Aniquilando rainhas

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Quinto memorial

Aniquilando rainhas

"...quando estávamos tomados pelo desespero, cometíamos loucuras e escapei de uma morte terrível..."

 

Durante aquele período era comum que houvesse discussões estratégicas sobre o que fazer quando encontrássemos demônios rainhas. Normalmente falávamos de como confundi-las a fim de escaparmos, mas durante um destes debates a coisa toda mudou de rumo. Havia duas dúzias de oficiais reunidos num debate caloroso silenciosamente observado pelo general Steffundil.

– Mas afinal, Scarlett, novamente essa discussão vai a lugar algum – concluiu um dos oficiais – pois é impossível para nós matar uma rainha.

– Verdade – outro concordou.

Seguiu-se um momento de silêncio incômodo e aparentemente aquela conclusão partilhada pela grande maioria traçava um cenário de desesperança. O general comandante Kriegor Steffundil levantou-se para anunciar – Sacrifícios precisam ser feitos. Alguém precisa provar que é possível aniquilá-las e cuidarei disso pessoalmente!

– Senhor general – retrucou Scarlett – não pode estar falando sério.

– Nunca falei tão sério. É hora de virarmos este jogo.

– Estou com o senhor – anunciou Shasticara.

– Escute capitã, esta minha resolução não muda em nada nosso combinado.

– Mas general Steffundil, sabe que não desejo me afastar.

– Você vai para Talís rever sua família e isto é uma ordem.

Shasticara baixou a cabeça.

Fiz menção de dizer algo, mas fui interrompido por Kriegor.

– Escute capitã, lhe garanto, voltará a tempo de nos auxiliar nas investidas contra as rainhas, talvez não todas, mas muitas, de certo.

A guerreira do gelo aceitou calada.

Assim como Scarlett, muitos oficiais duvidaram da sanidade mental do general e sua decisão de confrontar aquelas monstruosidades. Afinal, aquela guerra interminável mexia com os nervos de todos. Mesmo o mais disciplinado e ponderado elfo, poderia perder a razão, pouco-a-pouco.

– Para a base – ordenou nosso comandante – lá vocês treinarão para nossa atuação. General Quill, o comando será seu. Eu viajarei para trazer reforços.

– Sim senhor – acatei a ordem sentindo um frio na espinha.

 

Dias depois, chegamos à ilha do pico cinzento, nossa base. Lá treinamos durante um ano tranqüilo e tedioso. Treinávamos todos os dias e eu e Scarlett passávamos muito tempo juntos. Ela não queria sair de perto de mim e àquela altura, apesar das regras marciais que proibiam os relacionamentos, todos faziam vista grossa ao nosso. Eu pensava menos em Shasticara, agora longe, em Talís, e ocasionalmente, recordava-me da Princesa Jilija.

Certo dia, antes do crepúsculo Az desceu em rasante pousando no meio do acampamento e trombando-se contra minha barraca.

O dragão transbordava de excitação – Quill, eles estão vindo!

– O inimigo?

– Não, Raastad e os outros!

Levantei-me para anunciar à tropa da chegada dos aliados. Steffundil retornou acompanhado de Raastad, príncipe Nöl e uma dúzia de figurões, tais como Forthálik, sumo sacerdote do templo de Ilksuut e o lendário mago Midrakus.

Quill - O Exterminador de DemôniosOnde histórias criam vida. Descubra agora