Capítulo 26

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Geane se aproximou do apartamento, passando a chave na porta e logo entrando nele. Parou na metade da sala com a mão na boca, poderia ser cômico se aquele não fosse seu patrão.

Victor ainda estava deitado sobre Priscila, permaneceu assim após a transa da noite anterior. A empregada fez um sorriso sapeca e sussurrou: 

_A bunda dele é tão sexy. 

Sabia que se acordasse aquele casal o constrangimento seria maior. Saiu do apartamento, passando a chave novamente e trancando-o. 

A campainha tocou, Priscila acordou assustada, mas ao mesmo tempo sentindo a preguiça tomar seu corpo. Ouviu o barulho mais uma vez, sentiu um peso sobre seu corpo, percebendo que Victor ainda estava ali, em um sono profundo e com o rosto em seu pescoço. 

_Vi – falou baixinho enquanto passava as mãos nas costas dele. 

Ouviu-o resmungar algo inaudível e tentar voltar a dormir. A campainha tocou pela terceira vez. 

_Vi, levanta. Tem alguém apertando a campainha. 

Victor arqueou o tronco, olhando em torno de si. Seu cabelo emaranhado, o olhar semicerrado, sua expressão de mal humorado no rosto, tudo aquilo Priscila observou atentamente e ficava mais encantada. 

_Droga! – A campainha tocou mais uma vez. 

Ficou ajoelhado ainda em cima dela, que estava imóvel e encantada com tanta beleza. Ao contrario de Victor, que olhou para o corpo dela, mas ainda estava estressado porque alguém estava sendo insistente na porta do seu apartamento. 

_Levanta – falou sério enquanto também se levantava e tentava andar até a porta.
_Victor, você vai atender a porta assim?! – Falou um pouco alto. – Se veste.
_Se eu achasse minhas roupas seria perfeito.

Achou a cueca, colocando-a e olhando para ela. 

_Vai pro quarto. Seja lá quem for se tiver que entrar não pode te ver assim. 

Enquanto Victor foi atender a porta, Priscila recolheu aquelas roupas na sala, foi para o quarto deles. Aproveitou que estava despida para entrar no chuveiro e sentir o corpo relaxar com aquela água. Sua mente lhe lembrou dos fatos da noite anterior, deixando-a abrir um sorriso largo. Conhecera o mundo dele, os amigos dele e isso era um passo fundamental. Carla estava ali e sempre seria a "pedra no sapato", mas aquele homem não era seu, depois de um ano seria totalmente livre para seguir o caminho e quem sabe, casar-se com a ex-namorada. Como doía amá-lo, saber que o coração daquele poeta era de outra, seus olhos brilharam.

Victor era imprevisível. Em alguns momentos acreditava que ele tivesse um pouco de sentimento para com ela, em outros, lhe passava uma imagem de não suportá-la.

Victor atendeu a porta e Geane sorriu, deixando uma expressão confusa no rosto dele. 

_Porque não entrou?
_Acredita que eu esqueci a chave, Victor?
_Tudo bem – abriu mais a porta. – Entra.

A empregada já estava acostumada a vê-lo assim, circular pela casa usando apenas uma peça intima, principalmente quando ele levava as suas ficantes ou namoradas para passar a noite ali. 

_Onde está a Pri? 

_No quarto, acho que ainda dormindo.

Geane segurou o riso. Estava obvio que ele estava sem jeito, olhava para todos os lados da sala, menos para ela. 

_Vou fazer o café. Com licença.

Enquanto a empregada seguiu para a cozinha ele voltou para o quarto. O barulho do chuveiro era algo convidativo. Na noite anterior mostrou-a seu mundo, seus amigos, depositando total confiança. Priscila voltara mudada, o olhar era estranho, estava tímida e já não era mais aquela mulher ousada que o enfrentava nas brigas. O que aconteceu para que aquela mudança ocorresse? Procurava respostas em sua mente, sem êxito, mas iria aproveitar cada momento ao lado dela. 

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