.

- Por favor! Sai daqui! – Fechei os olhos com imensa força.

Quando os abri, já tinha voltado à minha habitual solidão.

À Procura da FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora