Capítulo 62

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I'd like to tell you come to me
Eu queria te dizer "Venha para mim"
A night without you seems like a lost dream
Uma noite sem você parece um sonho perdido
Love I can't tell you how I feel
Amor, eu não consigo te dizer como eu me sinto

Always somewhere
Sempre em algum lugar
Miss you where I've been
Sinto sua falta onde eu estiver
I'll be back to love you again
Eu estarei de volta pra te amar de novo

( Scorpions – Always Somewhere)

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A impotência já tomava o corpo de Victor, mas não por muito tempo. Algo lhe pedia para agir, sair daquele drama e tentar, aos quarenta e cinco do segundo tempo, ter aquela mulher de volta. Como se estivesse em um piloto automático estava se direcionando ao corredor, Priscila estava ali, andando em passos lentos. Adiantou e conseguiu alcançá-la. Segurou-lhe o braço, fazendo-a virar instantaneamente. Ela tomou um susto, olhando para o rosto dele que já estava desesperado. 

_Eu não quero que vá.
_Você deu as escolhas, minha opção foi a mais clara e objetiva.

Victor passou as mãos nos cabelos, em gesto desesperado e impaciente. 

_Você não entendeu, eu te dei outras opções, mas não quero que nenhuma delas se concretize. Eu te quero aqui, quero estar aqui, mas vivendo como antes. Por favor, não vai. 

Suas últimas palavras saíram como um sopro. Priscila tentava, sem chance alguma, decifrar aquele homem. Viver ao lado dele era estar em altos e baixos. 

_Se me deu uma daquelas opções é porque quer que uma delas eu escolha.
_Não é isso! – Victor já estava desesperado tentando explicar – Eu fiquei com medo.

A respiração estava exasperada, ele tremia da cabeça aos pés. Priscila não queria se deixar levar por um momento, por vê-lo ali tão vulnerável, tão sendo o seu Victor, aquele homem bobo e apaixonado. 

_Isso é só da boca pra fora. Eu preciso ir, não está dando certo dividirmos o mesmo ambiente. 

Priscila sentia-se derrotada por dizer aquelas palavras. Lembrou-se da aposta que fizera no início daquele contrato, iria sair ganhando... Engano seu, agora estava morrendo por dentro, querendo que ele tomasse alguma atitude e tomou. Victor deu mais um passo, sua respiração desesperada batia no rosto dela enquanto a mesma fechava os olhos para deter aquelas lágrimas teimosas. 

_Eu mudo, te deixo fazer o que quiser, mas não vai Priscila! – Sussurrou. 

Ainda era um enigma tentar decifrar aquele homem. Uma raiva invadiu seu corpo, o empurrou. 

_Como faz isso? Um momento me enxota da sua casa e da sua vida, agora muda de opinião. Sabe o que é isso? Coisa de gente doida. Você é doido, Victor, e eu estou entrando no seu surto! – Deu um passo para trás.
_Acontece que eu te amo! Isso me dói, fere meus sentimentos e tudo o que sinto! Você é a minha loucura, eu estou pirando por sua causa! – Despejou todas as palavras de forma única e sincera.

Pararam de falar, cada um em seu mundo, pensando e sentindo o desespero aumentar. Mais uma vez ela sentiu que devia lhe dar uma chance, o amava e sabia que aquilo o que ele sentia era da mesma forma. 

_Eu não posso – sua voz saiu trêmula enquanto se controlava para não chorar diante dele.
_Você pode. Sabe por quê? Porque eu sei que também quer. – Aproximou-se dela, as mãos foram até o rosto, afagando-o com os dedos polegares. – Me dê mais uma oportunidade, por favor?

Priscila fechou os olhos enquanto sentia aquele carinho. Suas pernas fraquejaram, a respiração ficou falha. Não sabia, mas aquilo era um "sim" diante da pergunta dele, seu corpo clamava por pequenos gestos, como aquele, vindos de Victor. A respiração bateu em seu rosto e ela notou que não tinha mais como voltar atrás. Os lábios macios fizeram uma leve pressão aos seus, ele procurava se controlar, podia sentir isso. Já não podia fazer mais nada a não ser dar passagem e autorizar para aquele selinho se tornar um beijo cheio de paixão. Ouviu um gemido dele enquanto as línguas se encontravam. Seu corpo esquentou e ao mesmo tempo se arrepiou em poucos segundos. O beijo estava desajeitado por conta da respiração desconcertada, ambos estavam nervosos. Priscila tentou finalizar o beijo, porém, Victor investia mais e mais, fazendo-a perder o fôlego. Suas mãos foram ao peitoral dele, empurrando-o de leve. Já não conseguia olhar para ele, baixou a cabeça. As mãos ainda estavam ali, afagando seu rosto. 

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