Capítulo 26

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Kevin estava montado em uma moto, no topo de um edifício. Alguns metros a frente havia uma rampa improvisada de madeira.

- Tem certeza que quer mesmo fazer isso? - Rosa perguntou ao seu lado.

Em resposta Kevin abriu um sorriso.

- Vai ser divertido, a noite é uma criança. - Ele corrigiu a sua postura. - Só aguarde, vamos dar um jeito no Brian.

Kevin acelerou ao máximo, mantendo a moto perfeitamente reta. Ela passou pela rampa e voou pelos ares.

Kevin equilibrou-se com perfeição, esperando o momento certo para saltar. A moto descreveu um semi-círculo até um andar do prédio à frente, no qual entrou quebrando um grande vidro fumê. O corpo de Kevin saltou com facilidade, aterrissando de pé bem a tempo de ver a moto dando cambalhotas loucas quase acertar um sujeito, que se jogou rapidamente na parede, e sair derrubando boa parte da mobília, só para arrancar o outro vidro e desaparecer janela a baixo.

Kevin andou calmamente até o sujeito que quase matou com a moto, e cumprimentou-o cordialmente:

- É um grande prazer sr. Brian Willian.

O sujeito ficou ofegando assustado. E não respondeu. Kevin então continuou:

- Bem, eu já sei que você esteve envolvido num caso grave na vila Gran XVI. Quero que diga tudo o que sabe!

O sujeito pareceu ter se assustado e sacou uma faca, começando a avançar contra Kevin. Entretanto, não conseguiu dar um passo antes que uma dor aguda no pescoço o detivesse. Foi então que percebeu que alguém havia posicionado uma katana imperial em seu pescoço. Era Jason, que estava preparado para degolar Brian num instante.

- Calma sr. Brian, não perca a cabeça. - Jason disse sarcasticamente.

- Q-quem são vocês?

Kevin sacou uma pistola e a ergueu para Brian, ele a pegou com relutância.

- Acho que você sabe que arma é essa. - Disse Kevin.

Brian apontou a arma para a cabeça de Kevin.

- Não se preocupe sr. Brian, mesmo que você atire eu não vou morrer. Por outro lado...

Brian sentiu um aumento incômodo na pressão provocada pela lâmina de Jason. Este cochichou no ouvido de Brian:

- Veja o número de série. - Brian virou a pistola e conferiu, imediatamente seu rosto mudou a ponto de parecer ter levado um tiro. - Sim Brian, este é o revólver de Sask Ackerman. Seu falecido amigo. infelizmente você foi meio traiçoeiro não é.

- ...

Kevin continuou. Era preciso o máximo de pressão possível se quiséssemos que ele confessasse.

- Sabemos de tudo, das pessoas que morreram por sua causa em Gran XVI. Da autorização que o exército deu a um grupo religioso para construir uma sede de adoração naquele lugar... tudo.

- Sabemos que esteve fora do ar por anos.

- Sabemos que foi você que entregou a localização do filho de Sask ao general Hans.

- Você ficou com medo. Não foi Brian? Você...

- Cala a boca!!!

- Você não quis se arriscar com Sask, não é? Assim que teve a chance garantiu sua sobrevivência. Mesmo que isto tenha significado assinar a sentença de morte de centenas de pessoas.

- CALE-SE!!! - Brian começou a choramingar. - Se calem por favor...

Rosa entrou pela janela.

- Parem de atordoar este coitado! - Ela disse com falsa indignação, mas teria sido capaz de convencer até a madre Teresa de que se importava.

- Cala a boca! - Jason gritou com Rosa e lhe deu um tapa no rosto. - Leve este imbecil para o carro. Vamos descer como viemos.

Jason e Kevin correram e se jogaram pela janela, tomando o máximo de impulso que puderam para desaparecer. O braço direito de Kevin grudou na barra de segurança da varanda do segundo andar, Jason agarrou a perna de Kevin com as duas mãos.

- Uggghhh. - Gemeu Jason. - Espero que tenhamos sido convincentes.

Ele se preparou e soltou-se para agarrar a grade da varanda do andar de baixo. Kevin desceu para a varanda de Jason logo em seguida, de andar em andar eles chegaram ao chão. Então entraram no carro e ficaram esperando por Rosa e Brian.

Assim que apareceram, Jason falou alto para ter certeza que Brian ouvisse:

- Põe ele no porta-malas sua lerda, vamos logo. - Ele ficou seu olhar no prédio atrás de Rosa e ela viu pessoas em várias janelas porém suas cabeças para fora e procurarem por uma fonte de barulho, talvez em alguns instantes estariam desconfiadas do carro.

Por sorte, Brian não se recusou a entrar bem tomou o tempo deles com reclamações.

. . .

ALGUNS DIAS DEPOIS

- Por que te tratam assim? - Perguntou Brian.

Rosa respondeu:

- Eu acho que pra eles sou tipo uma serva ou algo assim, eles não me respeitam. E você? Quero dizer... Por que esta aqui?

Kevin contou tudo para rosa, demorou um pouco para que ele concordasse em falar, mas rapidinho ele contou tudo, sobre a mercenária, a investigação sobre James e por consequencia a sobre Hans. Foi aí que tudo desandou, Brian ficou apavorado e decidiu trair Sask antes que se envolvesse muito. Mas Sask invadiu o laboratório por conta própria e quando voltou tinha roubado dezenas de pedras de sangue cuja a maioria escondeu, ele disse ter prego algumas, por achar que seriam úteis e depois ter explodido o depósito no laboratório onde conseguiu essas pedras.

Além disso, quando voltou também tinha um pen-drive com a planta do laboratório e diversas informações sobre arquivos confidenciais que não podiam ir a público, quanto ao pen-drive ele pediu para Brian salvar em sua nuvem online protegida com senha, então destruiu-o. E então Brian teve certeza de que Sask seria descoberto cedo ou tarde, e para não afundar com ele ele ligou para o general Hans.

Aí esta o problema em ter um amigo próximo, Sask tinha a chave da casa de Brian e entrou procurando por ele no dia. Sask descobriu que Brian lhe havia traído, e lutou com ele, mas não teve coragem de ajudar seu amigo. Sask deixou-o ferido e foi para casa, a fim de se preparar para ser capturado pelos soldados. Brian desconfiou que Sask, mesmo não o tendo matado, poderia ter mandado alguém fazer isso. Para ajudá-lo sumir do mapa, Hans deu-lhe um trabalho sigiloso no laboratório. Mas como Brian era empregado de Hans, quando o general morreu ele perdeu os privilégios, acabou tendo de voltar a usar o nome e foi assim que Kevin lhe encontrou.

- Foi muito instrutivo. - Disse Rosa em tom grave. - Adeus.

Ela fez menção de deixar o quarto, mas se deteve junto à porta. Virou-se para Brian e disse:

- Você poderia ser quase perdoado. Mas você ter entregue a localização do filho de Sask eu não posso perdoar.

Kevin entrou no quarto e Brian compreendeu:

- Ela armou para mim... - Antes que ele pudesse concluir seu raciocínio, Kevin liberou sua lâmina e deu o golpe fatal.

Após limpar o sangue na blusa da vítima, Kevin virou-se para Jason e lhe disse:

- Pode recuperar os arquivos em nuvem do Brian.

Jason deu um sorriso que dizia: "Quem você acha que eu sou?"

- Sem dúvida. - Jason respondeu. Pensando: "No fim das contas era isso, Sask deixou o diário por imaginar que eu investigaria Brian. E que ele tinha a língua frouxa, mas ele não contava com o fato de Brian ter apagado seus registros e se enfiado no Laboratório de Sangue. Desgraçado, é por isso que nenhuma das minhas pistas me levava a lugar nenhum: a melhor delas se cobriu perfeitamente!"

Laboratório de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora