“Aos outros dou o direito de ser como são, a mim dou o dever de ser cada dia melhor.”
— Chico Xavier
Já no trem que os levará para a cidade de Veneza, Alexandre ainda parecia inquieto, colocando suas luvas de couro, um tanto impaciente, observando a bela vista que se passava pela janela, enquanto sua amiga sentada ao seu lado parecia nervosa ao digitar no celular. Assim como ele, ela vestia roupas de frios, afinal, estava esfriando cada vez mais com a chegada do inverno, e a sua paleta de cores não poderia ser tão escura, em preto e cinza, tão neutro quanto ele, acredita- se que por conta da máfia que sempre foi nesse estilo.
— Me explica de novo. Por que estamos indo de trem, se poderíamos ir de helicóptero?
Alexandre pergunta para Melissa, cruzando os braços, ao ver ela responder sem muita atenção, digitando rápido no próprio celular, sem nem mesmo olhar para o moreno, que iria reclamar, mas a loira o impede sem paciência alguma.
— Eu já lhe disse, eu gosto de viajar de trem. Sempre o pego quando venho à Itália.
— Não seria mais seguro…
— Está impaciente por quê? Você está assim desde que saímos da mansão e entramos nesse maldito trem!
— E você?! Tá há minutos nesse celular, parecendo que está matando alguém por mensagem.
— Bem que eu queria. — irritada ela desliga o objeto, passando as mãos pelo cabelo, tentando manter a calma, enquanto explicava para o amigo. — É a Ana, não consigo falar com ela há dias, e tudo o que recebo das pessoas que deveriam cuidar de minha esposa é desculpas esparramadas.
— E o Hunter, teu consigliere, não falou com ele?
Pergunta arqueando a sobrancelha, confuso, pois o mais velho tem a obrigação de reportar esse tipo de coisa ao seu Don.
Bom, teria se não fosse da Ana que estão falando, a mais nova sabe bem como convencer o homem de não falar nada para Melissa, e por isso o mesmo prefere ficar quieto, pois não quer e nem poderia omitir nada de sua chefe, muito menos mentir para ela, mas essa decisão somente deixa a loira ainda mais irritava. Pois está há dias ligando para todos de sua família no Brasil, e eles sempre respondem a mesma coisa: “A Ana está ótima!”
— Esse também sumiu. O Hunter não sabe mentir para mim, e com certeza está me escondendo algo. — ela fala ao gesticular com a mão, furiosa, e grita, para chamar a atenção do marido de seu funcionário, que também é chefe de seus soldados, que estava sentado atrás dela.— E o marido dele que deveria me falar alguma coisa, não fala! Eu tô aqui a ponto de pegar um avião pro Brasil amanhã mesmo.
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A Felicidade em Meio a Solidão
RomanceMaria Luiza Vitale viveu um inferno toda a sua vida com seus pais biológicos, e mesmo tendo a chance de deixar aquilo tudo para trás nunca conseguiu, por medo do que viria depois, afinal, as consequências poderiam ser boas ou ruins. Mas tudo muda qu...