Capítulo 52

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The storm is breaking
A tempestade está indo embora
Or so it seems
Ou é o que parece
We're too young to reason
Somos jovens demais para ter juízo
Too grown up to dream
Adultos demais para sonhar

Now spring is turning
A primavera, agora, cruza
Your face to mine
Teu rosto ao meu
I can hear your laughter
Posso ouvir teu riso
I can see your smile
Ver o teu sorrir

(Slave To Love – Bryan Ferry)

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O clima estava estranho enquanto voltavam para casa. Priscila não conseguia olhar para Victor. Ele tinha que entender essa opinião dela, apenas queria respeitar o momento e os lugares que a sogra frequentava para não gerar mal-estar.

Não iria discutir com ele. Depois, com calma, o faria entender após explicar. Até chegarem ao terceiro andar do edifício ficaram calados sem se olharem mesmo que fosse enviesado. Victor abriu a porta e cedeu espaço para ela entrar primeiro. Priscila colocou a bolsa no sofá e foi logo para a cozinha, ignorar seria melhor. Olhou algumas panelas no fogão, vendo o que precisava esquentar. Havia gostado do chá que tomou na casa de Tatiane e sendo assim, iria preparar uma xícara. 

Victor seguiu-a e ficou parado observando os movimentos dela na cozinha. Priscila lavou as mãos, em seguida colocou água na chaleira e foi para o armário pegar um saquinho de chá. Ficou sem noção alguma ao vê-la na ponta do pé para pegar algo no compartimento de cima do armário, sua saia delineando bem o quadril. Precisavam conversar, não podia se comportar como um adolescente onde tudo na vida era sexo. 

_Agora me deve explicações – entrou na cozinha, sentando no banco. – Porque não quer ir comigo a São Paulo? 

Priscila parou o que estava fazendo, se aproximou do balcão suspirando. 

_É, mais cedo ou mais tarde essa conversa sairia. Victor, depois da conversa que tive com sua mãe prometi que não iria forçar a barra. Tente entender, eu e ela no mesmo ambiente fica chato.
_Mas isso não é desculpa.
_Não? Então me diz como será, porque eu terei que sentar na mesma mesa que ela e sua irmã, que por sinal também não está indo com minha cara.

Victor suspirou impaciente. No fundo Priscila tinha razão. Pelo pouco que conhecia a irmã, Paula não iria tratar a sua esposa bem, e deixaria bem claro isso. Ficaram calados por alguns segundos, ele procurando alguma solução, mas foi ela quem continuou a falar: 

_Eu fico aqui, adianto logo algumas coisas no escritório. Estou com algumas ideias para a festa de confraternização. Vou comprar alguns objetos para sorteio. O que acha? 

Victor olhou para ela com as sobrancelhas levemente arqueadas: 

_Ir para o escritório? Em pleno final de semana? Para com isso Priscila. – Se endireitou no banco – Eu posso pedir pra reservarem outra mesa pra você lá no show.
_Você não percebeu que as pessoas irão falar ao notar isso, né? Já estamos fazendo de tudo para esconder todas as confusões que vem acontecendo na sua família, não seria nada bom se além de pessoas próximas e amigas, as suas fãs notarem isso.
_Está ficando difícil.

Mais uma vez olhou para ela, como queria a presença de Priscila, de lhe oferecer suas músicas, cantar olhando profundamente para ela. Depois que se dedicara a ir ao escritório ela nunca mais o acompanhou a viagens de trabalho. 

_Vai ficar aqui e sozinha?
_Sozinha não, com Deus – colocou o sachê de chá dentro da xícara.
_Você entendeu o que quis dizer.

Priscila soltou o ar impaciente. 

Nosso Destino Traçado [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora