Capítulo 1

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Happy me levou até o QG dos Vingadores em seu carro, já que hoje seria o dia em que decidirei se assino o tratado ou não. Ambos ficamos calados durante todo o trajeto, até finalmente chegarmos. Tony e Nick Fury estavam na entrada do edifício, provavelmente a minha espera. Caminhei a passos curtos até eles e parei quando ambos estavam a minha frente.

— Vamos, loirinha, não faça essa cara de enterro — Disse Tony.

— Por que a ONU está fazendo isso com a gente?

Tony e Fury se entreolharam, mas não responderam minha pergunta. Tony passou o braço em volta de meus ombros e me guiou até a sala onde estaria o Secretário Ross. Eu sempre soube que o QG dos Vingadores era bem protegido, mas colocar homens fortemente armados no corredor da tal sala era desnecessário. Sei muito bem que não assinar o Tratado iria me tornar uma prisioneira instantaneamente, mas eu não iria fugir. Não era a vida que eu queria.

Adentrei a sala de reuniões ainda com Tony segurando meu braço. O Secretário Ross mal olhou para mim e já foi colocando o Tratado de Sokóvia a minha frente, exigindo que eu assinasse. Olhei para aquele livro sentindo meu estômago embrulhar. Meu uniforme novo estava dobrado em cima da mesa juntamente com os novos lançadores e fluídos de teias.

— Assine, Srta. Stacy — Exigiu novamente o secretário, me entregando uma caneta.

Peguei-a sem animação nenhuma e folheei o tratado até chegar na folha de assinaturas. Vi os nomes de Tony, Rhodes, Visão e Natasha assinados, deixando o de Steve, Sam Wilson, Barton e Wanda em branco. Tony também o olhava com desconforto.

— Tudo bem? — Sussurrei vendo o respirar fundo, mas Tony me dirige um meio sorriso balançando a cabeça positivamente.

— Não tenho o dia todo, Srta. Stacy, então, se puder assinar...

— Quer parar de me pressionar?

— Gwen, se acalma — Tony segurou levemente meu braço.

Joguei a caneta na mesa soltando um suspiro alto.

— Eu ainda não entendo porque devo assinar.

— Questões de segurança mundial.

— Como se eu fosse uma ameaça para o planeta inteiro.

— Gwen, me escuta — Tony disse pegando em meu braço, forçando-me a olhar para ele — Lembra do que eu te falei ontem? Há uma regra para heróis que assinam o tratado sem que façam parte da equipe. Se assinar, você poderá continuar com sua rotina de combater o crime e tudo mais, mas estará concordando em prestar os seus serviços ao governo. Se ele quiser que você viaje para algum país para cumprir uma missão você não terá escolha.

— Me darão o direito de viver como eu quiser em troca de eu ser uma arma para o governo.

Tony baixou o olhar, calado.

Voltei a olhar para o Tratado e para o meu uniforme. Eu realmente não queria assinar, mas o custo seria muito alto se eu não o fizesse. Respirando fundo, me aproximei da mesa e peguei a caneta tomando o máximo de coragem possível. E quando ia assinar, algo me chamou a atenção.

Eu não tinha percebido até olhar melhor para o meu uniforme, havia um outro dobrado logo abaixo. Eram duas peças de roupa: uma blusa de capuz e uma calça, ambas na cor cinza escuro. Havia o desenho de uma enorme aranha no centro na blusa em uma cor mais clara e dentro estava uma máscara semelhante a que eu costumo usar, só que com a cor cinza. Dentro do capuz e parte dos braços eram na cor rosa, lembrando meu uniforme antigo.

Eu podia jurar que Stark tinha feito aquele uniforme também.

— Tony...

— Hm?

— O que é isso?

— Algo que eu odeio profundamente.

Olhei-o supresa. O que?

— Isso, Srta. Stacy, é o Projeto Renascimento. Assinando o tratado, você estará aceitando que o governo use você e o seu simbionte em missões perigosas — Diz Ross colocando uma maleta prateada em cima da mesa.

— Vocês... Querem usar o Venom?

— Controlá-lo, digamos assim.

— Só podem estar loucos...

Ross ignorou meu comentário e abriu a maleta revelando dois pares de revólveres.

— Você sabe que eu não mato, Ross.

— Não são revólveres comuns, Gwen. São I.C.E.R.s., elas apenas deixam a pessoa atingida em um sono profundo.

Olhando para todas aquelas coisas a única vontade que eu tinha era de largar tudo aquilo e ir embora. Mas eu ainda tinha uma decisão a tomar. Ainda com a caneta em mãos, assinei meu nome na linha onde estava indicando e peguei os dois uniformes, juntamente com a maleta e os lançadores de teias, saindo da sala de reuniões. Tony me seguiu pelos corredores e só parei para falar com ele quando estávamos perto da saída.

— Eu espero que não tenha assinado por minha causa — Disse o milionário, parando bem ao meu lado.

— Fiz isso por muitas coisas e pessoas, Tony. E sim, você é uma delas. Apesar de não estar feliz por ter concordado com tudo isso, pelo menos não estou atrás das grades. Ainda poderei ter uma vida.

— É, espero que sim.

— Eu queria saber... Você que fez o uniforme?

— Sim, por quê?

— Nada... Estava pensado se ele tinha alguma segurança, mas como foi você que fez, agora sei que ele tem.

Tony sorriu fraco.

— Te vejo por aí, loirinha.

— Até mais, Sr. Stark.

Spider-Gwen: The new Spider - Livro VOnde histórias criam vida. Descubra agora