Minha garganta estava seca, meus pensamentos disparados. Que tipo de jogo doente do destino era esse? Não poderia imaginar essa situação em meus pesadelos mais loucos. Desde o dia de meu término desastroso com - Patrick... Jimmy, que seja! - pensei que iríamos passar o resto da vida sem nos ver. Ou no máximo um encontro quando um dos dois estivesse à beira da morte. Queria sair dali. Queria gritar, socar alguém.
— Você está se sentindo bem? - Jimmy perguntou e colocou sua mão em minha testa. – Está pálida. – Senti-me tonta. Apenas essa frase me trazia lembranças antigas e mais dolorosas que nostálgicas. Ele deu um sorriso de canto de boca, parecia saber exatamente o efeito que estava causando. Robert parecia confuso.
— Não, não estou. Acho que é melhor voltar pra casa. - Virei-me para Robert e o abracei –Muito obrigada... por tudo. Nós nos esbarramos por aí. – Ignorando qualquer protesto e olhar, comecei a me dirigir para a porta de saída. – Tchau rapaziada, foi um prazer!
Após fechar a porta e abafar qualquer palavra que tenha sido lançada, apertei os passos a quase correr naquele corredor, que agora, parecia ter quilômetros. Meu coração batia muito forte, por um momento senti como se flutuasse. O ar estava faltando em meus pulmões. Tudo estava escurecendo. Resolvi parar, me apoiando em uma parede. Maldita ansiedade.
— Samanta, que merda é essa?! – A voz de Robert soou como se estivesse em outra sala. – Por que você tá sempre fugindo? Por que ficou tão nervosa? Se não me quer por perto quero que diga olhando nos meus olhos, não que fique fugindo igual a porra de um rato! Será que dá pra olhar pra mim? – Ele puxou meu braço. Desmaiei.
...
Acordei em uma cama. Estava desorientada. Tudo parecia ter sido apenas um sonho estranho. O ambiente tinha uma iluminação baixa e aconchegante. Esfreguei os olhos e me sentei devagar. Era um quarto. Eu estava em um maldito quarto desconhecido. Alguém parecia tomar banho. Esta era minha deixa, ia embora.
Peguei meus sapatos e caminhei, de forma quase inaudível, atravessando a curta distância até a porta. Talvez eu fosse mesmo uma ratinha medrosa.
Mas vocês queriam o quê? Eu estava em um quarto desconhecido.
Coloquei a mão na maçaneta, meu coração estava acelerado. A girei lentamente, como se minha vida dependesse disso.— Tá trancada. - Uma voz bem familiar me informou ao fundo. Girei devagar sobre os calcanhares. - Ia fugir de novo? Dessa vez fui mais esperto. – Pegou a chave de dentro do banheiro e a balançou.
Robert estava apenas com uma toalha enrolada na cintura. Deveria ser um crime alguém continuar com uma aparência tão atraente assim, todo molhado.
Não podia pensar muito sobre essa situação.— Ah, era isso mesmo que eu estava procurando. Dá aqui. – Estendi a mão. Em vão, claro.
— Vem aqui buscar.
— Ah mas era só o que me faltava. Para de agir feito criança!
— Para você de agir como uma garotinha! – Ele sentou na borda da cama e bateu na colcha com a palma da mão. – Senta aqui. Vamos conversar.
— Você só pode tá maluco pra achar que eu vou cair nessa, me dá logo essa merda de chave!!! – Tinha sentimentos conflitantes dentro de mim e o jeito que ele me olhou não ajudava em nada. Eu era teimosa demais pra aceitar o que ele pedia. É um defeito de fabrica. Quando querem que eu faça algo de um jeito sempre minha cabeça dura se opõe.
Ele subiu por completo e se escorou na cabeceira da cama, pernas cruzadas e mãos em cima do pacote - do qual olhou e deu uma apertada - respirou fundo e voltou a me encarar obstinado.— Você só vai sair daqui quando conversarmos – Levantou as sobrancelhas para dar ênfase – como adultos.
— Você não pode me manter aqui contra minha vontade, isso é sequestro! Não me obriga fazer um escândalo! – Eu não ia fazer escândalo.
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Dazed and Confused
FanfictionSamanta era amiga de de longa data de Jimmy e teve de se mudar para Califórnia ainda na adolescência. A notícia da mudança não foi bem recebida por Jimmy, dando um final conturbado a amizade dos dois. Anos depois eles se reencontram em um triângulo...