Capítulo 43

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"These wounds won't seem to heal
Essas feridas não vão cicatrizar
This pain is just too real
Essa dor é muito real
There's just too much that time cannot erase
Há muita coisa que o tempo não pode apagar

When you cried, I'd wipe away all of your tears
Quando você chorou, eu enxuguei todas as suas lágrimas
When you'd scream, I'd fight away all of your fears
Quando você gritou, eu lutei contra todos os seus medos
And I held your hand through all of these years
E eu segurei sua mão por todos estes anos
But you still have all of me
Mas você ainda tem tudo de mim"

(My Immortal – Evanescence)

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Victor aproveitou que não teve show naqueles primeiros dias, após o ocorrido, para dedicar-se a Priscila. Pediu que Leo ficasse a frente de tudo o que fosse preciso. Receberam visitas de Marisa e Tatianna, mas Priscila estava parecendo que havia morrido, não falava, ficava com o olhar perdido, chorando às vezes. Tatiane sempre estava frequentando o apartamento durante as noites, assim que voltava do trabalho. Em uma delas, chegou e a amiga estava dormindo.

_Ultimamente está sendo assim, troca o dia pela noite – Victor indicou o sofá para Tatiane sentar.
_Lembra que o doutor falou que isso vai passar.
_Eu sei disso, mas está ficando difícil. Cada dia fico mais sufocado, preocupado. Geane está durante o dia por aqui, mas quando vai embora e eu preciso fazer algo no studio tenho sempre que estar de olho. Priscila agora só quer a casa fechada, quando está no quarto fica no escuro. Nas madrugadas acordo com os soluços dela – suspirou enquanto baixava a cabeça. – E pra piorar na sexta que vem tenho show. Como vai ser?
_Eu posso fica aqui se quiser.
_Não, muito obrigado.
_Fala com Geane, se ela não puder, eu fico. Agora tenho que ir.

Levantaram-se. Victor levou-a até a porta, abraçando-a. Após soltá-la, suspirou mais uma vez. Estava triste, mas o pior era o remorso corroendo seu corpo. 

_Foi minha culpa.
_Não fala isso, Vi. Foi um acidente e pronto.

Não continuou a falar, ficou com medo de Tatiane não entender e o julgar. 

Despediu-se dela e fechou a porta. Preparou em uma bandeja o jantar de Priscila, bateu na porta e abriu, ligando a luz. 

_Priscila, tem que comer. 

Priscila parecia uma boneca, encostada na cabeceira da cama, olhando para a parede à sua frente. Uma culpa, seu corpo estranho, sem as emoções que uma gravidez pode causar. Tudo estava doendo, até seu espírito. Ouvir a voz de Victor todos os dias era tortura, evitava ao máximo ficar perto dele, chegou a ir para o quarto de hospedes, mas logo quando estava em um sono profundo o sentia levá-la nos braços para a cama do casal. 

Virou o rosto, até olhar para ele estava ficando difícil. Victor soltou o ar pesadamente, colocou a bandeja sobre a perna dela. 

_Precisa se alimentar, não tocou na comida durante o almoço – baixou a cabeça, segurando-se para não chorar. Ergueu em seguida com os olhos marejados. – Porque não conversa comigo? 

Tentou tocar o rosto dela, mas na metade fora impedido com a mão dela empurrando-o. Olhou para o teto, aquilo estava deixando-o impaciente. 

_Eu sei que está passando por isso, mas eu também estou Priscila! Imagina a minha situação? Tentar te ajudar e não conseguir? 

Um silêncio estranho acometeu aquele ambiente, porém, por apenas alguns segundos. 

_Não estou mendigando sua atenção. 

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