Capítulo 33

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A moça se aproximou mais de Priscila, seus passos eram tímidos, estava com um pouco de vergonha.

_Me desculpa se aproximar assim de você – sorriu
_Tudo bem – Priscila ainda estava séria e com medo.
_E também ter a audácia de tentar conversar com você. Sou admiradora do trabalho do seu marido. Acompanho toda a história dele e desde que soube que ele casou com você, que é fã, estou feliz.

A garota não era uma ameaça para Priscila. Relaxou ao sentir a energia positiva que ela tinha. 

_Ainda sou fã. Já foi falar com ele?
_Sim, já entrei lá no camarim. O Victor foi muito simpático.

Seus lábios abriram involuntariamente ao ouvir o elogio que aquela garota dera ao seu marido. 

_Mora aqui na cidade mesmo?
_Não, mas quase perto. Não podia perder esse show por nada, principalmente agora que estou me mudando.
_Vai morar onde?
_Advinha? Em Uberlândia.
_Sério?

Algo dentro de si havia gostado daquela garota. Às vezes se sentia só naquela cidade, não gostava de incomodar a sogra, nem Tatianna. Sorriu mais uma vez ao ver que a moça estava nervosa só de ter citado aquela cidade, iria ter uma vida nova e com certeza não sabia como andar por lá. 

_Já tem parentes que moram por lá?
_Não. Na verdade, não conheço nada. Nem sei por que aceitei essa proposta, mas era irrecusável.
_Faz o quê?
_Sou fotógrafa. O dono de uma agência de lá gostou do meu trabalho, entramos em contato e vou meter a cara porque não sei andar por lá.

Priscila lembrou-se do tempo que chegara à cidade, era tudo tão novo, tão encantador. 

_Assim que cheguei em Uberlândia aconteceu o mesmo.
_Me fala um pouco como é tudo por lá?

Conversaram sobre a cidade, o clima, o quão prazeroso era residir ali. O assunto foi mudando sem que elas notassem e quando se deram conta, estavam em altos papos. Aquilo fez Priscila relembrar sua vida antes de conhecer Victor pessoalmente, antes de aceitar aquela loucura e brincar com a própria vida como se estivesse em uma roleta russa. O casamento estava bem, mas não sabia os dias seguintes. 

Victor atendeu a ultima fã, ainda ficaram conversando. Estava preocupado, deixara Priscila um pouco de lado, seus compromissos pós-show não davam tempo para namorar. Saiu do camarim empolgado, conversando com Leo sobre algo da produção. O caminho foi longo, eram parados por pessoas ainda ali, terminando de desmontar algo do evento, lhe pedindo autografo ou foto. Henri ainda não havia se aproximado da esposa dele, mas sentia medo. Com todo o jeito galanteador que aquele funcionário tinha, acabaria perdendo Priscila pra ele. 

Se aproximando do estacionamento despediu-se de Leo e foi em direção ao carro que lhe aguardava. Priscila estava conversando com uma menina que ele sabia que era fã, pois já tinha entrado no camarim daquela noite. Ficou sério, não gostava daquelas meninas rodeando sua esposa, sabia que quase todas só queriam uma brecha para fazer de íntima e depois sair espalhando tudo o que haviam descoberto. 

_Priscila, vamos – chamou-a assim que se aproximou do carro. 

Seu segurança se aproximou de Priscila, quase enxotando a pobre fã que estava ainda sorrindo e bem à vontade ali. Priscila impediu que o homem fizesse algo com a garota: 

_Espera, eu conheço-a. Não tem o porquê de fazer isso com ela. 

O segurança baixou a cabeça. 

_Desculpe senhora, eu só recebo ordens do Victor.
_Você é segurança dele e não meu – sentiu que fora um pouco ríspida ao ver o rosto constrangido do homem.

Victor se aproximou mais ao perceber a confusão que se instalara ali. 

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