Capítulo 19

168 13 0
                                    


Priscila acordou, porém, permaneceu com os olhos fechados. Algo estava estranho naquela cama, não sentia Victor atrás de si. Sentou-se e olhou ao redor, a cortina impedia de ver se o sol já estava raiando. Procurou o celular e percebeu que já era cinco e meia da manhã. Seu olhar foi em direção a porta do banheiro, a água saindo do chuveiro a fez relaxar só de saber que ele ainda estava em casa e não viajara.

Por mais que dissesse não a seu coração tinha que admitir, Victor estava aos poucos lhe ganhando, passando segurança. Agora não sabia o que seria longe dele por aqueles dias. 

Ouviu a porta do banheiro se abrir, Victor passou sem ao menos perceber que ela estava ali sentada na cama pensativa. Foi direto para o closet, sem fazer nenhum barulho preocupado em acordá-la. Trocou-se, seu celular tocou e ele logo foi para a cama, deixara o aparelho na mesinha. Parou no meio do caminho para glorificar aquela visão: Priscila estava sentada, com os olhos semicerrados, o cabelo estava bagunçado a deixando totalmente sexy. 

_O seu celular está tocando – olhou para a mesinha próxima a cabeceira da cama. 

Acordou do transe e atendeu rapidamente, fazendo gestos com a cabeça para confirmar o horário que Leo lhe passava. Desligou e mais uma vez olhou para ela. 

_Quer dizer que iria embora sem se despedir de mim?
_Não queria te acordar. Ontem fomos dormir tarde da noite.
_Já comeu algo?
_O café que você fez ontem ainda serve pra alguma coisa – sorriu.
_Já checou se está tudo dentro da mala?
_Sim.

Victor voltou ao closet para pegar sua jaqueta, colocando-a em seu corpo. Priscila foi ao banheiro, depois saiu e foi mexer no armário da cozinha atrás de alguma coisa que tirasse aquela fome que estava sentindo. Achou algumas guloseimas e logo abriu. Ele estava ali, observando tudo calado, encantado por ver que ela usava uma das suas camisolas transparente. 

_Não sabia que gostava de biscoito recheado – Sentou no banco.
_Eu não como, Priscila. Mas sempre peço pra Geane comprar por causa do Matheus que sempre está por aqui.
_Sei.

Permaneceram por alguns segundos assim, se encarando em silêncio. Ele detestava despedidas, mas não achou que iria lhe doer tanto ficar longe de Priscila por alguns dias. Olhou as horas no relógio em seu pulso, levantou-se. 

_Tenho que ir.
_Boa viagem.

Priscila se sentiu péssima por ter feito aquilo. Estava assustada com o sentimento, não gostava de despedidas também. Victor esperou alguma ação vinda da parte dela, mas lá estava sentada e saboreando o biscoito que achara minutos atrás. Aquilo doeu, o fez tragar a própria saliva e cabisbaixo voltar para o quarto e pegar a mala para poder partir. 

Estava viajando nos pensamentos enquanto esperava o elevador chegar ao andar em que era seu apartamento quando ouviu a porta do mesmo se abrir. 

_Victor. 

A voz de Priscila foi suave, mas forte dentro dele, parecia uma escola de samba batucando dentro do seu corpo. Sorriu assustado quando percebeu que ela vinha correndo e em milésimo de segundo viu seu rosto entre os cabelos que balançavam com os movimentos que seu corpo fazia ao correr. Aquela cena ficaria gravada em sua memória para sempre. 

Priscila ficou aflita assim que ouviu a porta se fechar, Victor iria embora e ela já estava com saudades. Correu e o alcançou esperando o elevador, um sorriso surgiu em seu rosto e o abraçou, jogando todo o seu corpo no dele, entrelaçando as pernas no quadril, fazendo Victor sorrir enquanto grunhia de dor por causa do impacto dos corpos. 

Permaneceram assim, apenas sorrindo e um sentindo o cheiro do outro, aquele aroma indecifrável que ambos guardariam em suas memórias. Priscila desceu do colo de Victor, olhando atentamente cada detalhe no rosto. Ele sorria como um bobo e afagava as mãos no rosto dela. 

Nosso Destino Traçado [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora