Capítulo 22

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Victor entrou no quarto com um sorriso perfeito nos lábios. Priscila já estava deitada o esperando. Foi direto ao banheiro, precisava tomar uma ducha para relaxar depois de todos aqueles acontecimentos.

Agora estava satisfeito, ela aceitara suas desculpas e isso era importante. Prometeu para si nunca mais agir daquele jeito. Voltou para o quarto já com a parte de baixo do pijama, ela ainda estava acordada. Puxou-a para se aconchegar em seu peito.

_O que está acontecendo com você? Hoje decidiu ficar estranho.

Victor apertou-a mais em seu braço. 

_Nada, só estou carente, não posso?
_Claro que pode desde que me avise. Não estou acostumada com seus altos e baixos.

Aquilo doeu em Victor, mas era a realidade. Não iria demonstrar demais que estava empolgado naquela mulher, não queria sofrer de novo. Priscila o tirou do mundo de pensamentos: 

_Obrigada por me ajudar na busca pela minha calcinha – ergueu o rosto. – Se bem que você foi o culpado, foi você quem a tirou.
_Mas a dona da calcinha é você.
_Pervertido – bateu de leve no ombro dele e logo deitou a cabeça.

Continuaram em silêncio até o sono invadir aquele ambiente. Pela manhã, Victor acordou primeiro, levantando-se e indo se arrumar. Teria viagem naquele dia. Esperou Priscila também acordar para juntos irem tomar café. Marisa já estava sentada à mesa e aproveitou o momento para conversar: 

_Vejo que já estão bem.
_Sim mãe – Victor olhou um pouco tímido para Priscila
_Vou aproveitar esse momento de paz para avisar que minha parte aqui eu já fiz.
_Como assim, Dona Marisa? – Priscila se assustou tanto com o tom da voz da sogra como a expressão séria.
_Vou direto ao assunto. Irei voltar para casa, agora vocês estão em um momento onde tem que se viver a dois. Já me sinto uma intrusa aqui.
_Imagina mãe – deu uma pausa só para agradecer a Geane que lhe servia com uma xícara de café. – A senhora nunca será isso. Esses dias que estava viajando até fiquei mais tranquilo sabendo que estava aqui com a Priscila.
_Mas agora ela já sabe como se virar. E suas viagens estão reduzindo, dá para ficarem juntos por mais tempo. Espero que me entendam.
_Bom, Dona Marisa, confesso que vou sentir muitas saudades da sua presença, acho que irei demorar a me adaptar nessa nova vida e longe da senhora. Se quiser ficar mais tempo será um prazer, mas se sentir que está com saudades da sua casa, entendo perfeitamente.
_Então é isso – Marisa levantou-se. – Vou ficar esse mês e logo depois volto para minha casa. As portas estarão abertas sempre que quiser Priscila. Pode ir para lá quando ele viajar.
_Obrigada.

Marisa se retirou, Victor olhou para Priscila. 

_E aí?
_Eu estou tão acostumada com a presença da sua mãe aqui que vou entrar em pânico quando ela for.

Victor sorriu enquanto bebericava o café. 

_Vai se acostumar. Eu também sofri muito quando decidi sair da casa dela para ter meu canto.
_Tomara.


Abril...

Aos poucos tudo foi se encaixando. Priscila agora falava sempre com Sandra pelo telefone, as mágoas ficaram para trás. Marisa voltou para sua casa, sentindo uma dor enorme de deixar a nora ali. Estava acostumada com a presença dela e sempre que dava passava no apartamento para levá-la a encontro com as amigas. 

_Pri. Você sabe que o niver do Victor está chegando. O que vamos fazer? – Paula perguntou enquanto pegava mais uma colher de brigadeiro.

Priscila estava empolgada com a visita de Paula. Victor estava focado nas gravações do CD, deixando-a sozinha e isso a deixava aflita. Certas noites quando ele chegava, a mesma já estava em um sono profundo. 

_Não sei como vai ser. Na agenda não tem nenhum show.
_Ótimo! Vamos combinar de fazer uma festa surpresa para ele.

Continuaram conversando sobre outros assuntos e assim a tarde se passou rápido. Despediu-se da cunhada e foi limpar a bagunça que fizeram na cozinha. Ouviu a porta se abrir e Victor entrar cantarolando, ele passou no quarto, não a achando saiu chamando pelo apartamento. 

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