Capítulo 8

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Dia Seguinte...

— Ou ele supera o medo de altura ou pode ir dizendo ao Fury que você não vai conseguir cumprir a missão que ele te deu — Ava cruzou os braços enquanto observavámos Sean praticar alguns exercícios que eu havia lhe dito para fazer.

— E como é que faço isso?

— Gwen, eu acabei de te dizer a resposta.

— Hã?

— Acorda, mulher! Você tem que ajudar ele a superar o medo.

— Ah...

Ava franziu o cenho.

— Por que está tão avoada hoje?

— Eu 'tô pensando em uma maneira de pegar o número do Steve Rogers com o Tony. Preciso tirar o Wade daquela prisão.

— E que tal se você pedisse? — Ela pergunta como se fosse óbvio.

— E se não for tão fácil?

— Pegue o celular sem que ele veja.

— Não posso fazer isso.

— Então, o Wade continuará preso.

Abri a boca para lhe dar uma resposta, mas a verdade era que Ava estava certa. Não tinha como saber se Tony me daria o número, mas eu não iria saber se continuasse ali parada. Pedi para que Ava continuasse o treinamento com Sean, enquanto eu ia falar com Tony em sua mansão.

 Pedi para que Ava continuasse o treinamento com Sean, enquanto eu ia falar com Tony em sua mansão

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O Sr. Stark está em sua oficina — Informou Sexta-Feira, assim que cheguei em sua casa.

Havia um celular flip em cima da mesinha de centro com uma carta ao lado escrito "Tony" bem no centro. Das poucas vezes que vi a letra de Tony, eu podia jurar que aquela não era a dele. Só pode ser do Steve. Mas por que ele não guardou a carta?

Mesmo estando curiosa para saber o conteúdo, tive que deixar a carta de lado e peguei apenas o celular indo direto encontrar com Tony.

Ao passo em que eu descia as escadas e adentrava na oficina, pude ouvir o barulho de vários metais caindo no chão. Continuava a mesma bagunça desde quando eu tinha vindo na minha primeira vez.

— Sr. Stark? — Chamei-o em voz alta.

— Hm? Ah... E aí loirinha? Entra aí.

Me aproximei a passos curto dele, visando em não as peças pelo chão.

— Veio me visitar?

— Uh... Você queria eu o fizesse?

Tony finalmente para o que esta fazendo e volta sua atenção a mim.

— Seria bom de vez em quando. A Pepper fica muito ocupada e...

— E você fica sozinho nesse tempo.

— Pois é... Enfim, o que veio fazer aqui?

— Eu preciso do número dele — Mostrei o celular flip para Tony.

— 'Tá pensando em se virar contra o Tratado? Não faz nem uma semana que você assinou.

— Não, eu ainda não estou pensando nisso.

— "Ainda"?

Ignorei essa pergunta.

— Preciso do Capitão para ajudar um amigo meu.

— Rogers não é mais o Capitão — Falou em um tom baixo.

— Bom, pra mim ele sempre vai ser.

Tony sorriu fraco e deixando uma peça de metal em cima da mesa, me acompanhou de volta a sala de estar.

— Você pode ligar desde que seja no seu próprio celular — Disse Tony sentando-se no sofá.

Peguei o aparelho do meu bolso e disquei o número de Steve. Mas acabei não ligando. Deixei o celular flip em cima da mesinha e coloquei o meu de volta no bolso, sentando-me ao lado de Tony.

— Desistiu?

— Meu amigo pode esperar um pouco mais.

Tony apenas assentiu, sem dizer nada.

— Eh... Tony? Por que o celular e a carta do Steve estão em cima da mesa? Não devia ter guardado?

— É, eu devia — Ele encara a folha dobrada sobre a mesa — Na verdade, eu iria te mostrar essa carta quando decidisse não assinar o Tratado.

— Por quê?

— Porque eu queria te mostrar o que restou da minha amizade com o Rogers. Queria te fazer refletir sobre o que perderia se não assinasse.

— Acredite, eu sei muito bem o que eu perderia.

— Ótimo.

Mas eu ainda estava curiosa para saber o que Steve escreveu para Tony.

— ... Eu posso? — Apontei para a carta e Stark simplesmente assentiu.

Peguei o papel e o abri.

" Tony,

Que bom que está de volta no complexo. Eu não gosto da idéia de ver você perambulando numa mansão sozinho, todos precisam de uma família. Os Vingadores são a sua. Talvez até mais do que a minha. Eu tenho estado sozinho desde os meus dezoito anos, eu nunca me adaptei a qualquer lugar, nem mesmo ao exército. Minha fé está nas pessoas, eu acho. Indivíduos. E, eu fico feliz em dizer que em sua maioria elas não me decepcionaram. E é por isso que não posso decepcioná-las também. Trancas podem ser substituídas mas talvez não devam.

Eu sei que machuquei você, Tony.

Eu imaginei que se não lhe contasse sobre seus pais, eu estaria poupando você, mas... Agora posso ver que eu estava poupando a mim mesmo. E eu sinto muito. Espero que um dia possa me entender.

Eu queria que tivéssemos concordado com o Tratado, queria mesmo. Sei que está fazendo o que acredita e é tudo o que nós podemos fazer. O que deveríamos fazer.

Não importa o que aconteça, eu prometo. Se precisar de nós, se precisar de mim, eu estarei lá.

Steve Rogers."

Atônita, dobrei o papel e a coloquei de volta sobre a mesinha. Nunca tinha visto uma carta tão bonita e tão sincera.

— Gwen? Você 'tá legal? — Tony tocou meu ombro com uma expressão preocupada.

— Por que você não o respondeu?

— É mais complicado do que parece.

— Não. Perder um amigo por causa do orgulho, é complicado.

Tony não conseguiu responder. Ele não podia simplesmente ligar e resolver logo toda essa situação? O que ele estava esperando, afinal?

Mesmo querendo discutir esse assunto com ele e tentar convencê-lo de ligar para Steve, decidi que aquela não era uma boa hora. Agradeci-lhe com um beijo no rosto pelo número e saí de sua mansão, torcendo para que minhas palavras tivesse surtido efeito nele.

Spider-Gwen: The new Spider - Livro VOnde histórias criam vida. Descubra agora