Interlúdio 2 - No presente, frio e tedioso

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Interlúdio 2

No presente, frio e tedioso

Vozes do além


– Quill? Está nos ouvido? – veio a voz, chiada que preencheu a câmara de rubi.

– Sim. Podem me ouvir?

– Muito mal... Veja o que pode fazer.

Andei de um lado a outro, atravessei diversos espelhos, a subir, descer e falar. Até que...

– Aí! Está bom! Estamos ouvindo perfeitamente.

– Certo. E então senhores? O que vai ser hoje? Histórias? Línguas? Ou só uma conversa?

– Hoje o nível energético está baixo... Não conseguimos calibrar bem a bateria manótica.

– Bom, então só uma conversinha, eu suponho...

– Temos pouco tempo.

– Conseguiram contato com outros, além de mim?

– Apenas de forma precária... Como anos atrás, quando começamos com você.

– Suponho que será difícil. É difícil manter a sanidade neste local frio e tedioso.

– Imaginamos que sim. Gostaríamos de expressar nossa solidariedade... Sua história tem sido cheia de tristezas.

– Obrigado. Como vai a pesquisa para o desfazimento?

– Alguns avanços interessantes. O doutor Bhreme está animado com os testes que fizemos em outro artefato.

– Algum contato, neste outro artefato?

– Não, os instrumentos não indicam atividade neuromanótica.

– Somos mesmo o único caso?

– Bem, em nosso laboratório sim, mas há relatos vindos de outros laboratórios. A manotecnologia vem avançando muito nas últimas décadas.

– Gostaria de ver o mundo novamente.

– Estamos trabalhando nisso, caro Quill. Para quem já esperou tanto, uns poucos anos passarão rápido.

– Certo amigos, às vezes quase sinto alguma esperança.

– Bem Quill – a voz fraquejava – A energia se esvai rapidamente e nossa conexão vai cair. Até a próxima.

 – Até amigos.

Quill - O Exterminador de DemôniosOnde histórias criam vida. Descubra agora