Quill - O Exterminador de Demônios

Prólogo

Prólogo

Meu nome é Quill. Nasci no ano de 9.315 do calendário Nelfariano. Quem eu fui e o que fiz marcou a história de minha terra. Mas o que se conta não é bem a verdade. Após os séculos, a verdade, isto é, os fatos ocorridos, parecem ter pouca importância. Resta apenas um conjunto de lendas e fragmentos, e em geral, resta apenas a pior parte.

Meu nome por muitos séculos foi associado com loucuras, crueldades e tragédias. Nem mesmo tive um nome comum. Sendo filho de navegadores, recebi um nome relacionado a barcos. Muitos não sabem, mas a maioria das palavras relacionadas à navegação tem origem das línguas humanas. Meus ancestrais, os elfos das ordens superiores, vieram de uma terra abençoada na qual não havia nenhuma tradição de navegação, marítima ou fluvial. Eu não tive a mesma sorte de meus ancestrais e nasci numa terra amaldiçoada, mas também tocada pela compaixão da sublime deusa Ectarlissè. Nasci sob sua lua Gallzareth fui nomeado Quill, derivação de quilha, peça que confere equilíbrio e estabilidade às embarcações. Mas minha história pouco teve de balanceamento, ou paz. Nasci durante a grande guerra, a mais terrível já vista! Minha vida foi lutar nesta guerra que perdurou por séculos.

É engraçado como depois de milhares de anos me vejo a recordar e a relatar estas experiências. Em dado momento, achei que minha vida havia chegado ao fim, mas me enganei nisto também. É curiosa a história de meu povo. Quase fomos dizimados naquela guerra.

Muito me aconteceu e suponho que se tudo fosse relatar não cumpriria meu objetivo que é contar minha história. Além do mais, cheguei a viver por quatrocentos e trinta e sete anos. Se eu fosse contar tudo mesmo, talvez um ano não bastasse para sua leitura. Por falar nisso, se continuar a contá-la desta forma, dificilmente será uma história interessante. Portanto, permitam-me a liberdade de contar sobre minha vida, como se fosse um romance, com direito a início, meio e fim.