• Capítulo X •

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"Faça o que for necessário para ser feliz

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"Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade." – Martha Medeiros

“Ela vale isso e tudo o que mais vier.”

Alexandre pensa ao se lembrar do nascimento de sua primogênita. Sua filha foi a única coisa boa entre todo o pesadelo que viveu ao lado de Kristina, tudo o que tinha de melhor consigo era o amor por sua menina, por isso se sentia culpado por sua marca nas costas, por sua origem, por seu choro e olhar tão sofrido.

Não conseguia encarar ela.

— Kristina pode ser uma megera da pior espécie, mas me deu o meu maior tesouro. – Alex fala sorrindo fraco, disfarçando sua vontade de chorar, para Malu que lhe encarava curiosa. — Por isso não podia demonstrar que a amava, eu comecei a dizer que a detestava na frente de todos, principalmente dela, ela iria usar o meu amor por minha filha a seu favor, e eu não iria fazer aquilo, fazer da minha criança um de seus caprichos, mais do que ela já tinha feito. Minha menina tinha uma semana de vida quando decide que ia dar um basta no noivado, ela não aceitou, e dias depois voltou a mansão, mesmo antes eu proibindo sua entrada lá, brigamos feio, e ela colocou fogo no quarto da bebê.

— Fez isso com a própria filha?!

Ela pergunta tão curiosa quanto furiosa. Apertando o edredom. Ela agora entendia com dor, sentida ao saber que a menina poderia ter um monstro como sua mãe.

— Kristina nunca quis ser mãe Maria Luiza. Antes de ser minha assistente ela era modelo, por isso a vaidade de um corpo perfeito, mas a ambição falou mais alto, é alto- explicativo ela nunca ter tido um pingo de carinho ou amor pela criança, nem mesmo quando estava dentro dela, a menina era um meio para um fim, nada a mais que isso. Nos primeiros dias minha mãe e irmã tiveram que implorar para que ela alimentasse a bebê, e de madrugada se eu não fosse cuidar dela a infeliz a deixava passando fome. Ela nem mesmo hesitou em ir embora sem a filha antes, ou se preocupou se estava viva ou morta.

— Tão pequena e já passa por um abandono tão cruel.

Ela diz fungando, ao afastar as cobertas de si, ao se sentar mais reta no sofá, pondo os pés no chão gelado do quarto. Logo seu olhar se encontra com o de Alexandre que a observava em silêncio.

— Você a compreende, não é? Por isso se conectou com ela tão rápido.

Um meio para o fim, eu fui isso para os meus pais biológicos também Alexandre, eu a entendo mais do que poderia imaginar. – ela dá um sorriso simplório, sem animação, amargo como suas lembranças. — Eu sei bem o que é ser usada como escape para as frustrações de alguém que nem mesmo queria sua existência, que nunca lhe amou de verdade. Eu não sei o quê é o amor, só por aí você já pega algo.

— Nós três não tivemos sorte, não é? – ele suspira ao vê- lá se levantar descalça e caminhar devagar até sua cama, que dá de ombros com suas palavras, e então ele diz dando também. — Se te ajuda em algo eu também não sei o que é, eu tive o amor dos meus pais, tive uma infância relativamente melhor que a sua, mas o amor romântico nunca veio a mim, nunca tive nem mesmo curiosidade com ele. Todas que se aproximaram de mim foi por interesse em meu dinheiro.

A Felicidade em Meio a SolidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora