Capítulo 23

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Após oito longas horas naquele quinjet, finalmente chegamos na Itália. Veneza era uma cidade uma linda, com suas construções em cima da água. Havia vários barcos nos canais dando a paisagem um ar acolhedor, como se estivesse nos convidando a conhecer a cidade.

— Bem melhor que o Afeganistão — Comentou Flash ao passarmos por uma ponte.

Durante a caminhada fomos observando as belas construções, dos becos aos canais estreitos, juntamente com o cotidiano dos moradores. Queria que Pete estivesse aqui para ver tudo isso, pensei um tanto deprimida.

Sean, Flash e eu seguimos Fury até o Hotel Danieli, onde ficariamos hospedados por uma semana. O evento de gala seria no próximo final de semana e enquanto ele não chegava, eu e os meninos iriamos fazer uma varredura na área. Ainda era tarde em Veneza quando chegamos aos nossos quartos, e depois de descansarmos um pouco e trocado nossas roupas, fomos para a rua conhecer um pouco a cidade. Exceto Flash, que preferiu tirar uma soneca em seu quarto.

— É uma boa nós sairmos assim? E se nos perdemos? — Perguntou Sean.

— Eu tenho rastreador. Relaxa.

— Eh... Gwen, será que nós podemos conversar?

— Nós já não estamos conversando?

— Você sabe... O seu comportamento no quinjet.

Desviei meu olhar dos barcos no cais para Sean. Ele parecia receoso ou algo do tipo.

— Olha, se eu fiz alguma coisa, me desculpe.

— Você não fez nada — Sorri levemente — Pode parecer clichê, mas o problema é comigo.

— Como assim?

— Não é nada. Vem, vamos — Puxei-o para uma dos barcos — Isola de Burano, per favore. Restiamo quaranta minuti — Falei para o gandoleiro. (Ilha de Burano, por favor. Vamos ficar quarenta minutos).

Con le canzoni? ( Com canções?).

Se vuoi — Sorri. (Se quiser).

Sentei-ao lado de Sean, vendo o homem tirar o barco do cais e começar a navegar por entre os canais.

— Isola de Burano? O que é isso? — Indagou Sean.

— Você vai ver. É o segundo ponto turístico que eu quero ver aqui na Itália.

— Segundo? Qual é o primeiro?

— A Torre de Pisa. Ela é inclinada e dá a sensação de que vai cair a qualquer momento. Infelizmente, ela fica um pouco longe daqui.

— Nós vamos ficar uma semana aqui. Ou mais. Acho que vai dar tempo de dar uma olhadinha nela — Sean falou com um tom confiante, o que me fez sorrir.

— Boa sorte em convencer o Fury.

— Não precisamos falar pra ele. A gente vai, dá uma voltinha por lá e volta. Simples assim.

— Simples assim? Você é impossível.

Sean riu fraco.

— Bom, agora que eu consegui quebrar o gelo, que tal voltarmos a falar sobre aquele assunto?

— Eu já disse, o problema não é você. Sou eu.

— 'Tá, mas o que você fez? Por que tá agindo estranho? — Ele me olha, preocupado.

— É que... Não é fácil falar sobre isso.

— Por quê?

— Porque você não vai gostar do que vai ouvir.

Sean franziu o cenho, confuso. O senhor que conduzia o barco nos avisou que já havíamos chegado à Ilha de Burano, e Sean e eu olhamos para as maravilhosas casas coloridas. Havia algumas mesas em frente a um pequeno restaurante, das quais Sean e eu nos sentamos e pedimos um lanche rápido. Nós comemos em silêncio e quando voltamos ao barco, o gondoleiro começou a cantar uma melodia suave e bem baixinha.

Ah... É. Esqueci que ele faria isso em algum momento.

Sean olhava para mim e para ele com um ar curioso, com um sorriso leve. Parecia estar se divertindo. Quando voltamos ao hotel Danieli, paguei ao senhor pelo passeio e fui diretamente para o meu quarto dando de cara com Flash sentado no pequeno sofá, a minha espera.

— O que 'tá fazendo aqui?

— Te esperando. Queria te perguntar algo.

— Ultimamente, muita gente tem querido me perguntar algo — Murmurei mas Flash acabou ouvindo — Ok, o que quer saber?

— Você sabe. O passeio de barco, o moço cantando uma música fofa... Aquilo foi um encontro?

— Não.

— Tem certeza? — Ele me dirige um sorrisinho de lado.

— E se tivesse sido? E daí?

— Daí eu diria que é um pouco estranho. Você ficava irritada comigo só porque eu enchia o saco do Parker e agora tá dando bola para esse pirralho. Essa não é você.

— Eu não estou dando bola pra ninguém e aquilo não foi um encontro. Eu até tentei te chamar para vir junto, mas você preferiu dormir.

— E ficar segurando vela?

— Aquilo não era um encontro! — Falei em um tom mais alto e Flash ergueu as mãos em sinal de paz — Presta atenção, Thompson, eu fui dar uma volta para conhecer a cidade e Sean quis me acompanhar. Foi só isso. Agora dá para sair do meu quarto?

— 'Tá bem — Ele diz se levantando do sofá — Depois dessa eu senti que estava falando sério.

— É mesmo? — Cruzei os braços, com um sorriso sarcástico.

— É. Você me chamou pelo sobrenome e... Só faz isso quando está realmente irritada. Eu não vou mais te incomodar, Gwen. Boa noite — Ele sai do meu quarto sem querer ouvir o que eu tinha para falar.

Spider-Gwen: The new Spider - Livro VOnde histórias criam vida. Descubra agora