Capítulo 17

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O carro foi perdendo velocidade e logo Priscila percebeu que estavam na frente da casa dos pais dela. Aquela semana estava passando muito rápida e completamente tediosa. Victor ficava fora de casa e quando chegava ela já estava dormindo no quarto de hospedes.

_Então vamos lá – desceu do veículo. 

Apertaram na campainha e Sandra abriu. Estava muito ansiosa para ver a filha, depois do casamento tivera uma sensação ruim, medo de ver Priscila sofrer nessa nova vida. 

_Fiquei esperando o dia inteiro – abraçou-a por longos segundos. – Como você está minha pequena? 

Analisou minuciosamente Priscila, sua filha estava com um belo sorriso nos lábios, um pouco mais corada no rosto. 

_Ah mãe, eu estava com tanta saudade. 

Olharam para trás, Victor retirava as malas do bagageiro. 

_Deixe isso aí, Victor, e venha me dar um abraço. 

Victor abraçou a sogra e sentiu uma paz que há dias não havia sentido. 

_Tudo bem com a senhora?
_Tudo ótimo. Entrem.

Pegaram as bagagens e entraram na casa. Priscila estava com um nó na garganta, uma vontade de chorar imensa ao ver a casa dos pais, que um dia fora sua. 

_Confesso que tenho saudades daqui – sentou-se no sofá.
_Eu também. Depois que se foi, vez outra entro no seu quarto achando que você está dentro dele. Costumes.
_E o pai?
_Saiu, na volta eu pedi pra ele passar na lanchonete e trazer aquelas guloseimas que você gosta.
_Oba! – Bateu palmas, arrancando risos de Victor. – Enquanto ele não vem, vou ao meu quarto colocar as minhas malas e arrumar o quarto de hospedes para o Victor.

Victor olhou diretamente para Priscila como se quisesse repreendê-la e ao mesmo tempo pedindo mentalmente que Sandra não desconfiasse de nada. A sogra olhou estranha. 

_Querida, acho que não precisa disso. Agora vocês são casados. Pode dividir o quarto com ele. 

Ela percebera a besteira que fizera, estava nervosa. 

_Ah mãe, sei lá – baixou a cabeça. 

Victor se aproximou dela, passando um braço pela cintura e roubando-lhe um selinho. 

_Quer ficar livre de mim tão rápido assim, minha Senhora?
_Victor – o repreendeu sem jeito.
_Estou mentindo? – Olhou para Sandra. – Olha isso Dona Sandra, sua filha querendo se afastar de mim. Deve estar enjoada de acordar e ver minha cara.
_Priscila, cuida do que é teu – sorriu. – Agora vão para o quarto, logo o seu pai chega. 

Seguiram para o corredor, Priscila apenas queria matar lentamente Victor. Estava fazendo de tudo para se afastar dele, não queria admitir, mas gostava dos seus carinhos, dos momentos de risos, sabia que logo tudo aquilo iria acabar. Simplesmente não queria se apegar. 

Abriu a porta e percebeu que nada mexeram, estava tudo como ela deixara. 

_Priscila, porque fez aquilo?
_O quê, Victor?
_Quase que sua mãe desconfiou – sentou-se na cama.
_Desculpa, mas sob o teto da casa dos meus pais eu acho que tem que se ter respeito.
_Mas somos casados, não precisa desse exagero – levantou se aproximando dela – Já te disse que só vou te tocar quando me pedir.
_Não é isso, Victor. Eu só não estou acostumada.

Ouviram alguém bater na porta, autorizando. Ícaro abriu a porta e logo foi ao encontro da filha, abraçando-a forte. 

_Como eu estava com saudades.
_Também Pai.
_Victor – o abraçou. – Cuidando bem da minha princesa.

Victor olhou para Priscila, lembrou-se da primeira vez em que transaram, na loucura que ela era em cima de uma cama. "E que princesa..." Sorriu com esse pensamento. 

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