Capítulo 5

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— Você acha mesmo que é uma boa ideia, Robb? Eu estava até tentada a ir... você sabe, pra agradecer e tal. Mas agora... argh - Acendi um cigarro enquanto andava de um lado para o outro em meu apartamento.

—  Você tá me dando vertigem andando desse jeito - Robb disse enquanto observava meu pequeno ataque ansioso.

— ... ele com certeza vai querer algo mais do que um muito obrigada, e eu não quero me arriscar a ver aquela maluca de novo. Você sabe que não me envolvo com caras comprometidos... tá decidido: não irei. É melhor assim. Mando um bilhetinho de desculpas e um agradecimento.

— Samanta. - Ele levantou e me parou colocando as duas mãos nos meus ombros - Você é Samanta Bridget. Uma das mulheres mais ferozes e corajosas que já conheci. Que merda é essa agora? É só um show, um agradecimento e um tchau, se você quiser que a noite acabe aí. Qual o problema? Você já passou por coisas piores que um cara casado com uma mulher maluca.

— Ele é o problema, Robb. Ele tem um efeito sobre mim... é diferente! Perco minha capacidade de pensar direito!

— Isso é tesão acumulado. Transa que passa! Ele vai ser só mais um, Sam! Tudo bem que é o maldito Robert Plant, mas não deixa de ser um homem!

— É... talvez você tenha razão. Eu vou.

— Que bom, por que você já está uma hora atrasada. Te chamo um táxi.

...

Lá estava eu, na rua em frente à um club enorme, barulhento e aparentemente lotado. A quantidade de vendedores ambulantes era impressionante. Zeppelins pegando fogo, a cara de Robert e outros caras, ainda desconhecidos para mim, rodeavam por todo o ambiente.

— Tá no inferno abraça o capeta... - Disse enquanto caminhava em direção ao meu destino, tentando localizar algum segurança para pedir informação.
Em uma porta, não muito distante da entrada principal, estava um amontoado de pessoas. Elas falavam com os seguranças e espremiam-se entre si, provavelmente tentando arrumar um modo de entrar.

— Aqui é a entrada vip? - Perguntei a uma garota cuja as pernas chegavam até quase metade do meu corpo.

— Se você tiver sorte, docinho.

Me espremi entre todo aquele tumulto e consegui chegar até um homem enorme e aparentemente impassível quanto às vozes incessantes.

—  Senhor? É aqui a entrada vip?  - Eu já não aguentava mais aquele inferno de empurra empurra. Não poderia ter conhecido um advogado ou algo do tipo? Estava a um pisão de pé de dar meia volta e ir pra casa.

— Apenas com passe e nome na lista. - A montanha humana disse, ainda impassível.

— Bem, não sei quanto ao nome, mas tenho um passe - Mostrei com dificuldade o passe que estava guardado em minha bolsa. Ele apenas inclinou levemente a cabeça.

— Senhorita Samanta Bridget?

— Ela mesma.

— Fui alertado sobre sua presença. Me desculpe ter de enfrentar todo esse tumulto. - Ele abriu a corrente e as pessoas começaram a empurrar cada vez mais para poderem entrar. Ele me puxou para trás de suas costas e rugiu de forma ameaçadora - AFASTEM-SE VAGABUNDOS. NÃO ME FAÇAM USAR A FORÇA.
Quando entrei pela porta que levava a um corredor, o barulho dos protestos foi cessado pelo som da banda, agora mais claro do lado de dentro do prédio.  Eu não conhecia a música, mas o ritmo era contagiante e... diferente de tudo que havia ouvido antes. Continuei andando em frente, seguindo o barulho, incerta onde iria parar.

— Anda perdida, mocinha? - Um homem alto, calvo e acima do peso, abordou-me enquanto saía de uma sala, acompanhando-me em seguida.

— Na verdade sim... Quero saber de onde posso ver o show daqui.

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