Nosso Destino Traçado [Completo]

Capítulo 45

Priscila desligou o celular um pouco pensativa. Definitivamente a sua resposta era negativa, não estava à vontade para tomar tamanho passo, mas como dizer não a ele? Sentou-se na cama e ficou olhando para o porta-retratos que ficava próximo a cabeceira. Na foto, os dois no altar, se olhando com ternura. Olhando bem, até parecia que na época já se amavam. Começou a ficar indecisa, queria e ao mesmo tempo seu medo não a deixava ir para essa viagem. Só alguém poderia lhe ajudar, discou o numero.

_Oi Pri.
_Tati, me ajuda?

Contou tudo sobre a viagem e a sua indecisão. 

_Não acredito que não quer ir, Priscila?
_Não estou preparada para tomar tamanho passo. Não sei como vou reagir ao ter que olhar na cara dele.
_Quanta bobagem, olhando assim até parece que é uma adolescente. O Victor está sempre conversando com você pelo telefone, acho que agora ele quer tentar algo a mais, mas sabemos que só cabe a você. Como pode dizer que não quer vê-lo se nem tentou?
_E se ele forçar a barra?
_Para com isso Pri! Conhecemos bem o Victor, uma das qualidades dele que mais admiro é o respeito. Aceita ir para essa viagem, se não quiser seguir adiante na hora sei que será mulher para expor.
_Tem razão – respirou profundamente. – Agora me deu um medo sabe? Acho melhor não ir.
_Então eu posso ir junto com você. Sente-se melhor agora?
_Não Tati. Não quero atrapalhar sua vida.
_Imagina. Faz tempo que fui a um show deles, estou morrendo de saudade e aí posso te ver também e matar essa saudade.
_Queria muito que você fosse comigo, não quero me sentir só.
_Então fechado! Vou com você.
_Ai amiga, obrigada.
_Para de agradecer. Vai ser ótimo, estou até empolgada agora. Tenho que desligar o trabalho me chama.
_Mais tarde te ligo para combinarmos melhor.
_Ok. Beijos.

Tatiane desligou o celular e fez um risinho bobo. Iria ajudar a amiga e aproveitar para assistir o show. Discou o numero do celular, a pessoa atendeu: 

_Está podendo falar?
_Claro. E aí, como foi?
_Ela aceitou ir comigo – ouviu um suspiro do outro lado da linha.
_Ainda não estou acreditando. Estou nervoso, tremendo – sorriu. – Obrigado por mais uma vez me ajudar, Tati.
_Obrigado nada, estou fazendo isso porque quero vocês juntos novamente, e cuida em fazer minha amiga feliz ou arrebento essa sua cara linda.

Victor deu uma gargalhada. 

_Uma pessoa que admira o meu trabalho não pode falar isso.
_Acontece que sou uma fã vip – riram juntos. – Tenho que desligar, ainda vou fazer reserva de hotel, passagem de avião.
_Mal posso esperar. Quero que domingo chegue e eu possa tê-la em meus braços.
_Vamos com calma, Priscila pode querer dizer não quando te ver.
_Tem razão – baixou a cabeça. – Porque essa mulher me deixa louco?
_Vai perguntar pra ela, seu bobo. Tchau. – Desligou.

Tatiane estava feliz por saber que iria ajudar na reconciliação daquele casal. Priscila era uma ótima pessoa e Victor merecia uma mulher assim em sua vida. Voltou a trabalhar, mas com o corpo saltitando por dentro ao saber que no domingo iria matar um pouco aquela saudade, iria ser simplesmente a fã, tietando aqueles dois que já haviam conquistado seu coração. 

***

Assim que Priscila desligou o celular fez um sorriso. Com a amiga do lado tudo se tornaria mais fácil. Iria fazer de tudo para ficar afastada de Victor, iria apenas para curtir o show e sair um pouco de casa. 

Aproximou-se de Sandra que estava sentada próxima a uma mesa de maquina de costura. Seus óculos um pouco pendente, prestando bem atenção no que fazia. Ouviu os passos da filha, logo fez um sorriso. 

_O que houve Priscila, quer me pedir algo? 

Priscila sentou em uma cadeira perto, ficou mexendo em um vestido ali, dobrando-o porquê sabia que a mãe havia acabado de costurá-lo.