I'm fine :)

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Triiiiiiiiiiiim. Era o meu despertador, ainda com os olhos fechados desliguei-o. Levantei-me devagar com a esperança de tudo já estar bem. Olhei em volta, o mundo não parava à espera que eu ficasse feliz novamente. Vesti-me e penteei-me. Senti uma pequena falta da minha mãe por estar-me a pentear sozinha. Abri devagar a porta para ninguém notar a minha presença. Passei pela sala de jantar onde a minha família tomava o pequeno-almoço.

- Bom dia Barbie - A minha mãe e a Patrícia falaram ao mesmo tempo - Não tomas o pequeno-almoço? - Patrícia perguntou.

- Não! - Respondi com arrogância

Sai de casa e fui em direcção à escola. Pronta para enfrentar o último dia de aulas.

- Bom dia Juliette - A Subben cumprimentou - A tua mãe não veio?

- Não Subben - Eu respondi enquanto me dirigia para dentro.

As aulas correram bem, foram apenas despedidas e essas coisas, por sorte este ano não ia haver festa final, não me apetece nada ir para um palco cantar e dançar.

A última aula estava a acabar, a professora de música tinha-nos dado alguns minutos para nos despedirmos, alguns dos meus colegas choravam e eu estava apenas sossegada, num canto da sala, sentada em cima de uma almofada verde alface.

- Está tudo bem Juliette? - A professora Sophia ajoelhou-se à minha frente

Eu não aguentei e comecei a chorar. A professora Sophia sempre fora a minha favorita, era muito simpática. Ela abraçou-me.

- Alguém te fez mal Barbie? - Ela limpou-me as lágrimas

Até a minha professa de música me chamava de Barbie.

- Não professora, ninguém me fez mal. - Respondi enquanto me levantava

Tocou para a saída.

- Gostei muito de estar estes anos contigo. - A professora abraçou-me - Espero que corra tudo bem, e não te esqueças que na tua idade, chorar não vale de nada. - Olhou-me nos olhos - Aproveita a vida.

Sorri para ela e fui em direcção à porta de saída, para nunca mais voltar a entrar.

Estava a caminhar em direcção a casa. "Porque é que a minha mãe não me foi buscar?" Eu interroguei-me isto várias vezes pelo caminho.

Cheguei a casa e fui até ao jardim, ao banco baloiço, mais concretamente.

- Como foram as aulas? - A minha mãe estava lá à minha espera - Estás melhor?

- Deixa-me em paz! - Eu falei calmamente

- Eu não deixar-te em paz filha, tens de falar comigo. - Ela aproximou-se de mim - O que aconteceu?

Sentei-me no banco e meti a cabeça entre os joelhos.

- Eu não sei o que se passa mãe, asserio - Eu chorava - Só me apetece bater em toda a gente, sem razão nenhuma.

- Ouve Barbie - Ele ajoelhou-se em frente ao banco onde eu estava sentada - Vamos a um psicólogo.

- Não mãe! - Eu gritei - Estou bem!

- Filha, isso não é normal, tens de ter ajuda filha - Ela gritou

- Deixa-me sozinha, mãe. - Ela assentiu e saiu em direcção a casa.

Olhei o céu e limpei as lágrimas.

Sim... eu estava mal, mas ninguém precisava de saber.

Coloquei um lindo sorriso no meu rosto e saltitei em direcção a casa como uma pequena criança que eu era.

À Procura da FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora