Capítulo 4

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Robb's POV

Nova York, é um prazer sair de você. Não sabia o que as pessoas viam de tão bom nessa grande maçã...podre. Há esnobes por toda parte. Não troco minha Califórnia por nada nesse mundo mesmo.

Faz três dias que Samanta não atende meus telefonemas, o que me deixaria preocupado, se não fosse algo que acontecesse com certa frequência.

— Ela adora me ignorar... - Murmurei impacientemente enquanto colocava o telefone do aeroporto de volta ao gancho e me dirijo rumo ao avião.

De fato, Samanta adorava ignorar não só a mim, mas todos a sua volta. Principalmente quando se engajava em algo. Desde que nos conhecemos  em seus conturbados primeiros anos em L.A esse aspecto de sua personalidade tornou-se rapidamente explícito. Quando começou a fotografar podia passar toda uma manhã na mesma posição para fazer o clique perfeito, e quando não conseguia, voltava no dia seguinte e repetia o mesmo processo, assim cansativas vezes. A obsessão e paixão faziam parte de quem ela era, seja bom ou ruim. Como amigo e empresário só me restava aceitar e rezar para que nada disso matasse ela.

Quando cheguei em meu apartamento foi como se o peso do mundo tivesse sido retirado de minhas costas. Levei o telefone para o lado da banheira, caso Sam dê o ar da graça. E como se tivesse adivinhado, ele tocou, poucos minutos depois de eu entrar.

— Residência de Robb Youth.

— ...me ajuda - Uma voz esmaecida responde.

— Samanta? Por que não atende minhas ligações? Joanne disse que você foi embora há dias!

— Chame... uma ambulância...casa... - Ouço um baque surdo, como se um corpo houvesse caído no chão.

A ligação caiu. Levantei desesperado e saí correndo da banheira, escorregando e rezando para que fosse apenas uma pira da minha cabeça. Não ouve baque. A ligação apenas caiu. Ela deve ter esquecido de pagar a conta de novo. Se ela precisasse de ajuda de verdade ela mesma teria ligado para a emergência, não é mesmo? Sim, é só isso. Uma brincadeira suja. Quando chegar lá vai estar havendo uma grande festa em comemoração as fotos e todos vão rir da minha cara. É só isso.

...

— Onde ela deixa essa maldita chave reserva - Pela brecha embaixo da porta do apartamento de Samanta, havia apenas escuridão. Não parecia ter festa alguma. Comecei a ficar realmente desesperado quando, na quinta tentativa, não encontrei o esconderijo de sua chave. Não havia resposta alguma as minhas batidas. Decidi arromba-lá.

BLAM

Samanta? - Disse me arrepiando a cada passo dado no breu de seu apartamento. Havia algo errado. A energia estava densa, como num funeral. Acendo as luzes. Parecia que um furacão havia passado por aqui. Garrafas pelo chão, coisas quebradas e lá no fundo, onde ficava o quarto de Sam, estava o telefone caído ao lado de seu corpo no chão. Meu estômago embrulhou. Um medo súbito me atingiu ao vê-la naquele estado.

Ela estava pálida e gélida. Sua respiração estava fraca, quase parando. Liguei imediatamente para emergência e a embalei em meus braços.

— O que aconteceu com você, sua maluca? - Passei a mão pelo seu rosto. Suas olheiras estavam fundas e parecia que não se alimentava bem. Nunca tinha a visto assim. Ela sempre foi o sol de onde chegava, apesar de seus tantos demônios interiores. Temi. — Samanta, fique comigo. Você não pode morrer, não pode. E nosso plano de dominar o mundo?

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