Capítulo 22

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No armário da Romanoff havia vários vestidos, de todos os tamanhos mas na cor preta. Também tinha um revólver e uma máscara, e alguns poucos itens de maquiagem. Peguei um vestido longo simples e a máscara, caso eu fosse precisar — E corri para o quinjet.

Sean já estava na aeronave e quando me viu subir a rampa traseira, me cumprimentou com um aceno e um sorrisinho. Não, não vou estragar tudo dessa vez!

Passei rapidamente por ele, retribuindo o sorriso e fui até o lugar do piloto, onde Fury estava.

— Pronto, podemos ir.

— Ainda não — Disse o diretor — Tem mais alguém que vai vir conosco.

— Quem? — Olhei para a rampa e vi Flash se aproximar com seu traje simbiótico — Claro.

— Você queria que ele viesse.

— No lugar do Sean.

— Isso é indiscutível.

Soltei um suspiro fraco, pegando um lugar ao lado de Flash. Vai ser uma viagem longa.

Flash se espreguiçou ao meu lado e colocando as mãos atrás da cabeça, começou a assoviar uma música aleatória. Sean estava visivelmente inquieto, apesar de não querer demonstrar; e quando a aeronave decolou, ele agarrou forte o seu assento, fechando os olhos com força.

— Qual é a do garoto? Ele tá bem? — Perguntou Flash, mas eu acabei ignorando-o.

Depois de tirar meu cinto de segurança, me sentei ao lado de Sean e toquei-lhe o braço, mostrando que estava ali.

— Pensei que tivesse dito que conseguia ficar em lugares altos.

— Também 'tô surpreso.

As imagens de Sean tendo uma crise de pânico no elevador do QG me vieram à mente, me deixando um pouco nervosa. Em um ato impensado, segurei sua mão por alguns poucos minutos. Flash me lançava um olhar curioso, enquanto Sean tentava respirar fundo.

— Valeu, Gwen.

— Não foi nada — Murmurei soltando sua mão e voltando ao meu lugar ao lado de Flash.

Sean estranhou meu comportamento mas manteve-se calado. O trajeto todo foi assim: silêncio total. Com exceção, é claro, dos assovios e cantoria do Flash. Sean me lançava olhares questionadores, provavelmente querendo saber o motivo de meu comportamento e eu não fazia mais do que sorrir levemente para ele e desviar o olhar.

— Thompson, se não ficar quieto, eu mesmo vou te jogar do quinjet! — Disse Fury num tom irritado.

— Que stress... — Comentou o loiro — Não tem nada para se fazer nessa aeronave.

— Concordo que está bem tedioso ficar aqui dentro.

Flash fez uma careta e estendeu seu braço a frente de seu corpo, com a palma virada para cima. Venom começou a se movimentar pelo seu braço em uma dança silenciosa.

— Aí, Gwen, eu nunca vi você usar seu simbionte. Por quê?

— Nunca precisei.

— Você não confia nele.

— É, não confio — Admiti.

— Eles têm sentimentos, sabia? Por acaso, ele já te machucou?

— Não, mas...

— Ele te perturba em horas inoportunas?

— Eh... Não.

— Ele já comeu a cabeça de alguem?

— O quê? Olha, Flash, o motivo para eu não gostar de simbiontes são as vezes em que eu tive que lutar contra um deles. 'Tá legal? Eu sei o que eles podem fazer com uma pessoa.

— Não aqueles que não tiveram contato com alguém antes, como o seu. Olha, uma hora você vai precisar do seu Venom e, acredite, será melhor se confiar.

Flash escondeu seu simbionte e ficou o resto da viagem em silêncio. Confiar em Venom? Será?

— Espera aí... Ele come cabeças?

Thompson riu.

Spider-Gwen: The new Spider - Livro VOnde histórias criam vida. Descubra agora